29 de abril de 2009

Twitter


28 de abril de 2009

Louco pra ver!

26 de abril de 2009

A semana em vídeo

25 de abril de 2009

O valor da vírgula

Vírgula pode ser uma pausa... ou não.
Não, espere.
Não espere.

Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,4.
2,34.

Pode ser autoritária.
Aceito, obrigado.
Aceito obrigado.

Pode criar heróis.
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.

E vilões.
Esse, juiz, é corrupto.
Esse juiz é corrupto.

Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.

A vírgula muda uma opinião.

Não queremos saber.
Não, queremos saber.

Uma vírgula muda tudo.

24 de abril de 2009

Um meio ou uma desculpa

(Roberto Shinyashik) 

Não conheço ninguém que conseguiu realizar seu sonho, sem sacrificar feriados e domingos pelo menos uma centena de vezes.

Da mesma forma, se você quiser construir uma relação amiga com seus filhos, terá que se dedicar a isso, superar o cansaço, arrumar tempo para ficar com eles, deixar de lado o orgulho e o comodismo. Se quiser um casamento gratificante, terá que investir tempo, energia e sentimentos nesse objetivo.

O sucesso é construído à noite! Durante o dia você faz o que todos fazem.

Mas, para obter um resultado diferente da maioria, você tem que ser especial. Se fizer igual a todo mundo, obterá os mesmos resultados. Não se compare à maioria, pois infelizmente ela não é modelo de sucesso.

Se você quiser atingir uma meta especial, terá que estudar no horário em que os outros estão tomando chopp com batatas fritas. Terá de planejar, enquanto os outros permanecem à frente da televisão. Terá de trabalhar enquanto os outros tomam sol à beira da piscina. A realização de um sonho depende de dedicação. Há muita gente que espera que o sonho se realize por mágica, mas toda mágica é ilusão e a ilusão não tira ninguém de onde está.

Em verdade, a ilusão é combustível dos perdedores pois..."Quem quer fazer alguma coisa, encontra um meio. Quem não quer fazer nada, encontra uma desculpa."


Qual vilão eu sou?

Your results:
You are Dr. Doom


































Dr. Doom
69%
Mr. Freeze
67%
Lex Luthor
64%
Apocalypse
62%
The Joker
55%
Venom
53%
Dark Phoenix
52%
Magneto
50%
Green Goblin
46%
Juggernaut
46%
Two-Face
38%
Mystique
38%
Kingpin
37%
Riddler
37%
Poison Ivy
34%
Catwoman
28%
Blessed with smarts and power but burdened by vanity.


Click here to take the "Which Super Villain are you?" quiz...

23 de abril de 2009

O pau quebrando no STF

22 de abril de 2009

Para ler e pensar

(Original aqui.)

Déficit democrático

A democracia brasileira está funcionando muito mal. Prova disso é a estranha decisão do Judiciário de que o não eleito seja empossado nos governos dos estados. Para se ter uma ideia do grau de esquisitice, é como se, no impeachment do Collor, o vice Itamar Franco tivesse sido afastado também, e Lula fosse empossado. Nos casos de vacância, há caminhos constitucionais que não a posse do derrotado.

Dois governadores perderam o cargo, outros seis aguardam julgamento. Ao fim, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Supremo Tribunal Federal (STF) podem criar a grotesca situação de ter oito derrotados assumindo os cargos para os quais não foram eleitos. A interpretação da Justiça eleitoral é a subversão do princípio da linha sucessória, e um golpe na vontade do eleitor.

Mesmo sem considerar os méritos do caso maranhense, mesmo sem levar em conta a declaração do governador deposto Jackson Lago de que é estranho “no Maranhão falar em abuso de poder contra os Sarney”, ainda assim, a posse da governadora Roseana Sarney é uma decisão espantosa. O entendimento torto está virando jurisprudência, porque houve anteriormente o caso da Paraíba.

