31 de dezembro de 2007

Ah, o Lago Baikal!

Hoje foi "o" dia, talvez o dia mais esperado da viagem: conhecer, finalmente, o Lago Baikal.

Algumas informações básicas: o lago tem mais de 600 km de comprimento por, em média, 80 km de largura. A profundidade média é de 1 km, com o ponto mais fundo do lago sendo de 1687 metros. Acredita-se que o lago contenha 20% de toda a água doce do mundo. Como diz no guia de viagem, ele contém mais água do que todos os Grandes Lagos (na divisa dos EUA com o Canadá) juntos. E interessante -- toda essa água é, em 90% do lago, potável. Só em um ponto do lago, no qual há uma indústria de papel, a água é poluída.

Fui com o alemão pra lá. Ele se chama Uwe e é bastante divertido. Saímos do albergue relativamente tarde: deveria ser umas 11 h da manhã. O dia estava incrivelmente bonito, com sol e sem neve alguma para nos atrapalhar. Fomos para o centro da cidade, para a rodoviária, e lá pegamos uma lotação pra Listvyanka, uma cidadezinha que fica à beira do lago. Apesar dos mapas mostrarem a rodovia na beira do rio Angará, não deu pra ver nada no meio do caminho: apenas montanhas e mais montanhas, um sobe-e-desce contínuo, e árvores e mais árvores dos dois lados. Pinheiros pra lá e pra cá. Demorou uma hora pra chegarmos lá.

Quando estávamos quase chegando já deu pra ver a água. Primeiro do rio, e depois, finalmente, do lago. E eu digo pra vocês: o lago é muito mais do que os diferentes sites na internet dizem. É simplesmente demais. Água transparente (mas geladíssima -- infelizmente o lago não estava congelado, pelo menos não em Listvyanka), límpida, incrível. E a cidade, ainda que pequena, tem lá seu charme: fica bem à beira do lago, casinhas de madeira, vivendo exclusivamente (creio eu) do turismo para o lago e da venda de omul, um peixe que só existe no Baikal.

Apesar do dia estar lindo, estava muito frio: -18 graus. O vento vindo do lago dava a sensação de que estava ainda mais frio. Uwe (o alemão) e eu ficamos um tempinho apenas apreciando esta "brisa" e tirando algumas fotos do lago e desta parte da cidade. Em seguida, resolvemos subir as montanhas logo atrás da cidade. Imaginem: há a beira do lago, depois um terreno plano, de talvez uns 150 ou 200 metros, e em seguida começam as montanhas, montanhas e mais montanhas cheias de pinheiros e de neve, logo atrás e acima das casas.

E lá fomos nós subir as montanhas. No início tudo tranquilo, caminho asfaltado, sem problema algum. Chegamos a uma espécie de área de camping, na qual o povo vai fazer piqueniques (e, obviamente, apesar do sol, estava vazia). No caminho mais casas de madeira, semelhantes com as que eu vi ontem em Irkutsk.

Uma vez lá em cima, fotos e mais fotos, vídeos e mais vídeos. O suco que compramos ficou geladinho, mais rápido do que em uma geladeira. Um homem que trabalha na área nos falou de um telescópio, utilizado para pesquisas científicas, que poderia estar aberto. Não pensamos duas vezes: lá fomos nós, no meio das montanhas, procurar o tal telescópio. Mais caminhadas na neve, neve até quase o joelho, um pouco de frio, nariz escorrendo (hehehe), mas não desistimos: lá fomos nós bravamente seguindo as poucas trilhas ainda visíveis na neve. O telescópio, como já imaginávamos, estava fechado; mas a vista lá de cima é simplesmente inigualável e, mais ainda, nos permitiu seguir uma outra trilha que nos levou a um outro caminho que não tínhamos visto antes e que nos levou bem para a beira do lago, mas do outro lado das montanhas. Vimos alguns paredões de pedra e até pensamos em subir, mas sem equipamento seria arriscado demais.

Admiramos mais um pouco a beleza do local, tiramos fotos das formações de gelo -- bastante interessantes -- e recomeçamos nossa lenta caminhada de volta para o centro da cidade -- afinal, já eram quase 16 h e sabíamos que logo iria escurecer. "O sonho estava acabando"... Mas não sem antes bebermos mais uma vez a água do lago e brincarmos um pouco no gelo formado sobre a "praia". Na volta entramos em alguns terrenos que estavam vazios, vimos o antigo ancoradouro da cidade e, mais uma vez, nos divertimos brincando no escorregador de gelo. Muito engraçada a cara da garota quando viu dois marmanjos pedindo emprestado o negócio de plástico que ela tinha, que é próprio pra escorregar...

Mais fotos -- desta vez do pôr-do-sol, simplesmente lindo --, um pequeno lanche (pequeno para o Uwe, não para mim: eu estava morrendo de fome!) e voltamos pra Irkutsk. Mas não sem antes fazermos uma espécie de "pacto" -- de que voltaremos ao Baikal ainda nesta viagem, provavelmente depois de amanhã, visitando outra cidade que fica na beira do lago -- Slyudyanka, ao sul. Vamos ver como vai ser!


30 de dezembro de 2007

Que dia!

Ontem tentei ao máximo ficar acordado até bem tarde da noite, mas não resisti: terminei de digitar a postagem, conversei um pouco e resolvi deitar na cama pra pensar no que iria fazer hoje. Resultado: às 20 h já estava dormindo como uma pedra. Acordei por volta das 5 h da manhã e fiquei revirando na cama até dar a hora "certa" de levantar (por volta das 8:30 h, já que no inverno está escuro até mais ou menos 9 h da manhã).

Hoje o dia foi "daqueles". Resolvi apenas andar pela cidade, sem utilizar nenhum tipo de transporte público. E aí sabe como é: no início é só empolgação e alegria, e no final do dia é aquela dor horrível no joelho direito e no tornozelo esquerdo. Mas mesmo assim valeu muito a pena.

O albergue fica na parte sudoeste da cidade, "do lado de cá" do rio Angará, e a maioria absoluta das atrações fica do centro para o norte da cidade, "do lado de lá" do rio. Então lá fui eu, feliz, alegre e contente caminhando pela cidade. Hoje não estava tão frio: apenas -10 graus, então deu pra caminhar sem problemas.

Do albergue até a ponte que cruza o rio e leva ao centro são mais ou menos 5 km. Como fui tirando foto de tudo que eu via pela frente, lá se foram mais ou menos uma hora e meia até chegar à ponte. Mas não segui a rua diretamente: saí do caminho várias e várias vezes, passando por parques e/ou por áreas que, no verão, devem ser bastante verdes... Desviei-me do caminho também para tirar fotos de uma estação ferroviária que fica "próxima" ao albergue, e que faz parte da Transiberiana. E dei-me ao luxo de tirar umas fotos e mandar pelo celular pra uma amiga minha: enquanto no Brasil eles estavam em uma festa, eu já estava acordado há muito tempo.

O bom desta região na qual o albergue está é que esta é uma área acadêmica: os bairros são chamados de "Akademgorodok" e "Studgorodok", que respectivamente significam "Cidadezinha dos Acadêmicos" (ou seja, universitários) e "Cidadezinha dos Estudantes" (ensinos fundamental e médio). Muita gente jovem no meio da rua e bastante movimento, a despeito do frio. Mas, como me disse uma garota que conheci na rua, "esta temperatura de -10 é agradável. Ao final de janeiro estará fazendo -30". Na hora pensei: que bom e que ruim que não vou estar aqui nesta época...

Algumas coisas são indescritíveis: só vendo fotos pra entendê-las. Uma destas coisas é o caminhar na neve. A sensação é bem diferente do que caminhar na terra firme ou na lama, por exemplo. Não consigo descrever. O som do caminhar também é diferente: se piso na neve compacta, o som é um; se piso na neve que acabou de cair, é outro. Simplesmente indescritível. Outras coisas são bastante diferentes, como ver que o sol, nesta época do ano, não sobe até o meio do céu. Como a cidade está mais para o norte, e devido à inclinação da Terra pelo fato de aqui ser inverno, o sol de meio-dia não passa da altura do sol das 16 h aí no Brasil. Mesmo assim, o sol é vital: percebe-se claramente a diferença de temperatura entre áreas sombreadas e áreas nas quais o sol bate diretamente. Outra coisa bem diferente é ver as árvores peladas, sem nenhuma folha, cobertas de neve. Você pensa que elas estão mortas, secas, e quando tente quebrar um galho percebe que elas estão bem vivas. Não sei como conseguem sobreviver!

E lá fomos nós caminhando, passando por ruas cheias de árvores dos dois lados -- e dos dois lados parece que há uma infinidade de árvores de natal de um lado e de outro, com as árvores cheias de neve ladeando o caminho inteiro... Bastante bonito. Outra coisa legal de ver são as casas antigas da cidade: a base é de pedra, mas as casas são totalmente de madeira. Não é à toa que direto ocorrem incêndios por aqui, como uma outra garota me disse.

