No post de ontem, escrevi (um tanto quanto decepcionado) sobre a questão da mentalidade do servidor público brasileiro. Para corroborar um pouco o que eu disse ontem, foi divulgada hoje a seguinte notícia:
"EX-CONGRESSISTA É CONDENADO A 30 MESES DE PRISÃO POR ACEITAR SUBORNO
Washington, 19 jan (Ag. EFE). - O ex-congressista republicano Bob Ney foi condenado hoje a 30 meses de prisão por ter aceitado suborno proveniente do lobista Jack Abramoff, em troca de favores políticos.
Ney, o primeiro legislador a ser condenado pelo escândalo, se declarou culpado, em 13 de outubro, de ter feito favores oficiais em troca de doações para sua campanha e presentes, como viagens para jogar golfe, entradas para espetáculos esportivos e banquetes.
A juíza Ellen Segal Huvelle disse que Ney cumprirá sua pena em uma prisão federal, em Morganstown (Virgínia)." (Notícia disponível na internet, em diversos sites. Pode ser lida aqui.)
Além disso, foi apresentado pelo "Jornal das 10", da Globonews, que após cumprir os quase 3 anos de prisão, o ex-deputado vai ainda passar 2 anos em liberdade condicional, além de ter de pagar uma multa de US$ 6 mil.
Suponho que, provavelmente, o ex-deputado não ficará os quase 5 anos preso (seja efetivamente, seja em liberdade condicional). Apesar de não conhecer a legislação americana, suponho que ele terá alguns "benefícios" por ser ex-parlamentar.
De qualquer maneira, isto é uma mostra daquela questão de mentalidade sobre a qual escrevi ontem. O cara fez merda? Vai preso, sem se importar sua "patente". Mesmo sendo ex-deputado, creio que o indivíduo tivesse algum prestígio e, mesmo assim, foi julgado, condenado e sofrerá algum tipo de sanção.
Agora, comparemos com a notícia abaixo:
"(...) A má fase do Congresso [Nacional] prosseguiu neste ano com revelações sobre a máfia das sanguessugas, quadrilha supostamente formada por parlamentares e empresários que, segundo as denúncias, liberavam recursos do Orçamento federal para prefeituras que aceitassem comprar ambulâncias a preços superfaturados. (...) Dos 72 parlamentares suspeitos (69 deputados e três senadores), nenhum foi punido pelo Congresso." (Revista Época, nº 450, de 1º de janeiro de 2007, pág. 56)
Ou seja, aqueles que deveriam "dar o exemplo" em qualquer sociedade -- os parlamentares --, no caso do Brasil, não solucionam seus próprios problemas internos. A burocracia estatal e, mais que isso, a mentalidade corporativista e não punitiva dos parlamentares brasileiros faz com que situações como a do "mensalão" e das sanguessugas se perpetuem no cenário político brasileiro envergonhando e diminuindo a dignidade de cada brasileiro.
Às vezes vejo o quão rico o Brasil é com base no seguinte raciocínio: se, com tanta roubalheira e mentalidade "pequena", o país consegue crescer (ainda que pouco) e manter certa estabilidade econômica, o que não seria do país se tivéssemos políticos com mentalidade escandinava! Creio que, se houvesse um mínimo de dignidade no trato com a coisa pública, o país poderia dar um salto qualitativo imenso, deixando de ser um país subdesenvolvido e/ou "em desenvolvimento" para efetivamente ser um país decente em todos os sentidos. É nessas horas que minha verve autoritária surge e defende a presença de um líder forte, que faça com que a coisa funcione. Claro que isto traria alguns problemas, tais como um possível abuso de poder (porque ninguém é perfeito, e por mais "bonzinho" que um governante fosse, ele cometeria erros), e é neste "beco sem saída" que eu, filosoficamente falando, me encontro há alguns anos, sem saber pra onde ir...
"EX-CONGRESSISTA É CONDENADO A 30 MESES DE PRISÃO POR ACEITAR SUBORNO
Washington, 19 jan (Ag. EFE). - O ex-congressista republicano Bob Ney foi condenado hoje a 30 meses de prisão por ter aceitado suborno proveniente do lobista Jack Abramoff, em troca de favores políticos.