Imagine que a Justiça considere que houve abuso de poder nas muitas vezes em que o presidente Lula misturou o cargo de presidente com a campanha para reeleição em 2006. Se ele fosse afastado, o que aconteceria? O vice tomaria posse. Mas imagine que a Justiça considere que o vice foi beneficiado pelo mesmo processo que elegeu o titular. Quem assumiria? O derrotado Geraldo Alckmin? Se a Justiça fizesse isso, seria um desrespeito à vontade popular que se manifestou majoritariamente em favor da reeleição. O que aconteceria seria a posse do presidente da Câmara, e, no impedimento deste, o presidente do Senado, e, na falta deste, o presidente do Supremo. É a linha sucessória normal. Goste-se ou não dos atuais ocupantes dos cargos.

Nos estados não pode ser diferente: é governador, vice, presidente da Assembleia, presidente do Tribunal de Justiça. Outro caminho poderia ser a convocação de novas eleições. Mas a posse do derrotado, jamais!

A presunção da Justiça Eleitoral para tomar a decisão é que a irregularidade permitiu um número tal de votos a mais para o infrator e que isso o levou à vitória. Ora, a Justiça não tem como presumir qual percentual de votos decorre de uma irregularidade. Portanto, se a eleição está viciada, siga-se a linha sucessória.

No escândalo das passagens, o que espanta mais é o fato de os deputados sequer entenderem o que a população está condenando. Essa falta de coincidência de valores éticos entre representados e representantes é uma fratura exposta. Não basta, senhores parlamentares, cortar em 20% a “cota” de passagem, mas sim entender que o direito de ter a passagem paga pelo contribuinte se esgota em uma única situação: o titular do mandato viajar entre seu reduto eleitoral e Brasília, ou viajar a trabalho pelo Brasil ou para o exterior. A “cota” não pode ser usada para férias ou viagens de lazer, nem mesmo pelo titular. Não é milhagem, é prerrogativa de representação a ser exercida unicamente por quem recebeu votos para isso.

Já que os deputados e senadores estão com uma certa dificuldade de entender o óbvio, vamos fazer uma explicação tatibitate: imagine, caro parlamentar, que qualquer funcionário de empresa privada queira viajar com a passagem paga pela empresa. Em que situação ele pode fazer isso? Se for viagem a trabalho. Ele, sozinho, pegará o avião e mandará para a empresa apenas as despesas relacionadas diretamente à missão profissional. Se fizer diferente, será chamado a se explicar à contabilidade. Se essa pessoa quiser viajar com cônjuge e filhos para a Disneylândia, terá que comprar sua própria passagem, arcar com seus próprios custos.

A regra é, portanto, simples: o empregador ou o contribuinte não têm qualquer obrigação de estender aos familiares de empregados e parlamentares a cobertura de custos de viagens. Se, por acaso, a empresa decidir que para alguns dos seus executivos ou funcionários ela paga, inclusive, viagens de férias da família toda, isso entraria na categoria de salário indireto, e o contribuinte pagaria imposto sobre isso.

Experimentem perguntar à Receita. Se os representantes do povo imaginam o contrário, é porque estão incorrendo naquele velho vício da elite brasileira: o patrimonialismo, considerar como sua propriedade os bens da sociedade.

O Brasil tem convivido com espantosos descuidos com o dinheiro público, com os direitos dos cidadãos, com a separação entre público e privado. Não é assim que se constrói uma República. Certos fatos são desanimadores. O presidente Lula, na semana passada, disse: “Ninguém aqui é freira e santa. Não estamos num convento.” A frase é um passaporte para a aceitação das irregularidades das autoridades como fato da vida. Mas não causou reação especial. Lula disse isso numa reunião dos três poderes da República, cujos líderes deveriam ter a obrigação de jamais aceitar a ambiguidade nas questões de conduta.

Democracia não nasce pronta. Está sempre em evolução. Certas notícias mostram que o Brasil anda escolhendo o retrocesso.


Não sei se é verdade...

... Mas é engraçado. E se for verdade, mais que engraçado -- é trágico. Esses advogados...

Processo Número: 0737/05
Quem pede: José de Gregório Pinto
Contra quem: Lojas Insinuante Ltda, Siemens Indústria Eletrônica S.A e Starcell
Ementa: UTILIZAÇÃO ADEQUADA DE APARELHO CELULAR. DEFEITO.
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO FABRICANTE E DO FORNECEDOR.
 