De repente me vi em frente a um parque, tipo um "parque da cidade". E lá fui eu andar pelo parque. Até que não estava tão frio. Apenas dois rapazes soltando bombinhas (amanhã é ano novo!) e alguns pouquíssimos transeuntes cortando caminho por dentro do parque. Pra mim é uma visão muito bonita: tudo coberto de neve, e neve em seu estado natural, sem ser pisada pelo ser humano. Fico parado admirando a beleza do lugar, até que passa por mim uma senhora e me diz: "ei, se você ficar aí parado por muito tempo vai congelar. Cuidado com seus pés!" Agradeço e subo em um tronco de árvore pra continuar admirando o local. Hoje posso ficar mais tempo do lado de fora: estou com a malha térmica por baixo e quase não sinto frio. Fotos, fotos e mais fotos.

Saio do parque e vou em direção à ponte, indo para o "lado de lá" da cidade. Mais fotos: da ponte é possível ver a principal estação ferroviária de Irkutsk e seus inúmeros trens que vão para inúmeros lugares. Ao lado o rio Angará perfeitamente visível neste momento: como o sol está "a pino", a névoa já se dissipou e dá pra ver a cidade inteira (quando está frio não dá pra ver muita coisa). Água límpida no rio (ou pelo menos assim parece, já que consigo ver as pedras no fundo do rio), apesar das indústrias rio acima. Cruzo a ponte e dou de cara com uma igreja ortodoxa: fotos e mais fotos, é claro. Resolvi pegar o caminho mais frio pra se caminhar, seguindo a margem do rio, pois queria ir até o monumento ao czar Alexander III. No meio do caminho vejo um monumento para os mortos na Segunda Guerra Mundial e um busto do Gagarin (estou no "Boulevard Gagarin"). Um louco navega pelo rio -- sim, louco, pois apesar do sol e da temperatura "agradável" está nevando e no rio deve ser naturalmente mais frio devido à imensa quantidade de água. Até que finalmente chego ao monumento ao czar Alexander III: a estátua realmente é imponente.

Resolvi seguir para o centro da cidade pela rua Karl Marx, e o primeiro prédio é o Museu Regional (que não visitei, pelo menos não hoje). Em seguida um complexo bastante interessante: um museu, o estádio da cidade e um teatro. Digo "complexo interessante" porque fiquei imaginando: como será o encontro entre os distindos grupos que visitam tais lugares? Coisa da União Soviética, sem dúvida: "integrar todos os povos, todos os grupos..." E assim vamos integrar aqueles que se interessam por cultura com aqueles que se interessam pelo esporte.

Caminhar pela rua Karl Marx é interessante porque há uma série de casas do século XIX: dá pra ter uma idéia da arquitetura do local mais de cem anos atrás. E interessante também pelos contrastes: de um lado casas de madeira, de outro prédios do século XX e uma estátua do (meu querido) Lênin, indicando o caminho a ser seguido. E a neve continua. Enquanto isso, vejo 4 carros -- duas Mercedes, um Hyudai e um Lada -- serem removidos por um guincho -- alguma coisa fizeram de errado. Mas o guincho não é como no Brasil: aqui eles colocam uns cabos nas rodas do carro e o levantam no ar até que o carro esteja em cima do caminhão do guincho. Arriscado, mas interessante. Tudo devidamente fotografado e filmado.

Continuo pela rua Karl Marx: mais prédios antigos, "portões" de gelo e armamentos da Segunda Guerra Mundial em um pequeno museu a céu aberto. Mais casas de madeira, o que é interessante pra mim. Ao final da rua, entro pela parte antiga da cidade, com casas e mais casas todas de madeira: é a parte na qual moravam os "Decembristas", revolucionários que em dezembro de 1825 tentaram dar um golpe de estado para acabar com a monarquia russa e melhorar as condições de vida da população. Muitos dos que não foram mortos vieram parar em Irkutsk: à época, apesar do comércio da cidade com a China e com o Japão e das grandes possibilidades que tal comércio trazia, vir parar aqui era o mesmo que "estar morto".

O passeio termina na Praça Kirov, local no qual há um prédio administrativo, três igrejas -- uma católica e duas ortodoxas -- e a praça propriamente dita, cheia de esculturas no gelo e com uma grande árvore de natal no meio, em frente a um escorregador feito também no gelo e no qual todos -- crianças e adultos, inclusive eu -- se divertem. Atrás do prédio administrativo há o "fogo eterno", tão comum na Rússia, em respeito àqueles que faleceram na Segunda Guerra Mundial.

Nisso já são quase 18 h e o dia já está escuro -- começa a escurecer a partir das 16:30 h. Pensei em voltar para o albergue a pé, mas meu joelho direito já não estava mais dando conta. Então peguei um ônibus e voltei pra cá, morrendo de cansaço e com fome, mas satisfeito por ter visto coisas que meu colega irlandês disse "não existir" aqui na cidade (ver a postagem de ontem pra entender este comentário).

Enquanto estive fora chegou mais um rapaz para ficar no albergue, um alemão. Ele é historiador, e acho que vamos nos dar bem por causa disso. Ele não fala inglês muito bem e, como está na Rússia já há 4 meses fazendo uma pesquisa, só pensa em russo e fala o tempo todo em russo. Acho isso ótimo: vou ter com quem praticar meu russo, que pelo que percebi está meio enferrujado :P Mas imaginem a situação: um brasileiro que não fala alemão conversando com um alemão que não fala português, isso tudo em russo... Vai ser divertido.