Ney, o primeiro legislador a ser condenado pelo escândalo, se declarou culpado, em 13 de outubro, de ter feito favores oficiais em troca de doações para sua campanha e presentes, como viagens para jogar golfe, entradas para espetáculos esportivos e banquetes.
A juíza Ellen Segal Huvelle disse que Ney cumprirá sua pena em uma prisão federal, em Morganstown (Virgínia)." (Notícia disponível na internet, em diversos sites. Pode ser lida aqui.)
Além disso, foi apresentado pelo "Jornal das 10", da Globonews, que após cumprir os quase 3 anos de prisão, o ex-deputado vai ainda passar 2 anos em liberdade condicional, além de ter de pagar uma multa de US$ 6 mil.
Suponho que, provavelmente, o ex-deputado não ficará os quase 5 anos preso (seja efetivamente, seja em liberdade condicional). Apesar de não conhecer a legislação americana, suponho que ele terá alguns "benefícios" por ser ex-parlamentar.
De qualquer maneira, isto é uma mostra daquela questão de mentalidade sobre a qual escrevi ontem. O cara fez merda? Vai preso, sem se importar sua "patente". Mesmo sendo ex-deputado, creio que o indivíduo tivesse algum prestígio e, mesmo assim, foi julgado, condenado e sofrerá algum tipo de sanção.
Agora, comparemos com a notícia abaixo:
"(...) A má fase do Congresso [Nacional] prosseguiu neste ano com revelações sobre a máfia das sanguessugas, quadrilha supostamente formada por parlamentares e empresários que, segundo as denúncias, liberavam recursos do Orçamento federal para prefeituras que aceitassem comprar ambulâncias a preços superfaturados. (...) Dos 72 parlamentares suspeitos (69 deputados e três senadores), nenhum foi punido pelo Congresso." (Revista Época, nº 450, de 1º de janeiro de 2007, pág. 56)
Ou seja, aqueles que deveriam "dar o exemplo" em qualquer sociedade -- os parlamentares --, no caso do Brasil, não solucionam seus próprios problemas internos. A burocracia estatal e, mais que isso, a mentalidade corporativista e não punitiva dos parlamentares brasileiros faz com que situações como a do "mensalão" e das sanguessugas se perpetuem no cenário político brasileiro envergonhando e diminuindo a dignidade de cada brasileiro.
Às vezes vejo o quão rico o Brasil é com base no seguinte raciocínio: se, com tanta roubalheira e mentalidade "pequena", o país consegue crescer (ainda que pouco) e manter certa estabilidade econômica, o que não seria do país se tivéssemos políticos com mentalidade escandinava! Creio que, se houvesse um mínimo de dignidade no trato com a coisa pública, o país poderia dar um salto qualitativo imenso, deixando de ser um país subdesenvolvido e/ou "em desenvolvimento" para efetivamente ser um país decente em todos os sentidos. É nessas horas que minha verve autoritária surge e defende a presença de um líder forte, que faça com que a coisa funcione. Claro que isto traria alguns problemas, tais como um possível abuso de poder (porque ninguém é perfeito, e por mais "bonzinho" que um governante fosse, ele cometeria erros), e é neste "beco sem saída" que eu, filosoficamente falando, me encontro há alguns anos, sem saber pra onde ir...
Um comentário:
revoltante.
porém temos dois problemas a serrem discutidos,
1º essa impunidade predominante no Brasil com os que tem poderes econômicos, principalente os que atuam na cena política. está certo e provado que eles usam a máquina pública para proveito próprio ou de um aliado e nada se faz contra eles. Aliás não somente com os políticos e sim com quem tem grana sufuciente para comprar um veredito. eu como estudante de direito fico muito chateada e desiludida com este quadro. e a tendência só é piorar.
2º a falta de planejamento das pessoas ao votarem. essa eleição revelou muito isso, pessoas como o Clodovil foi eleita, um cara que disse que quem pagasse mais ele votova com ela. qualquer "pão e leite" é garantia de voto. Por isso não investir em educação. Pessoa burra é voto garantido.
Lamentável a situação.
Lamentável
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