Sentença:

Vou direto ao assunto. O marceneiro José de Gregório Pinto, certamente pensando em facilitar o contato com sua clientela, rendeu-se à propaganda da Loja Insinuante de Coité e comprou um telefone celular, em 19 de abril de 2005, por suados cento e setenta e quatro reais. Leigo no assunto, é certo que não fez opção por fabricante. Escolheu pelo mais barato ou, quem sabe até, pelo mais bonitinho: o tal Siemens A52. Uma beleza!

Com certeza foi difícil domar os dedos grossos e calejados de marceneiro com a sensibilidade e recursos do seu Siemens A52, mas o certo é que utilizou o aparelhinho até o mês de junho do corrente ano e, possivelmente, contratou muitos serviços. Uma maravilha! Para sua surpresa, diferente das boas ferramentas que utiliza em seu ofício, em 21 de junho, o aparelho deixou de funcionar. Que tristeza: seu novo instrumento de trabalho só durou dois meses. E olha que foi adquirido legalmente nas Lojas Insinuante e fabricado pela poderosa Siemens... Não é coisa de segunda-mão, não! 

Consertado, dias depois não prestou mais. Não se faz mais conserto como antigamente! Primeiro tentou fazer um acordo, mas não quiseram os contrários, pedindo que o caso fosse ao Juiz de Direito. Caixinha de papelão na mão, indicando que se tratava de um telefone celular, entrou seu Gregório na sala de audiência e apresentou o aparelho ao Juiz: novinho, novinho e não funciona. De fato, o Juiz observou o aparelho e viu que não tinha um arranhão. Seu José Gregório, marceneiro que é, fabrica e conserta de tudo que é móvel. A Starcell, assistência técnica especializada e indicada pela Insinuante, para surpresa sua, respondeu que o caso não era com ela e que se tratava de 'placa oxidada na região do teclado, próximo ao conector de carga e microprocessador'. Seu Gregório: o que é isto? Quem garante? O próprio que diz o defeito, diz que não tem conserto. Para aumentar sua angústia, a Siemens disse que seu caso não tinha solução neste Juizado por motivo da 'incompetência material absoluta do Juizado Especial Cível - Necessidade de prova técnica.' Seu Gregório: o que é isto? Ou o telefone funciona ou não funciona! Basta apertar o botão de ligar. Não acendeu, não funciona. Prá que prova técnica melhor?

Disse mais a Siemens: 'o vício causado por oxidação decorre do mau uso do produto'. Seu Gregório: ora, o telefone é novinho e foi usado apenas para falar. Para outros usos, tenho outras ferramentas. Como pode um telefone comprado na Insinuante apresentar defeito sem solução depois de dois meses de uso? Certamente não foi usado material de primeira. Um artesão sabe bem disso. O que também não pode entender um marceneiro é como pode a Siemens contratar um escritório de advocacia de São Paulo, por pouco dinheiro não foi, para dizer ao Juiz do Juizado de Coité, no interior da Bahia, que não vai pagar um telefone que custou cento e setenta e quatro reais? É, quem pode, pode! O advogado gastou dez folhas de papel de boa qualidade para que o Juiz dissesse que o caso não era do Juizado ou que a culpa não era de seu cliente! Botando tudo na conta, com certeza gastou muito mais que cento e setenta e quatro para dizer que não pagava cento e setenta e quatro reais! Que absurdo!

A loja Insinuante, uma das maiores e mais famosas da Bahia, também apresentou escrito de advogado, gastando sete folhas de papel, dizendo que o caso não era com ela por motivo de 'legitimatio ad causam', também por motivo do 'vício redibitório e da ultrapassagem do lapso temporal de 30 dias' e que o pobre do seu Gregório não fez prova e então 'allegatio et non probatio quasi non allegatio'. E agora seu Gregório? Doutor Juiz, disse Seu Gregório, a minha prova é o telefone que passo às suas mãos! Comprei, paguei, usei poucos dias, está novinho e não funciona mais! Pode ligar o aparelho que não acende nada!  Aliás, Doutor, não quero mais saber de telefone celular, quero apenas meu dinheiro de volta e pronto!