Para o Lele

lobosinistro

Eu por aqui

Ehhhhhh!
Finalmente um computador na minha frente, hehehe. Pena que aqui nao tem o Firefox, o que significa que minha postagem devera ficar visualmente meio baguncada. Mas e a vida. Melhor postar por aqui do que ficar mandando e-mail pelo celular, como fiz anteriormente, e gastando uma fortuna -- afinal de contas, se mandar e-mail no Brasil para o Brasil ja e caro, imagino qual nao vai ser o preco dos e-mails mandados daqui. Mas deixo pra pensar nisso so depois.
Outra coisa -- obvia -- que voces ja devem ter notado: nao havera nenhuma palavra com acento. Culpa dos teclados russos, que nao permitem a acentuacao em portugues. Eu acho horrivel, pois digito muito rapido e estou acostumado com os acentos. Entao toda hora tenho de voltar e apagar os caracteres que aparecem quando aperto as teclas dos acentos... Mais uma vez, e a vida.
Minha ideia original era publicar aqui todo dia, porque disseram-me que no albergue tinha rede sem fio -- e tem, mas nao estara funcionando ate dia 3, quando provavelmente sairei daqui. Assim, nao sei se vai dar pra publicar todo dia como eu queria, mas vamos la ver no que vai dar. De todo jeito, tenho algumas coisas ja escritas no computador, que publicarei assim que possivel -- significa dizer que, eventualmente, havera alguma postagem anterior que, na verdade, e nova.
Ha tanta coisa pra dizer que nem sei por onde comecar! Mas acho que vou fazer um corte a partir do momento em que cheguei em Moscou, ja que algumas coisas da propria viagem ja foram descritas -- ainda que apenas de leve. A chegada aquela cidade foi uma burocracia so: como disse na outra postagem, foi um tempinho esperando as tias decidirem qual ia ficar em qual cabine pra fazer o controle dos vistos. Quando chegou a minha vez, uma serie de perguntas do por que de eu estar aqui; o que eu ia fazer; por que meu visto agora era "comercial", se das outras vezes era de estudante; e ela chegou ao absurdo de perguntar por que eu tinha vindo a Russia tres vezes nos ultimos tres anos. Burocracia "incrivel". Mas ate que comigo foi pouco: na minha frente havia um rapaz com aparencia de caucasiano, e pra ele ela fez milhares de perguntas (pra quem nao sabe, ha um forte racismo dos russos em relacao aos caucasianos; vale lembrar que a Chechenia fica no Caucaso).
Surpreendi-me positivamente na hora de pegar a mala: nao apenas ela nao nao se perdeu (nao que isto seja comum, mas ja aconteceu uma vez) como ja estava la, prontinha pra ser pega, quando sai do controle de imigracao. Tambem pudera... Depois de 30 minutos, era impossivel a mala nao estar ainda la.
Encontrei-me com meu amigo Alexei em seguida, e com ele estavam todos os meus casacos e coisas do tipo que eu havia deixado aqui: sueteres, gorro, luvas, cachecol, bota e o meu lindo, maravilhoso e quentinho casaco azul, hehehe. Nao que eu houvesse sentido frio -- o tempo todo dentro do aviao, ou entao no aeroporto, lugares nos quais nao ha como sentir frio. Mas eu sabia que, se chegasse a Irkutsk sem nada, morreria de frio, mas felizmente o Alexei estava por ali pra me ajudar. Peguei tudo, ja troquei meu sapato pela bota, peguei a luva e tudo mais, e fiquei prontinho pra enfrentar o friozinho de Irkutsk.
Mas antes de chegar aqui, a epopeia do voo. O mesmo estava marcado pras 21:15 h. Fiz o check-in bem antes, por volta das 19:30 h (antes do Alexei me pagar uma deliciosa salada). Entrei no saguao de embarque, apos passar por um rigorosissimo controle anti-bombas (todos ficam so de calca e camisa, sem nenhum tipo de casaco, sapato ou algo do tipo -- ate mesmo o cinto temos de tirar), la estava eu no portao de embarque, todo feliz, alegre, contente e cansado... Quando vejo que o voo fora adiado para as 23:05 h. Simplesmente adiado, sem nenhum motivo especifico. "Sacanagem", pensei eu, mas vamos la. Fiquei rodando pelo aeroporto, que e no maximo do tamanho do de Brasilia, e apos andar por la umas 10 vezes, fui novamente ver o voo. E ai comecou a danca dos portoes: o voo mudou nada menos do que 5 vezes de portao. Todo mundo puto, cansado, mas finalmente o voo saiu -- as 00:45 h da manha. Um "belo" atraso, digno do Brasil. Mas mesmo assim foi legal. Deu pra perceber algumas caracteristicas dos russos neste momento todo -- algumas bem semelhantes com as do brasileiro. Escreverei sobre isto apenas posteriormente, em meu outro blog.
A viagem foi outra atracao. "Apaguei" quase instantaneamente -- afinal, nao sou de ferro, e apos 15 horas em avioes, apos quase seis horas de voo atrasado e cinco fusos horarios distintos eu estava um caco. Mas antes de dormir duas coisas me chamaram a atencao: 1) O aviao era alemao (nao era Boing ou Airbus); 2) Antes de levantar voo, o aviao deu uma escorregadinha na pista, no gelo, mas foi assim mesmo. E o medo que deu daquele troco sair da pista... Mas deu tudo certo.
Cinco horas e vinte depois, e mais cinco fusos horarios (totalizando as 10 horas de diferenca entre aqui e o Brasil), cheguei em Irkutsk. Como ja disse, assim que desci do aviao estava -23 graus -- e agora eu os estava sentindo na pele, ja que aqui em Irkutsk o "aeroporto internacional" nao tem pontes de embarque, o que significa dizer que o aviao para no meio da pista e a gente vai pro aeroporto num onibus. Alem disso, a entrega de bagagens e algo altamente avancado: apenas uma esteira na qual as malas saem. Beeem diferente de Moscou... E bem interessante, porque todo mundo se ajudando, todo mundo pegando malas uns dos outros, num esquema bem diferente da frieza de Moscou (bem que meu amigo Guilherme me disse). Depois de meia hora, mais ou menos, la estava eu saindo com minha mala de 20 kg e minha mochila com mais 6 kg...
... E, logo ao sair, ja vem milhares de taxistas, como urubus sobre a carnica. Engracado: um se aproxima e pergunta se voce quer taxi. Os outros ficam ao redor, meio que esperando. Se voce diz que nao, vem um segundo, com outros ainda esperando, e assim sucessivamente. Enfim, veio o primeiro e me perguntou pra onde eu ia. Falei o endereco e ele disse que sabia onde e. Perguntei o preco e ele disse que nao era muito perto. Perguntei o preco de novo e ele perguntou se eu tinha so isso de mala. Perguntei o preco de novo e ele me perguntou se era so eu ou havia mais alguem. Perguntei o preco de novo e ai sim finalmente ele me respondeu: 500 rublos. Falei que estava caro, ele abaixou pra 400 rublos. Disse que ainda estava caro e fui virando as costas, em direcao a outro taxista. Ele perguntou quanto eu oferecia, eu disse 200, ele pediu 300 e eu finalizei dizendo "meio-termo": 250 rublos. E ele aceitou, hehehe. Nada como uma boa pechincha na hora de pagar algo por aqui. (Pra voces terem ideia dos precos em reais, dividam o valor em rublos por 12).
Em seguida tomei contato com uma das coisas que mais tem me chamado a atencao por aqui: o fato de que a grande maioria dos carros serem a direita, ou seja, o volante e do lado direito. A maioria dos carros e Honda, Mitsubishi, Hyundai ou Subaro, e a grande maioria tem o volante do lado direito. Disseram-me que e pelo fato dos carros virem diretamente do Japao pra ca. Mas o transito e "normal", indo do lado direito e voltando do lado esquerdo.
No meio do caminho, o motorista do taxi perguntou de onde eu era e, apos a resposta, ja aquela coisa de "futebol", "Ronaldinho" e "carnaval". Pensei em sacanea-lo, dizendo que Irkutsk (na Siberia) e so gelo, vodka e urso, mas deixei pra la. Ele entao quis me ensinar um monte de palavrao e saiu falando um monte de coisas. Algumas eu guardei, outras nao, tamanho era meu cansado. Mas eu o recompensei com um cartao postal de Brasilia, e ele ficou todo feliz por isso.
Chegando ao albergue, tudo tranquilo. Tomei um belo de um banho e matei a saudade de uma das coisas que gosto muito daqui: banheira! Acho que fiquei quase uma hora no banho, deitado na banheira (o planeta Terra que me perdoe, um abuso ecologico, mas eu estava precisando). Em seguida, esperei o corpo esfriar um pouquinho e me mandei pro centro da cidade.
Irkutsk tem mais ou menos 600 mil habitantes, e parece que todo mundo estava no centro da cidade. Compreensivel, pois os russos dao presentes uns pros outros na festa do Ano Novo, e acho que todo mundo estava saindo pra comprar coisas pra festa. Tentei encontrar algum lugar pra trocar dinheiro, mas nao encontrei. Estranho: em Moscou tem uma casa de cambio em praticamente todas as esquinas. Dei uma volta, pensei em comer algo mas, como nao estava propriamente com fome e como ficou mais frio ainda (e eu nao estava com a roupa termica por baixo), acabei voltando pro albergue. Tentei ao maximo ficar acordado ate mais tarde, pra me acostumar com o fuso horario, mas nao aguentei: as 19:30 h ja estava dormindo feito uma pedra.
Acordei hoje as 3:15 h da manha. Mandei algumas mensagens, li um pouco sobre a cidade e fui dormir de novo. Acordei as 9:15 h da manha, tomei cafe, arrumei minhas coisas e sai pra passear pela cidade. Mas este passeio (o de hoje) sera contado apenas em outra postagem, ja que esta ja esta bem grandinha e eu ainda tenho uns e-mails pra mandar antes de voltar pro albergue. Entao e isso, meu povo. Por hoje e so. Em breve mais coisas!

29 de dezembro de 2007

Irkutsk!

A chegada a Irkutsk foi diferente do que eu estou acostumado em aeroportos (ohhh, como se eu viajasse tanto assim, mas enfim...). Primeiro porque o avião parou no meio da pista, e aí apareceram dois ônibus que se entupiram de gente até o prédio do aeroporto. Segundo porque havia dois vôos chegando praticamente no mesmo horário, e há apenas uma esteira no aeroporto -- isto mesmo, apenas uma esteira pras malas de umas 500 pessoas. E a esteira deveria ter uns 10 metros de diâmetro, se muito... E terceiro por causa do frio: apesar do sol, estava fazendo -23 graus. Sorte a minha meu amigo Aleksei ter ido me encontrar no aeroporto de Moscou com minhas roupas de inverno, senão eu estaria frito... Ou melhor, congelado!

Depois de uma meia hora esperando até que minha mala aparecesse, lá fomos nós para o albergue. E logo de cara a primeira surpresa: a negociação do táxi. Disseram-me que do aeroporto ao albergue custaria uns 200 rublos. Mal saí da sala das bagagens e já vieram 3 taxistas se oferecendo. O cara sugeriu 500 rublos; no final saiu por 250 rublos.

A chegada ao albergue foi outra coisa: achei que não tinha ninguém. Toquei a campainha umas 3 ou 4 vezes, até que finalmente a Sveta (fiquei sabendo o nome depois) veio abrir a porta. O lugar é bem agradável: ainda que o albergue fique longe da cidade, por dentro ele é bem aconchegante. No total são 8 camas, distribuídas em 3 beliches em um quarto e em outras duas camas no outro quarto, para aqueles que queiram mais privacidade. Os banheiros são coletivos, mas limpinhos; e a cozinha está à disposição de todos, com fogão e geladeira (não há microondas). Cada um usa o que é necessário e -- como é a regra em todo albergue -- limpa o que usou.