Diz a Lei que no Juizado não precisa advogado para causas como esta. Não entende seu Gregório porque tanta confusão e tanto palavreado difícil por causa de um celular de cento e setenta e quatro reais, se às vezes a própria Insinuante faz propaganda do tipo: 'leve dois e pague um!' Não se importou muito seu Gregório com a situação: um marceneiro não dá valor ao que não entende! Se não teve solução na amizade, Justiça é para isso mesmo!

Está certo Seu Gregório: O Juizado Especial Cível serve exatamente para resolver problemas como o seu. Não é o caso de prova técnica: o telefone foi apresentado ainda na caixa, sem um pequeno arranhão e não funciona. Isto é o bastante! Também não pode dizer que Seu Gregório não tomou a providência correta, pois procurou a loja e encaminhou o telefone à assistência técnica. Alegou e provou! Além de tudo, não fizeram prova de que o telefone funciona ou de que Seu Gregório tivesse usado o aparelho como ferramenta de sua marcenaria. Se é feito para falar, tem que falar! Pois é Seu Gregório, o senhor tem razão e a Justiça vai mandar, como de fato está mandando, a Loja Insinuante lhe devolver o dinheiro com juros legais e correção monetária, pois não cumpriu com sua obrigação de bom vendedor.

Também, Seu Gregório, para que o Senhor não se desanime com as facilidades dos tempos modernos, continue falando com seus clientes e porque sofreu tantos dissabores com seu celular, a Justiça vai mandar, como de fato está mandando, que a fábrica Siemens lhe entregue, no prazo de 10 dias, outro aparelho igualzinho ao seu. Novo e funcionando! Se não cumprirem com a ordem do Juiz, vão pagar uma multa de cem reais por dia!

Por fim, Seu Gregório, a Justiça vai dizer à assistência técnica, como de fato está dizendo, que seu papel é consertar com competência os aparelhos que apresentarem defeito e que, por enquanto, não lhe deve nada.

À Justiça ninguém vai pagar nada. Sua obrigação é fazer Justiça! A Secretaria vai mandar uma cópia para todos. Como não temos Jornal próprio para publicar, mande pelo correio ou por Oficial de Justiça.

Se alguém não ficou satisfeito e quiser recorrer, fique ciente que agora a Justiça vai cobrar. Depois de tudo cumprido, pode a Secretaria guardar bem guardado o  processo! Por último, Seu Gregório, os Doutores advogados vão dizer que o Juiz decidiu 'extra petita', quer dizer, mais do que o Senhor pediu e também que a decisão não preenche os requisitos legais. Não se incomode. Na verdade, para ser mais justa, deveria também condenar na indenização pelo dano moral, quer dizer, a vergonha que o senhor sentiu, e no lucro cessante, quer dizer, pagar o que o Senhor deixou de ganhar.

No mais, é uma sentença para ser lida e entendida por um marceneiro.
Conceição do Coité, Bahia, 21 de setembro de 2005
Gerivaldo Alves Neiva, Juiz de Direito'


21 de abril de 2009

Relembrando...

"Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal."

Mateus 6.34


17 de abril de 2009

Canções que tocam o coração...

Aprenda a falar inglês

16 de abril de 2009

Uhhh! Delícia! :P

Share photos on twitter with Twitpic

15 de abril de 2009

Hitler e o Windows Vista

13 de abril de 2009

12 de abril de 2009

Para ler

A crise metafísica

(Recebido por e-mail.)

Os tempos atuais oferecem razões para a consciência de crise, que, nos últimos tempos perpassa o mundo. Em primeiro lugar, emerge o paradoxo central da civilização que construímos: o desenvolvimento tecnológico aumentou a distância entre os homens, aprofundou o fosso entre ricos e pobres. Ao mesmo tempo que foram criadas imensas possibilidades para a ação do homem no mundo, a fome, a miséria e a pobreza se alastram reduzindo milhões de pessoas a situações estúpidas, onde é permanente a ameaça de destruição da vida.