Há apenas um rapaz aqui no albergue, um irlandês. O cara é gente boa, mas cai um pouco no estereótipo do "anglo-saxão inculto": cheguei e ele estava dormindo. Acordou, se apresentou, aquela conversa inicial de "de onde você é e o que você faz na vida", e voltou a dormir. Fui tomar banho e, quando voltei, ele acordou novamente. Perguntei pra ele (com toda educação) o por quê dele só ficar dormindo, ao invés de sair e conhecer a cidade, e ele me disse que "aqui não há nada pra conhecer. Só vim ver o lago Baikal e depois de amanhã vou embora". Eu estava cansado demais pra discutir com ele sobre os méritos da cidade para além do lago.

Tomei um belo banho -- que já não tomava há 2 dias --, me vesti (não muito adequadamente) e vazei para a cidade, não sem antes pegar todas as informações sobre transporte público por aqui. Já tinha o mapa da cidade na minha cabeça (guias turísticos são uma ótima companhia durante longos vôos), mas ainda ganhei um outro mapa, fornecido pelo povo do albergue, com os números dos ônibus que vão para e vêm do centro. No entanto, pelo menos quando saí do albergue, estava ainda imbuído do espírito de viajante e resolvi caminhar pelas redondezas ao invés de imediatamente pegar o ônibus. No entanto, como eu havia me esquecido de colocar a proteção pro frio embaixo da calça jeans, senti mais frio do que imaginei (ainda que o tempo estivesse esquentando: já estava -20 graus) e peguei um dos ônibus direto pro centro. Quando sentei no ônibus o cansaço bateu, e eu resolvi apenas dar uma volta dentro do ônibus mesmo pra ver a cidade (o trajeto do ônibus é meio que "circular", ou seja, ele fica rodando sempre pelos trechos). Paguei uma passagem só (10 rublos) e fiz um mini city-tour de dentro do bus. Não quis demonstrar (mais ainda) que era turista, e por isso não tirei nenhuma foto enquanto estava no ônibus.

Ao retornar ao albergue, aquela passadinha básica nos mercadinhos ao lado pra comprar comida e voltei pra "casa".

Bom, por enquanto é só isso. Tenho mais coisa pra dizer, especialmente no que diz respeito à zona no avião vindo pra cá, mas isso vai ficar pra depois. Tô morrendo de sono e, sentado aqui no computador, dá mais sono ainda. Vou tentar ficar acordardo ao máximo pra já fazer a mudança do fuso horário... Vamos ver no que vai dar.


Irkutsk

Depois de muitas peripécias, que serão devidamente contadas em seu devido tempo, cheguei em Irkutsk. 11 h da manhã aqui, 1 h da manhã no Brasil. Temperatura: -23 graus.


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28 de dezembro de 2007

Bom demais...

Tava bom demais pra ser verdade!

Por algum motivo que desconheço, o vôo pra Irkutsk atrasou. E não foi pouco não: duas horas de atraso :( O vôo só vai sair daqui às 23:05 h. Enquanto isso, eu fico rodando pelo aeroporto, que nesta parte é do tamanho do de Brasília...


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Enviado usando um telefone celular Sony Ericsson

Burocracia

Acabei de chegar em Moscou. Ainda que já tenha vindo aqui tantas vezes, não amorim entender tamanha burocracia na chegada! Tô há 15 min numa fila que simplesmente não anda porque as mulheres estao discutindo quem vai ficar em qual cabine!


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Enviado usando um telefone celular Sony Ericsson

E lá vamos nós

Rumo a Moscou. Vamos ver se a eficiência daqui pra lá é a mesma de antes.

A propósito, estar na Europa é bom: já falei em português, em inglês, em russo, em espanhol e até relembrei algumas coisas em francês!


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Enviado usando um telefone celular Sony Ericsson

Chutando...

Estou chutando o horário. Por que? Porque estou no avião a caminho de Moscou -- e não faço a mínima idéia de que horas são. Pelo tempo de vôo, devo estar sobrevoando a Hungria ou a Ucrânia no momento. Não tenho como ter certeza de nada, pois olho pela janela e só vejo uma coisa -- a cor branca da neve que toma conta de tudo.

Quando estava indo de Brasília pra São Paulo ontem de manhã, tudo que eu via era o verde: o verde das plantações de diversos tipos de culturas. Sobrevoando a Europa, vejo uma paisagem completamente diferente: passei pelos Pireneus (divisa natural entre Espanha e França), depois pelos Alpes suíços (divisa entre a Suíça e a Itália) e, dos Alpes para cá, apenas branco, branco, branco...

Outra coisa interessante de se notar é o comportamento das pessoas de acordo com sua nacionalidade. No aeroporto na Espanha percebi que os europeus têm uma forma de se postar em público; já americanos e ingleses têm outra. Acho que não é muito necessário explicar a maneira prepotente como os americanos e ingleses se colocam em relação aos demais: chegam falando alto e reclamando de tudo, como se os EUA fossem o céu na terra. Bando de fdp...

Outra curiosidade que notei na Espanha: a consciência ecológica dos europeus. Tudo deles estava em sacos de papel -- muito mais biodegradáveis do que sacos plásticos. Reparei que os americanos presentes no aeroporto na Espanha estavam cheios de plástico (e eu também), e os europeus apenas com saquinhos de papel pra tudo. Os copos para tomar as coisas também: fui tomar um cappuccino na Starbucks (não queiram saber quanto foi) e o café feio num copo de papel. Pedi um outro copo com água e veio copo de papel. Tudo em papel. Um barato!

Ainda mais para se notar: o tratamento das aeromoças da Espanha para a Rússia é bem diferente do de São Paulo para Madri. Notei que no primeiro vôo os comissários de bordo (todos europeus) nos tratavam com um levíssimo ar de superioridade -- talvez se achando "europeus" e os demais "latinos". Dá pra perceber a maneira que eles tratam as pessoas no avião de acordo com sua nacionalidade: eram muito mais amáveis e sorridentes com os espanhóis que estavam voltando pra casa do que com os brasileiros que estavam indo para a Espanha. A diferença é quase imperceptível, mas não impossível de ser notada por quem tem bons olhos. Já agora, no vôo pra Moscou, é diferente: talvez por acharem que todos são europeus, os comissários tratam a todos da mesma maneira, sem distinção nenhuma. Até pensei em deixar meu passaporte à mostra pra ver se mudava alguma coisa, mas como falta pouco (e, felizmente, consegui dormir um pouco neste vôo), deixa pra lá.

No mais eu acho que é isso. Não consigo mais ver o chão: apenas uma camada de nuvens brancas lá embaixo, que são as responsáveis pelo tempo "parcialmente nublado" que o comandante disse estar em Moscou. Daqui a pouco o sol se põe -- no inverno, em Moscou, como a cidade está bem para o norte, o sol nasce mais ou menos às 9 h da manhã e se põe às 16 h da tarde -- e eu vou chegar em Moscou já na escuridão. E aí é agüentar mais 4 horas de espera e depois mais 5 horas de vôo até chegar em Irkutsk amanhã de manhã -- vou chegar lá por volta das 8 h da manhã do dia 29 (hora local), quando no Brasil será 22 h do dia anterior. Esse mundo é grande mesmo!


Espanha

Cá estou eu na Espanha. "Apenas" -2 graus. E quando eu saí de São Paulo estava 27 graus... Uma boa diferença. E eu sem roupa de frio aqui -- todas as roupas estao na mala que foi despachada direto pra Moscou. Mas não tá tão frio quanto parece. E mesmo assim, é muito bom dar uma respirada profunda e sentir o ar gelado nos pulmões. Bom demais! (Pelo menos para os que adoram frio, como eu.)

Duas coisas me chamaram a atenção. A primeira foi a pontualidade de saída e de chegada do vôo. A saída do Brasil estava marcada para as 17:55 h de ontem, e foi exatamente neste momento que o avião acelerou na pista -- ou seja, ele já estava fechadinho bem antes disso. E a chegada em Madri estava marcada para as 6:15 h. E adivinhem que horas chegou? Errado! Chegou às 6:20 h. Um atraso de 5 min não é nada comparado com os nossos...

A segunda coisa que me chamou a atenção é a falta de tomadas aqui no aeroporto. É por isto que estou fazendo esta postagem pelo celular. Tem wi-fi de graça aqui, mas não tem tomada. E como eu quero economizar bateria pra assistir a mais um ou dois filmes nos vôos que ainda me faltam, preferi não colocar (ainda) a foto do aeroporto de Madri tirada na surdina (é proibido tirar fotos por causa do terrorismo).

Sendo assim, fico por aqui e vou comer algo, antes de enfrentar mais 3 h de vôo até Moscou e depois mais 5 h de vôo até Irkutsk, no Lago Baikal.

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Enviado usando um telefone celular Sony Ericsson

Começou bem

A viagem começou bem! Quando der faço uma postagem decente usando um computer. Agora tenho de desligar. "A Europa me aguarda" kkkkk

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Enviado usando um telefone celular Sony Ericsson

27 de dezembro de 2007

E eis que começa a aventura!

Aqui estou eu no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, São Paulo.

A viagem começou às 7:15 h da manhã, quando cheguei ao aeroporto de Brasília sendo levado por um grande amigo meu. Lá o check-in foi rápido: não demorou mais de 15 minutos. Check-in feito, fiquei rodando pelo aeroporto e procurando um desodorante, pois esqueci o meu em casa :( Fui ver os aviõezinhos subindo e descendo, fazendo hora até chegar o momento de embarcar.

Estava meio preocupado porque viria de Brasília para São Paulo, mas não diretamente pra Guarulhos. Por questões de horário e de preço, resolvi pegar um vôo pra Congonhas -- aquele mesmo aeroporto do fatídico dia 17 de julho... E, mesmo tendo bastante tempo disponível (o vôo estava programado pra chegar em SP às 11:15 h), ficou aquele friozinho na barriga -- "caos aéreo" que o diga.

O vôo saiu de Brasília com "apenas" meia hora de atraso -- o que significa dizer que ele não entrará nas estatísticas de vôos atrasados, pois estas só consideram vôos com mais de uma hora de atraso. Pra completar, havia tráfego aéreo em Congonhas, o que fez com que o piloto desse três voltas sobre Campinas, esperando a fila liberar. Pouso tranqüilo, para minha felicidade e alegria, hehehe.

Depois disso foi correr atrás de transporte de Congonhas pra Guarulhos. O ônibus da Gol saía apenas às 13:40 h; o da Varig às 14 h. Então lá fui eu pagar mais R$ 25 de "Airport Bus Service" (mesmo pagando isto, a passagem ainda ficou mais barata do que se eu tivesse ido direto pra Guarulhos). Cheguei aqui às 14 h, e achei que estava cedo -- pois o check-in pra Espanha (é de lá que vou pra Moscou) estava marcado pra começar às 15:30 h.

Aí lá fui eu tirar dinheiro (tinha só R$ 5 no bolso) pra envolver a mala naqueles plásticos legaizinhos, de forma que os carinhas do avião não a abram e roubem minhas roupinhas de frio. E lá fui eu, tranqüilo e calmo, pro guichê da Ibéria... Pra que? Pra ver a fila dando 5 voltas antes de chegar ao guichê. Resultado: fiquei quase uma hora na fila pra fazer um check-in que durou no máximo 2 minutos.

E agora cá estou eu. Arrumei uma tomada (aproveitando pra recarregar a bateria do meu filho) e quero ver se, antes de embarcar, consigo fazer este trocinho conectar em qualquer rede sem fio, pra poder publicar estas coisinhas "na hora". Independentemente disso, logo logo estarei de volta, inclusive com algumas fotinhas tiradas no avião, no aeroporto, e por aí vai... (Quem me conhece sabe que eu gosto de fotografar "um pouquinho".)

Pra terminar: como já disse antes, o avião vai pra Madrid, cidade cuja temperatura (vi ontem) está na faixa dos 5 graus. E na fila do check-in vi alguns rapazes de bermuda, várias garotas de sainha curtinha, saia rodada, ou vestidos bem "aerados", e de sandália baixa, toda aberta... Quero ver como estas piriguetes vão agüentar quando chegarem em Madrid!


Viajando...

Como muitos sabem, estou saindo de viagem hoje. Isto significa dizer que diminuirei bastante o número de postagens por aqui.

Mas não deixem de visitar o blog. Tentarei, na medida do possível, fazer postagens sobre os lugares visitados, os fatos vividos e as impressões sentidas durante esta viagem, para que todos possam compartilhar um pouquinho de tais momentos.

Abraços a todos e feliz ano novo!


26 de dezembro de 2007

Caracas

Daqui menos de 24 horas estarei viajando. É bom começar a arrumar a mala, não é mesmo? :P


25 de dezembro de 2007

Para quem gosta...

Eu suponho que a média de idade dos visitantes do meu blog seja relativamente baixa, por volta dos 20 anos (é uma suposição). Talvez muita gente não tenha pêgo o auge deste jogo. Mas, sem dúvida, é um dos melhores jogos que já fizeram.


Que venha o 4 no ano que vem! :D


Há 16 anos...

Cliquem neste link e saibam um pouquinho mais sobre um dos principais fatos geopolíticos recentes.


Interessante

Visitem o site abaixo e participem da iniciativa!

http://br.blackle.com/


Eu me rendo

Feliz Natal a todos!


24 de dezembro de 2007

Que massa!!!

Passar o Natal assistindo "O Poderoso Chefão".


É isso aí!

Às vezes meus cochilos são tão "firmes" que eu durmo até 3 h da manhã, ou então babo no sofá todinho... Hehehe...


Solucionador de problemas

Protegido

Graças a uma ótima ação do meu amigo Guilherme, agora estou relativamente protegido quando chegar aos -20 graus de Irkutsk: ele me mandou um monte de roupa de frio, e lá vamos nós em direção à neve!


Tadinho do meu nariz...

O ruim de arrumar casa é que meu nariz vai pras cucuias. Quem manda ter rinite?

Espirrando o dia inteiro...


Reflexões noturnas

Uma vez recebi determinada história que publico abaixo.

"Um homem estava ilhado em cima de sua casa decorrente de uma enchente que estava acontecendo em sua cidade. A força da correnteza o impedia de descer para fugir nadando.

"Este homem era um fervoroso cristão que considerava sua fé inabalável e, ao ver que poderia morrer ali, suplicou:

"- Deus, salva-me dessa enchente, salva minha vida, Senhor.

"Duas horas de espera, a água já estava subindo com uma velocidade impressionante. Foi quando este homem avistou um barco vindo em sua direção. O piloto do barco gritou:

"- Pule que vou te salvar.

"O homem que estava em cima da casa gritou:

"- Não! Deus vai me salvar.

"O piloto do barco tentou argumentar algum tempo, mas avistou mais gente necessitando de ajuda e acabou partindo, deixando o homem em cima da casa. Um tempo depois chega um helicóptero que plana sobre a casa desse homem e o salva-vidas no helicóptero grita:

"- Segure essa corda que vou te salvar!

"E mais uma vez, convicto de que seria salvo por Deus, ele respondeu:

"- Não! Deus irá me salvar.

"E mais uma vez, notando que perdia tempo ali, o helicóptero teve que partir.

"Após algum tempo em cima da casa o homem acabou morrendo. Chegando ao céu procurou a Deus e lhe perguntou:

"- Senhor, sempre fui fiel, sempre me dediquei à Palavra, e quando mais preciso de ti acabo morrendo. Por que deixastes, Senhor?

"E Deus responde: - Filho, tanto ouvi o que pedistes que mandei um barco e um helicóptero para te salvar."

Você que lê estas linhas provavelmente já conhece esta história. Se ela é tão batida, por que a publico aqui novamente?

Porque eu não entendo certos comportamentos das pessoas. Vivem dizendo que querem que Deus as ajude, mas não percebem quando a ajuda vem e acabam-na desperdiçando.

Todos queremos que Deus nos ajude, não há dúvida disso (pelo menos todos aqueles que acreditamos em Deus). Mas, muitas vezes, quando Ele nos manda a ajuda, não a aceitamos -- ficamos em dúvida: "será que é isto mesmo?", ou então dizemos "ah, não é isto que quero pra minha vida".

Por que fazemos isso?

Porque todos queremos a ajuda de Deus, mas queremos que Ele nos ajude do nosso modo, do jeito que nós achamos que é bom pra nós. Na verdade, vemos em Deus o mecanismo pelo qual nossos desejos deverão ser atendidos e satisfeitos.

Se Deus nos manda bênçãos, que ótimo! Mas se nos manda sofrimento e penúria, que horrível. Esquecemo-nos de que Deus nos manda exatamente aquilo que precisamos: se precisamos de sofrimento, Ele nos mandará o sofrimento; se precisamos penar, Ele nos mandará a penúria; se precisamos de alegria, Ele nos mandará a alegria. Afinal de contas, Ele não é perfeito e sabe exatamente do que precisamos?