O próprio avanço tecnológico tornou possível a atual "revolução tecnológica" (informática, cibernética, robótica), que efetivou a combinação de altíssimo grau de desenvolvimento tecnológico, fazendo da ciência e da tecnologia as primeiras fontes produtoras de riqueza, o que aumentou consideravelmente a produtividade do trabalho humano, com a super-exploração ou mesmo com o desemprego estrutural: o mercado de trabalho é, hoje, mais do que nunca, um mecanismo de seleção, pois o mundo da indústria já tem condições técnicas de dispensar a maior parte dos trabalhadores, exigindo dos que sobram níveis crescentes de qualificação, o que faz de nossas formações sociais não só sociedades produtoras de mercadoria, mas sociedades de informação e de saber.

As conseqüências desse processo são dramáticas: a marginalização de milhões de pessoas do atual estágio de desenvolvimento da humanidade, o que se traduz em falta de moradia, de educação, de lazer, de cultura, de emprego. Nesses tempo difíceis criou-se uma palavra para exprimir o novo desta situação: exclusão, fenômeno que se torna visível na apartação social que caracteriza muitas sociedades.

Não são fenômenos de hoje as inúmeras situações de violência de todos os tipos, o massacre de crianças e adolescentes, o abandono de crianças nas ruas, a situação humilhante nos presídios, a discriminação de raças, as diferentes formas de opressão das mulheres, a intransigência cultural, a negação sistemática da diversidade, a rejeição da alteridade, a perseguição de minorias de raça, de sexo, de etnia, de dissidentes aos regimes e a sistemática destruição da natureza?

Hoje, a humanidade já sabe que a universalização dos padrões de desenvolvimento e de consumo do mundo desenvolvido conduzirá a um apocalipse ecológico: o crescimento demográfico acoplado a uma série de fenômenos, que são conseqüências inevitáveis da sistemática imposição do homem sobre a natureza e de sua destruição, como o aquecimento da atmosfera, a contaminação da água com produtos químicos, a diminuição dos produtos de alimentação, a longo prazo, numa palavra, a vitória cada vez maior do homem sobre o outro de si, a natureza, conduz à auto-destruição, inclusive também porque o homem é um ser de natureza.

Para onde caminha a humanidade? O que aqui está em jogo parece ser o questionamento radical de uma determinada cultura entendida como modo determinado de interpretar o existir do homem na história. Trata-se de uma ameaça global, que nos leva a retomar a pergunta pela validade sentido-fundamento, que a cultura moderna nos legou e que se exprimiu filosoficamente na "metafísica da modernidade", a filosofia da subjetiviade.

Assim, a crise é uma crise do sentido da vida humana, de sua inserção na natureza, no meio ambiente, em última instância, no todo da realidade, uma crise dos critérios fundamentais de seu agir, é uma crise do referencial último de seu existir, é, por isto, uma crise "metafísica", enquanto aquela instância que levanta a pretensão de tematizar os pressupostos intranscendíveis do pensar, do falar, do ser e do agir do homem no mundo, o que implica uma tematização dos princípios últimos da realidade enquanto tal.

Helder Salvador é professor de Filosofia da Faculdade Salesiana de Vitória

Dancing Heroes

Try JibJab Sendables® eCards today!

7 de abril de 2009

Chame-me de "canalha"

(Recebi por e-mail.)

É um defeito, mas nada mais delicioso do que ouvir de uma mulher: "CANALHA!"

Ser chamado de "canalha" por uma voz feminina é o domingo da língua portuguesa. O som reboa redondo. Os lábios da palavra são carnudos. Vontade de morder com os ouvidos. Aproximar-se da porta e apanhar a respiração do quarto pela fechadura.

Canalha, definitivo como um estampido, como um tapa. Não ser chamado de canalha pela maldade, mas por mérito da malícia, como virtude da insinuação, pelo atrevimento sugestivo. Não o canalha canalha, mas o ca-na-lha, sem repetição. Único. Irrepetível. Não o canalha que deixa a mulher, o canalha que permanece junto. O canalha adorável que ultrapassou o sinal vermelho para levá-la. O canalha que é rude, nunca por falta de educação, para acentuar a violência do amor. Canalha por opção, não devido a uma infelicidade e limitação intelectual. Canalha em nome da inteligência do corpo.

O canalha. Como um elogio. Um elogio para dizer que é impossível domesticar esse homem, é impossível conter, é impossível fugir dele. Canalha como pós-graduação do "sem-vergonha".

Bem diferente de crápula, que não é sensual e define o mau-caratismo indelével, ou do cafajeste, alguém que não presta nem para ser canalha, de índole egoísta e aproveitadora.

Eu me arrepio ao escutar canalha. Um canalha que significa o contrário do dicionário. Nem perca tempo consultando o Aurélio e o Houaiss, que não incluem o sentimento da pronúncia. Estou falando do canalha que suscita aproximação, abraço, desejo. Um canalha que é um pedido de casamento entre as vogais.

É pelas expressões que se define a segurança masculina. Sempre duvidei de homem que diz que vai fazer xixi. Xixi é coisa de criança. Eu não represo a gargalhada quando um amigo adulto e de vida feita comenta que vai fazer xixi. Imagino o cara sentado. Infantil, como Ivo viu a uva. Já urinar é muito laboratorial. Prefiro mijar, direto, rápido e verdadeiro. As árvores mijam. Os relâmpagos mijam. Os cachorros mijam para demarcar seu território. Aliás, o correto é não anunciar, ir ao banheiro apenas, para evitar constrangimentos vocabulares.

Canalha funciona como uma agressão íntima. Uma agressão afetuosa. Uma provocação. Não se está concluindo, é uma pergunta. Canalha é uma interrogação gostosa.

Não ficarei triste se esquecer meu nome: chame-me de canalha.

6 de abril de 2009

Religião ou fé?

(...)

Mas eis que Jesus se quis mostrar, por um instante ao menos, ao povo sofredor e miserável, ao povo mergulhado nos pecados, mas que O ama ingenuamente. A ação; passa-se na Espanha, em Sevilha, na época mais terrível da Inquisição, quando todos os dias, para glória de Deus, se acendiam as fogueiras e "os medonhos hereges ardiam em soberbos autos-de-fé". Oh! não foi assim que prometeu voltar, no fim dos tempos, em toda a Sua glória, subitamente, "como um relâmpago que brilha de Oriente a Ocidente". Não; quis visitar Seus filhos, precisamente no lugar em que crepitavam as fogueiras dos hereges. Na Sua infinita misericórdia, volta para entre os homens com a forma que tinha durante os três anos de vida pública.

(...)

Os taciturnos ajudantes e a guarda do Santo Ofício seguem-no a respeitosa distância. Pára diante da multidão e observa-a de longe. Viu tudo, o caixão pousado perante Ele, a ressurreição da criança – e a face tornou-se-lhe sombria. Franze as espessas sobrancelhas e os olhos brilham-lhe com sinistro clarão. Aponta-O com o dedo e ordena aos guardas que O prendam. Tão grande é o seu poder e tão habituado está o povo a submeter-se, a obedecer-lhe, tremendo, que a multidão se afasta diante dos esbirros; estes, no meio de um silêncio de morte, seguram-n'O e levam-n'O. Como um só homem, o povo inclina-se até o chão diante do velho inquisidor que o abençoa sem dizer palavra e prossegue o seu caminho. Conduzem o Preso ao velho e sombrio edifício da Inquisição, metem-n'O em estreita cela abobadada.

(...)

De súbito, nas trevas, abre-se a porta de ferro do calabouço e o grande inquisidor aparece, com um archote na mão. Está só e a porta se fecha por trás dele. Pára no limiar, considera longamente a Face Sagrada. Por fim, aproxima-se, pousa o archote na mesa e diz-Lhe:

— És Tu, és Tu? — E, como não recebe resposta, acrescenta rapidamente: — Não digas nada, cala-Te. De resto, que poderias Tu dizer? Já o sei de mais. Não tens o direito de juntar uma palavra ao que disseste outrora. Porque vieste incomodar-nos? Bem sabes que nos incomodas. Mas, sabes o que acontecerá amanhã? Ignoro quem és e nem quero sabê-lo: és Tu ou somente a Sua aparência? Mas amanhã hei-de condenar-Te e serás queimado como o pior dos heréticos e o mesmo povo que hoje Te beijava os pés se precipitará amanhã, a um sinal meu, para deitar lenha na fogueira. Sabes tudo isso? Talvez — diz ainda o velho, pensativo, com os olhos sempre fixos no Preso.