Se a resposta à pergunta acima é "sim", então por que reclamamos da vida e dos problemas que surgem ao nosso redor? Ao invés disso, acho que deveríamos nos dar conta de que os males sempre vêm para o bem -- pois sempre aprendemos com o que nos acontece na vida. Deveríamos perceber que sempre estamos recebendo aquilo que Deus considera o melhor para nós (o que não necessariamente é o que nós, em nossa imperfeição, achamos que é o melhor pra nós). Acho que deveríamos aprender a não colocar a responsabilidade por nada do que nos acontece nos outros -- nem em Deus, nem em nenhuma outra pessoa (pois o que nos acontece na vida nada mais é do que uma reação à ação que tomamos anteriormente -- "para toda ação há uma reação oposta e de igual intensidade", já disse Isaac Newton). E -- mais importante -- acho que deveríamos aprender com tais altos e baixos a nos mantermos emocionalmente estáveis, sem tanto desespero pelo lado que chamamos de "ruim" da vida e, ao mesmo tempo, sem tanta euforia pelo lado que chamamos de "bom" da vida. Porque sempre as situações ruins serão sucedidas por situações boas, às quais se sucederão situações ruins, e assim sucessivamente. Acho que deveríamos nos lembrar de que não adianta nada chorar pelo leite derramado ou nos alegrarmos porque o leite não foi derramado: tudo está no caminho que foi planejado para nós e, principalmente, por nós mesmos.


23 de dezembro de 2007

Traduzam!

Eu não entendo...

Certas pessoas reclamaram que eu tirei muitas fotos delas em determinada festa que aconteceu na semana passada. Uma, inclusive, saiu mais cedo e ficou reclamando que o namorado ficou com ciúme por causa das fotos que eu tirei e, por isso, os dois tiveram uma leve briguinha.

... Mas estas mesmas pessoas que reclamaram do "excesso" de fotos agora as colocaram em seus álbuns do orkut...

Ué! As fotos não eram ruins?


:)

É legal receber notícias de quem a gente menos espera quando a gente menos espera.


22 de dezembro de 2007

Sem dúvida ;)

Sorte de hoje: A beleza em suas variadas formas atrai você.


Para refletir

Porque os casamentos duravam antigamente

(Recebi por e-mail.)

Frases retiradas de revistas femininas das décadas de 50 e 60:

"Não se deve irritar o homem com ciúmes e dúvidas". (Jornal das Moças, 1957)

"Se desconfiar da infidelidade do marido, a esposa deve redobrar seu carinho e provas de afeto, sem questioná-lo". (Revista Claudia, 1962)

"A desordem em um banheiro desperta no marido a vontade de ir tomar banho fora de casa". (Jornal das Moças, 1965)

"A mulher deve fazer o marido descansar nas horas vagas, servindo-lhe uma cerveja bem gelada. Nada de incomodá-lo com serviços ou notícias domésticas". (Jornal das Moças, 1959)

"Se o seu marido fuma, não arrume briga pelo simples fato de cair cinzas no tapete. Tenha cinzeiros espalhados por toda casa". (Jornal das Moças, 1957)

"O noivado longo é um perigo, mas nunca sugira o matrimônio. ELE é quem decide -- sempre". (Revista Querida, 1953)

"Sempre que o homem sair com os amigos e voltar tarde da noite, espere-o linda, cheirosa e dócil". (Jornal das Moças, 1958)

"É fundamental manter sempre a aparência impecável diante do marido". (Jornal das Moças, 1957)

E para finalizar: "O lugar de mulher é no lar. O trabalho fora de casa masculiniza". (Revista Querida, 1955)

CONCLUSÃO: Não se fazem mais revistas instrutivas como antigamente.


:(((

E o pior: daqui a pouco já é hora de acordar de novo. E eu com minha insônia nem vou conseguir dormir direito novamente...

:(((

:(

Fui tirar só um cochilo e acordei agora... Uma pena, pois eu queria muito ir à festa de hoje! Última festa do semestre...

:(


21 de dezembro de 2007

Adiamento

Por motivos diversos, a postagem que eu faria hoje à tarde terá de ser adiada para amanhã.

Após rodar muito na feira dos importados hoje, o jeito é tirar um cochilo agora, porque mais tarde tem festa... :D


Último compromisso

... Oficial antes da viagem: pegar o visto. Com ele em mãos (o que espero que aconteça daqui mais ou menos uma hora), fica faltando só pegar o avião e me divertir nos -25 graus que está fazendo em Irkutsk...

Ah, uma chance para aqueles alunos que não deram conta de passar, acham que a culpa é minha e, por isso, têm algum tipo de sentimento negativo em relação à minha pessoa: torçam pra que eu fique congelado na Sibéria, porque se isso não acontecer... Estudem!

Hehehehehehehehehe!


Saco

Irritam-me alunos que tiram nota baixa e vêm dizer que a culpa é minha.


20 de dezembro de 2007

Relato

Abaixo um pequeno relato de uma aluna minha que fez a minha prova de A3 e reprovou:

"sua prova naum tava dificil naum! eu q naum estudeiiiiiii então agora é nos no proximo semestre!!!!"

Quem quiser conferir é só entrar no meu perfil no orkut e ler o recado. Ele está lá e, pelo menos por enquanto, não será apagado.


Aguardem

Prezados visitantes,

Para amanhã à tarde, aguardem uma pequena postagem sobre os comentários surgidos na postagem intitulada "Agora é oficial". Algumas coisas serão ditas, gostem ou não... E se não gostarem, só lamento.


Estatísticas de Ciência Política

Número total de alunos: 226
Número total de alunos na A3: 57
Número total de alunos que não fizeram A3: 12
Número total de alunos que reprovaram por conta própria: 27
Número total de alunos reprovados: 39

Porcentagem em relação ao total de alunos que foram para a A3: 25,3%
Porcentagem de alunos que reprovaram na A3: 68,5%
Porcentagem em relação ao total de alunos que reprovaram: 17,25%

Maior número de faltas: D1AN (304 faltas de todos os alunos da turma no período A2)
Pior média: D1AN (média 4,9 na A2)

Menor número de faltas: D1CN (66 faltas de todos os alunos da turma no período A2)
Melhor média: D1CN (média 6,5 na A2)


Agora é oficial

Uma vez entregues todas as pautas, acabou-se o que era doce. Alunos, só semestre que vem!


Para rir!!!

"Pérolas"

Uma pergunta trabalhosa, sem dúvida, mas não impossível de ser respondida com base no que foi dado durante todo o semestre. Abaixo, a pergunta e algumas respostas dadas na prova de recuperação.

2) Regimes totalitários são aqueles nos quais o estado controla todas as esferas sociais. Neste sentido, explique o porquê da associação errônea, mas geralmente feita, entre regimes totalitários e sistemas socialistas, levando em consideração, em sua resposta, os conceitos de legitimidade, de estado e de sistemas eleitorais. Explique em detalhes sua resposta, dando exemplo(s) práticos que justifique(m) sua argumentação.

RESPOSTA: O sistema de governo totalitário que de acordo com seus ideais acarreta todos os malefícios de um todo numa mera população de baixa capitalização, intervindo de toda forma possível nas vidas individuais, sendo o mesmo intacto de qualquer reação em cima do poder. O socialismo por sua vez não tem a mesma ideologia do totalitarismo mais tem suas limitações no sentido socialista.

O porquê disso é que pelo fato da forte penetração do Estado na sociedade abrange de tal forma os indivíduos que chegam a ficar sem total participação sem até vida ou direito de viver.



RESPOSTA: Porque ocorre o uso do poder sem o uso da força, onde se obtém sistemas eleitorais, para se escolher o candidato que irá representar a sociedade mesmo sendo em um regime totalitário que visa controlar todas as esferas sociais, sendo no estado onde se necessita de um representante, para tomar as decisões para a população. Ex.: através de melhorias para a sociedade ou de promessas que nem sempre serão cumpridas, por exemplo.



RESPOSTA: Bom no regime totalitário todos sabemos que é a o controle da vida do individuo, do sistema socialista, que procura o bem comum de todos, no sistema totalitário essa associação é errônea pelo fato de que o estado decide tudo, até o hopital em que o cidadão vai é o Estado que decide no sistema totalitario o pais que segue esse regime tem a legitimidade, pois tudo que isto conforme as leis, é legitimo, nesse sistema o cidadão tem que pensar da forma que o Estado deseja e se não for desta forma o Estado aplica uma forma de terror contra o cidadão. ao contrário do sistema socialista, em que o Estado quer o bem de todos.



RESPOSTA: Geralmente os sistemas totalitários são associados ao sistema socialista por causa do contro político e econômico. Ex.: no socialismo o Estado controla com mãos de ferro a questão política econômica pois nada foje aos olhos do Estado. Ou seja, é muito valorizado a questão política. Já a economia...

Assim como o totalitarismo o socialismo é muito controlador, porém ñ possui a mesma ideologia.

PS: Os erros não são de digitação; eles estão nos originais.


Acabou!

Finalmente o semestre acabou. Não ainda oficialmente -- isto só amanhã de manhã, quando eu entregar as pautas --, mas já não tenho mais provas nem trabalhos nem nada pra corrigir. Terminei de corrigir as últimas provas de A3 agora há pouco, já passei todas as notas no blog, conferi tudinho... Tudo certinho.

Agora é só esperar os alunos chorões irem reclamar da nota amanhã, pedindo ponto aqui e ali -- os quais, obviamente, não serão dados.


19 de dezembro de 2007

E eis que lá vai ele...

... Lá vai o carrasco. Prepara-se psicologicamente: "é só mais uma degola". Pega seu machado, sua insubstituível ferramenta de trabalho, e dirige-se pelos corredores escuros da masmorra em direção ao "réu".

Não se aflige com a aflição dos outros: "é a vida". Isenta-se de qualquer sentimento: pena, culpa, compaixão, insegurança. Está ali para fazer seu trabalho. Quem mandou o outro fazer algo de errado para, neste momento, estar no corredor da morte?

Alguns conseguem escapar em cima da hora -- afinal, lhes é dada uma última chance para a redenção, e alguns conseguem utilizá-la de maneira racional. Mas no geral a maioria ignora a chance e morre.

Sem problemas para o carrasco. Afinal de contas, no próximo semestre lá estará ele novamente, impassível, insensível, pronto para degolar os novatos que teimam em não seguir as regras, achando que "é fácil". Mais sofrimento, mas o carrasco não se importa. Ele apenas faz seu trabalho sem dó nem piedade por nada nem ninguém.

"É a vida".


Para rir

A situação abaixo se passou ao telefone.

A: Oi, tudo bem?

B: Tudo.

A: Você está em casa?

B: Claro! Se eu não estivesse, como você estaria falando comigo no meu telefone fixo?

A: Ah, deixa de besteira. Você entendeu. (Não, eu não entendi. É claro que, se estou falando ao telefone fixo em casa, eu só posso estar em casa, mas tudo bem.) Você vai sair daí?

B: Não.

A: Posso passar aí pra gente conversar?

B: Não.

A: Por que não?

B: Porque eu estou ocupado mexendo com pautas.

A: Não posso passar aí pra gente conversar rapidinho?

B: Não!

A: Você não tem nem mesmo 10 minutos pra mim?

B: Não. São 16:40 h e eu preciso terminar as pautas até 18:30 h porque ainda vou aplicar prova hoje.

A: Ah, você tá muito chato.

B: Não, estou realista. Eu não tenho tempo.

A: Ah, então também não vou falar mais com você.

B: Ok. (E desliga o telefone.)

É mole? Eu estou ocupado, digo que estou ocupado e a pessoa (louca) ainda quer porque quer conversar comigo! Difícil entender que quando estou ocupado não quero conversar?


"Paciência, paciência..."

(Original aqui)

Evo Morales e Lula têm algo em comum

“Paciência, paciência e paciência” foi o conselho que o presidente Lula deu aos bolivianos, em público, ao anunciar mais investimentos da Petrobrás no país vizinho. Talvez o conselho devesse ter sido dado aos que formulam as relações do Brasil com a Bolívia.

Governo e oposição concordam em dizer, na Bolívia, que o país está à beira de um perigoso conflito. A causa principal é o próprio presidente Evo Morales. Ele ensaiou o que chama de “refundação” da Bolívia com base numa constituição que mandou aprovar sem participação da oposição.

Entre outros itens bastante polêmicos, a constituição boliviana concede a populações indígenas e sua justiça comunitária o mesmo status de tribunais (com juízes que serão eleitos, em vez de apontados pelo Congresso). O documento, cuja legalidade está sendo contestada pela oposição, ajuda a dividir ainda mais um país ameaçado de rachar ao meio.

Em parte é responsabilidade direta de Evo Morales a atitude de muitos de seus seguidores, que qualificam qualquer forma de oposição ao presidente de conspiração emanada da “oligarquia branca”. O perigo de uma partição do país é real: as regiões mais prósperas e dinâmicas da Bolívia são as que não querem aceitar a constituição empurrada goela abaixo.

Quando Lula disse, na posse de Cristina Kirchner, que Evo Morales era “a coisa mais extraordinária” que havia acontecido na América Latina, ficou uma pergunta no ar. O presidente brasileiro estava se referindo a um fenômeno ou a um método? Ambos – o fenômeno Morales e seus métodos de governar – nada têm de novo nem de extraordinário na América Latina.

Evo Morales e Lula têm algo em comum, uma espécie de cacoete que se manifesta quando estão juntos: o velho hábito sindicalista de resolver coisas na base da conversa pessoal. O “extraordinário” Evo encontra-se com o “irmão mais velho” Lula e, no gogó, no fio do bigode, no tapa nas costas, resolvem que as relações entre dois países vão caminhar assim – “em resposta aos que queriam distanciamento”, como diz Lula.
Os erros de política externa brasileira em relação à Bolívia repetem-se com previsível monotonia. Está tudo nos manuais básicos de diplomacia: não interferir nos assuntos políticos do vizinho (que Lula fez ao endossar Morales antes das eleições); não tolerar quebras de contratos (que Lula obrigou a Petrobrás a fazer); não parecer apoiar um lado num conflito (que Lula obviamente faz com o uso político de estatais como a Petrobrás).

É bem ilustrativa a maneira como age a presidente do Chile (uma socialista com excelentes credenciais de resistência a uma ditadura), Michele Bachelet. A Bolívia tem com o Chile um velho e perigoso contencioso, que é a saída para o mar. Bachelet foi capaz de dar a Morales o tratamento que ele merece: cordial, formal, pragmático e calibrado na justa medida para não prometer nada que não tenha uma contrapartida.

O Chile não parece sofrer diante da Bolívia do mesmo complexo de culpa que o Brasil deixa transparecer – embora, do ponto de vista histórico (que Lula gosta de citar fora de contexto) os chilenos pudessem ser carimbados como “culpados” pelo fato dos bolivianos não terem direito ao mar. O governo brasileiro acha que a Petrobras é “culpada” pelo fato de ter investido e ganhado dinheiro na Bolívia? Que os plantadores brasileiros de soja na Bolívia estão “explorando” o país vizinho?

Outro jeito (errado) do presidente brasileiro ver o que acontece com o vizinho foi a comparação que fez, em La Paz, com a ajuda dada pela então Comunidade Européia a países como Portugal, Espanha e Grécia. Naquela época, uns trinta anos atrás, o dinheiro de Bruxelas (bombeado, sobretudo, por França e Alemanha) foi dado a Lisboa, Madri e Atenas sob condições bastante rígidas – sobretudo condições políticas.

Exigiu-se a manutenção de regimes democráticos pluralistas e abertos, o respeito total e completo a contratos e – no caso específico da Espanha – a entrada no pacto militar ocidental, a Otan (que os socialistas espanhóis fizeram). Se a história fosse lida em seu contexto por quem assessora Lula, as relações com a Bolívia poderiam ser diferentes.

Ninguém faz política externa entregando coisas de graça, ou sem contrapartida. Exigir respeito não é se comportar mal, nem prejudicar países vizinhos.


Elas não acabam mais!

Acho que algumas delas foram escritas por alguns dos meus alunos...








E mais outras...







E outras placas...



Mais placas



Placas



É cada coisa...

Não estrague seu dia

(Recebi por e-mail. Sem fontes.)

A sua irritação não solucionará problema algum.

As suas contrariedades não alteram a natureza das coisas.

O seu mau humor não modifica a vida.

A sua dor não impedirá que o sol brilhe amanhã sobre os bons e os maus.

A sua tristeza não iluminará os caminhos.

O seu desânimo não edificará ninguém.

As suas lágrimas não substituem o suor que você deve verter em benefício da sua própria felicidade.

As suas reclamações, ainda mesmo efetivas, jamais acrescentarão nos outros um só grama de simpatia por você.

Não estrague seu dia!

Aprenda, com a Sabedoria Divina, a desculpar infinitamente, construindo e reconstruindo sempre para o Infinito Bem.

André Luiz / Chico Xavier


Interessante, como (quase) sempre

(Original aqui)

Entre a inflação e a recessão

Eis as tensões que afligem a economia mundial e, pois, as bolsas e os mercados financeiros:

1. Há inflação no mundo. É puxada pelo preço de alimentos e de energia. No caso de alimentos, preços sempre dependem de fatores conjunturais – choveu, não choveu na hora certa, clima bom, clima ruim nos principais países produtores – mas isso acaba se ajeitando. Sobe hoje, cai amanhã. O problema atual é que se nota uma tendência de alta firme no preço da comida, em consequência do forte aumento da demanda nos países emergentes, especialmente na Ásia e, mais especialmente ainda, na China e na Índia. É da vida. Esses países crescem, a população ganha renda e… come mais. Mais demanda, oferta ainda atrasada, sobem os preços.

2. Claro que isso é também boa notícia para os países produtores, Brasil incluidíssimo. Há um poderoso estímulo para aumento da produção e assim funcionam as coisas. Pelo manual, a produção aumenta e os preços caem. Mas é difícil imaginar quando, pois a demanda cresce de maneira muito forte e consistente. E a produção agrícola tem enfrentado restrições ambientais pelo mundo afora. Ou seja, por enquanto ao menos, a tendência é alimentos caros.