— E o Preso não diz nada? Contenta-se em olhar?

— Decerto. Não tem outra coisa a fazer senão calar-se. O próprio velho lhe faz observar que não tem o direito de juntar nem mais uma palavra ao que disse antigamente. Na minha humilde opinião, é esta talvez a característica fundamental do catolicismo romano: "Tudo foi transmitido por Ti ao papa, tudo depende agora do papa; não venhas incomodar-nos, antes do tempo, pelo menos." Tal é a doutrina deles; em qualquer caso, é a dos Jesuítas; encontrei-a nos seus teólogos. "Tens Tu o direito de nos revelar um só dos segredos do mundo donde vens?" — pergunta o velho que logo responde em lugar do Outro: "Não, não tens o direito de o fazer, porque esta revelação se juntaria à de outrora, e isso seria retirar aos homens a liberdade que tanto defendias na Terra. Todas as Tuas novas revelações infringiriam a liberdade da fé, porque pareceriam miraculosas; ora, Tu punhas acima de tudo, há quinze séculos, esta liberdade da fé". Não disseste Tu muitas vezes: "Quero tornar-vos livres"? Pois bem: lá os viste, aos homens "livres" — acrescenta o velho, com um ar sarcástico. Sim, custou-nos caro — prossegue, olhando-O, com severidade, mas, enfim, sempre completámos em Teu nome esta obra. Foram necessários quinze séculos de rude trabalho para instaurar a liberdade; mas está pronto, e bem pronto. Não crês? Olhas-me com brandura, sem mesmo dares a honra de Te indignares? Mas é bom saberes que nunca os homens se julgaram tão livres como hoje, e, contudo, depuseram a nossos pés, humildemente, a sua liberdade. É esta a nossa obra, na verdade; é a liberdade que Tu sonhavas?

(...)

Trecho de "O grande inquisidor", inserido na obra "Os irmãos Karamazov", de Fyodor Dostoievski

... O tempo passa, e as coisas continuam as mesmas: mais importa a religião do que a fé.

5 de abril de 2009

Roubado do Lele 2

Como a vida é efêmera...



Roubado do Lele

Os Três Tenores

4 de abril de 2009

Quem será o melhor? Comparações...

Comédia

Se eu fosse um Terminator esse seria meu nome...


Mechanical Artificial Technician Hardwired for Exploration and Ultimate Sabotage


Get Your Cyborg Name


Do medo (II)

(Continuação...)

É principalmente quando sob a sua influência recobramos a coragem que ele nos tirara contra o que o dever e a honra determinavam, que o medo revela sua ação mais intensa. Na primeira batalha séria que tiveram – e perderam – os romanos contra Aníbal, sob o consulado de Semprônio, um exército de cerca de 10.000 infantes, tomado de pavor, debandou e, na sua covardia, não descobrindo por onde passar, jogou-se contra o grosso do inimigo. Tanto e tão bem fez que, depois de matar grande número de cartagineses, rompeu-lhes as fileiras, pagando uma fuga vergonhosa com os mesmos esforços que teriam de fazer para alcançar uma vida gloriosa.

O medo é a coisa de que mais medo tenho no mundo. Ele ultrapassa, pelos incidentes agudos que provoca, qualquer outra espécie de acidente. Que aflição será mais penosa e justificável do que a dos amigos de Pompeu, testemunhas em seu próprio navio de horrível massacre? No entanto, o medo que lhes causou a aproximação das velas egípcias abafou neles esse sentimento, a tal ponto que se observou terem pensado apenas em instar os marinheiros para que, à força de remos, lhes facilitassem a fuga até chegarem a Tiro e, já sem receios, tiveram o lazer de meditar sobre a perda sofrida e dar livre curso aos lamentos que as lágrimas que o medo, mais forte do que a dor, paralisara. Os que têm motivo para temer a perda de seus bens, o exílio ou a servidão, vivem em constante angústia. Não comem nem bebem, nem dormem, enquanto em idênticas circunstâncias, os pobres, os banidos, os servos, continuam a viver, não raro tão alegremente como de costume. Quantas pessoas, atormentadas pelas fustigações do medo, não se enforcaram, se afogaram ou se atiraram em precipícios, demonstrando ser o medo mais importuno e insuportável do que a própria morte!