3. Energia – na base acontece a mesma coisa. Países ganham renda, passam a consumir mais energia, de todos os tipos. E o próprio crescimento acelerado demanda energia. E neste caso, é ainda mais complicado para a produção alcançar a demanda. Por exemplo: é claro que vale a pena procurar petróleo mesmo em águas profundas e caras. Mas isso não se faz do dia para a noite. Idem para a construção de hidrelétricas ou usinas nucleares. E também há restrições ambientais para a instalação de todos os tipos de usinas.

4. A inflação nos EUA está rodando um pouco acima dos 4% ao ano. Isso no índice cheio. Retirados os preços de alimentos e energia, a inflação cai para menos de 2%. O Fed, banco central dos EUA, olha para o núcleo, pois comida e energia são muito voláteis, diz o ensinamento tradicional. De fato, esses preços continuam sendo voláteis, mas em patamares cada vez mais elevados.

5. Por outro lado, esses são problemas da expansão econômica muito forte pelo mundo afora. Bons problemas, digamos assim. Nesse caso, bastaria que os bancos centrais elevassem os juros e, assim, segurassem o ritmo de crescimento.

6. Mas aí tem a crise do crédito. Há um ambiente desconfiança no sistema financeiro – há créditos podres e investimentos perdidos, mas ainda não se sabe a extensão e a profundidade do buraco e quem, quais bancos estão dentro dele. Na dúvida, investidores não emprestam para bancos e estes não emprestam entre si nem para os clientes, dado o temor de que o freguês esteja quebrado. Consequência: crédito escasso (crise de liquidez) e juros mais altos, e, se continuar assim, recessão, pois a economia não anda sem capital e crédito.

7. Nesse ambiente, os bancos centrais deveriam reduzir os juros e dar dinheiro ao mercado (emprestar mais para os bancos). É o que fizeram, é o que estão fazendo. Mas não estariam colocando fogo na inflação?

8. O medo: no esforço contraditório de combater ao mesmo tempo a inflação e a recessão, o mundo pode cair na pior combinação possível, a estagflação, estagnação com inflação.

9. A esperança: se os remédios funcionarem a tempo, o mundo sofre uma desaceleração nos próximos meses, com preços contidos. Cresce menos, mas também com menos inflação.

10. Sim, a crise do crédito começou nos EUA, no setor imobiliário, mas tudo o resto está espalhado pelo mundo. Globalização funciona para os dois lados. Quando o mundo cresce, todos vão. Quando dá problema, todos apanham.


Arruda estava errado?

(Original aqui)

Setor de telemarketing vai combater uso do gerúndio
Livro com orientações está sendo distribuído para os viciados em gerúndio.
Iniciativa é da Associação de Telesserviço; setor emprega 750 mil pessoas.

Acusado de ser o grande responsável pelo uso abusivo do gerúncio, o setor de telemarketing quer mudar essa imagem. Para isso, a Associação Brasileira de Telesserviço decidiu agir e não apenas "estar pensando no assunto". Um livro com orientações está sendo distribuído para os viciados em gerúndio.

O setor de telemarketing cresce 10% ao ano e emprega 750 mil pessoas. A batalha contra o uso abusivo do gerúndio vai exigir muita aula, muita leitura. As aulas de português ensinam que o gerúndio é um tempo de verbo para ser usado em casos de ações duradouras e não para enrolar os outros.

"O gerundismo pega mal toda vez que você usa gerúndio para fazer referência a um processo que é pontual, não tem caráter de continuidade. Amanhã vou estar enviando um email, o fato de enviar email é pontual, então o gerúndio é usado de forma abusiva, de maneira automatizada", diz o professor de português Eduardo Antônio Lopes.

"O operador só tem sua voz para transmitir entusiasmo, simpatia, se ele não falar bem o cliente do outro lado vai sentir esse contato cansativo, muito desagradável", diz o presidente da Associação Brasileira de Telesserviço, Carlos Humberto Alegretti.


Pequena novidade

Meus caros visitantes,

Uma pequena novidade no site: logo abaixo da previsão do tempo para Taguatinga coloquei a previsão do tempo para Moscou. Assim vocês poderão ter uma idéia de como está a temperatura por lá enquanto eu estiver viajando...

Pena que não consegui (ainda) colocar a temperatura de Irkutsk, onde estarei na primeira parte da minha viagem. Mas, pelo que vi na internet, hoje estava -1 grau em Moscou e -20 graus em Irkutsk...

... E dizem que no início de janeiro é ainda mais frio.


18 de dezembro de 2007

Sobre a viagem

Amigos queridos, especialmente minha Chuzita:

Não se preocupem! A viagem vai sair sim. Na próxima quinta-feira eu vou pra SP e de lá pra Madri, depois pra Moscou e, finalmente, para Irkutsk ("só" 11 fusos horários a mais que aqui).

Minhas leves reclamações nos últimos dias dizem respeito a lugares nos quais eu havia planejado ficar e agora terei de ficar em outros mais caros. Passaram a perna em mim :( Tadinho de mim! kkkkkk

Por exemplo: eu havia feito a reserva em um albergue em Irkutsk. E hoje eles me mandaram um e-mail dizendo que minha reserva foi cancelada porque vai um grupo de finlandeses -- e é claro que eles preferem perder um hóspede do que um grupo de 8 pessoas. Normal, nada mais lógico, mas nessa "brincadeira" eu vou ter de mudar de albergue e ficar em um que cobra 4 euros a mais por dia...

Portanto, fiquem tranqüilos: com certeza mandarei sms/e-mail dizendo "eu estou aqui, você não está, lá lá lá..." :P

De todo jeito, agradeço o apoio que venho recebendo de várias pessoas! E tenham a certeza (especialmente Lelê e Chuzita) que lembrar-me-ei especialmente de vocês quando estiver por lá.


Falta pouco...

Pois é, falta pouco para o semestre oficialmente acabar. Amanhã de manhã e à noite aplico as últimas provas de recuperação e, se tudo der certo, na quinta-feira entro oficialmente de férias.

Mas minha experiência diz que a coisa vai demorar um pouco mais. Afinal de contas, sempre tem os alunos chorões que vão se humilhar na minha frente pedindo ponto, e que vão sair da sala putos de raiva porque eu não vou fazer nada disso. É a vida.

Enfim, pretendo colocar uma nova estratégia em prática e, se der certo, adeus aborrecimentos. Só preciso esperar até amanhã pra ver no que vai dar... :P


Como eu disse ontem à noite, adoro desafios porque eles me estimulam.

E foi o que aconteceu de ontem pra hoje. Ainda que eu não tenha resolvido totalmente o "pequeno" problema que surgiu ontem, sem dúvida alguma o mesmo será solucionado em breve (hoje ou amanhã). E o que mais me agrada -- a solução será melhor do que eu havia pensado (pelo menos é o que tudo indica).

Pra completar, meu computador está funcionando redondinho agora... Que mais quero eu? :P Por enquanto tá ótimo!!!


Desafios...

Mais um desafio surge para a minha viagem. Parece que a inveja de muita gente tá funcionando, porque nunca vi! Tá tudo organizadinho e, de repente, merdas começam a acontecer. Parece que tem gente querendo que eu não viaje, ou então tá com inveja, e ficam colocando olho gordo. Sai pra lá!

Mas, por outro lado, é bom. É bom porque eu adoro desafios e, quanto mais difíceis, melhor. Já passei por cima de um dos problemas, e espero passar por cima do segundo amanhã. Se Deus quiser vai dar tudo certo. E se Ele não quiser, vou tentar fazer um lobby com seus assessores mais próximos pra ver se Ele dá um jeitinho... Afinal de contas, sou brasileiro! :P

E saiam pra lá! Se estão com inveja, trabalhem muito, agüentem muitos alunos chatos, apertem os cintos e corram atrás! Tira o olho do que eu consegui por esforço próprio!


Talvez...

Talvez eu seja uma pessoa fria e insensível ao problema financeiro que "eu" causo aos outros quando reprovam por um ponto.

Talvez eu seja uma pessoa fria e insensível quando estou na casa de alguém após um filme e resolvo ir embora porque tenho de trabalhar no dia seguinte.

Talvez eu seja uma pessoa fria e insensível porque falo sobre assuntos "delicados" com naturalidade, espantando aqueles que estão ao meu redor.

Talvez eu seja uma pessoa fria e insensível porque, quando vejo outros se dando mal, digo "é a vida" ou "que pena!".

Talvez...

... Existem tantos "talvez" que os outros tentam impor sobre minha pessoa!

Mas querem saber? Estou nem aí. Porque eu me sinto bem -- imensamente bem -- sendo o que sou. E quem não gostar que pare de falar comigo e suma da minha vida.


17 de dezembro de 2007

Adoro!