Os gregos admitem um outro tipo de medo, que não provém de um erro de nosso raciocínio, mas ocorre sem causa aparente e por vontade dos deuses. E povos inteiros e exércitos inteiros o experimentam. Dessa ordem foi o que provocou em Cartago tão prodigiosa desolação. Só se ouviam gritos de pavor; os habitantes precipitavam-se fora de suas casas, como a um sinal de alarma, e se atacavam mutuamente, e se feriam, e se matavam, como se inimigos houvessem entrado na cidade. A desordem e o tumulto imperavam. E a isso, que só findou quando, mediante preces e sacrifícios, conseguiram acalmar a cólera dos deuses, chamam os gregos "Terror Pânico".

3 de abril de 2009

Do medo (I)

Do Medo
Montaigne

"Tomado de estupor, fiquei de cabelos arrepiados e sem voz." (Virgílio). Não sou muito versado no estudo da natureza humana, como dizem, e ignoro de que maneira o medo atua em nós. Certo é que se trata de estranho sentimento. Nenhum, afirmam os médicos, nos projeta tão precipitadamente fora do bom-senso. E em verdade vi muita gente tornada insensata pelo medo. Mesmo entre os mais assentados, provoca ele terríveis alucinações.

Ponho de lado o homem vulgar, ao qual faz o medo que ora veja seus antepassados saírem do túmulo, envolvidos em seus sudários, ora lobisomens, gnomos, quimeras. Mesmo, porém, entre os soldados, sobre os quais o medo deveria ter menor influência, quantas vezes não transformou ele um rebanho em um esquadrão encouraçado? E caniços e bastões em policiais e lanceiros? E nossos amigos em inimigos, e a cruz vermelha em cruz branca?

Quando o Senhor de Bourbon tomou Roma, o porta-estandarte encarregado da guarda do subúrbio de São Pedro foi tomado de tal pavor ao primeiro alerta que, passando através de um buraco no muro em ruínas, saiu da cidade carregando seu estandarte e marchou ao encontro do inimigo, convencido de que se dirigia para o interior da praça forte. Vendo a gente do Senhor de Bourbon se aprestar para a batalha, voltou a si e, na crença que os defensores tentavam uma sortida, virando as costas entrou de novo pelo mesmo buraco na cidade de que se afastara 300 passos. O Porta-estandarte do capitão Júlio não se saiu tão bem quando o Conde de Bures e o Senhor Du Reu tomaram São Paulo. Desesperado de medo, lançou-se fora da cidade pela canhoneira, de estandarte na mão, e foi dar em cheio nos assaltantes, que o fizeram em pedaços. Nesse mesmo lugar verificou-se um caso extraordinário: o medo surpreendeu, agarrou, e a tal ponto paralisou um fidalgo que este caiu morto repentinamente, e sem o menor ferimento, do baluarte em que se achava. Em um encontro dos germânicos com os alemães, duas frações importantes de suas tropas, postadas em pontos diferentes, fugiram apavoradas, em direção uma da outra e acabaram por se chocar.

Ora, o medo põe asas nos nossos pés, como no caso dos porta-estandartes, ora nos prega no solo e nos imobiliza, como aconteceu com o Imperador Teófilo. Batido em uma batalha contra os agarenos, ficou tão estupefato e transido que não podia decidir-se a fugir "tanto se apavora o medo daquilo que lhe pode ajudar"(Quinto Cúrcio). E assim permaneceu até que Manuel, um de seus principais chefes, o sacudiu como para acordá-lo de um sono e lhe disse: "Se não me seguires eu vos matarei; pois é melhor que percais a vida a serdes prisioneiro e correrdes o risco de perder o império."

(Continua...)

Comédia total

Contra a violência contra mulheres

2 de abril de 2009

A todos

Sobre a postagem abaixo, de que não vou mais escrever no blog...

Primeiro de abril!

Hehehe.

1 de abril de 2009

Cansei

A partir de hoje não escrevo mais nesse blog. Cansei dessa vida.