Após dois posts que estão diretamente relacionados com um assunto principal (a ausência de um estado no Iraque atual), coloco aqui aquele que considero um dos principais pensadores sobre o estado: Max Weber. O texto abaixo não tem a pretensão de buscar soluções para os problemas; apenas mostra o que é o estado e, em que sentido, os dois posts abaixo se relacionam.
Max Weber propõe-se a discutir sobre a vocação para a política através do estado. Este estado é definido através do seu meio de existência, que é a coação física. Caso a violência não estivesse presente, não existiria também o estado. O estado, portanto, é a única fonte do “direito” à violência. A política será então o conjunto de esforços visando à participação do poder ou à influência na divisão desse poder, seja entre estados, seja no interior de um único estado. Surge daí sua famosa definição: "o estado é um grupo político que reivindicou para si e obteve o monopólio legítimo do uso da força física dentro de determinado território".
Contudo, apesar de o estado basear-se na violência, ele é, antes de tudo, uma relação de dominação de um homem sobre outro homem. Esta dominação é legitimada através de três idéias puras: a primeira é a que diz que um homem admite ser dominado por outro devido à tradição e aos costumes; a segunda baseia-se no carisma do dominador, ou seja, em características especiais como devoção e confiança nesta pessoa; por fim, a terceira idéia de legitimidade é fundada na idéia de crença na validez de um estatuto legal (uma eleição, por exemplo).
A dominação, seja ela tradicionalista, carismática ou legalista, depende de um estado-maior administrativo – que irá garantir que as atividades desenvolvidas pelos dominados estejam de acordo com a vontade do dominador – e também dos meios materiais de gestão. Este estado-maior administrativo, todavia, não irá obedecer ao chefe apenas pelas questões de legitimidade acima citadas. Antes de tudo, interesses pessoais influenciam esta dominação: retribuição material e prestígio social. Desta forma, o salário e a dignidade dos servidores são bons exemplos para os dois tipos de recompensa esperada, e o temor de perder estas recompensas é o que liga o estado-maior administrativo aos detentores do poder.
O estado-maior administrativo divide-se em duas categorias: na primeira, o próprio estado-maior é possuidor dos instrumentos de gestão, ou seja, possuem edifícios, recursos financeiros, material de guerra. A segunda é exatamente o oposto: o estado-maior é privado dos meios de gestão. Por isto, sempre é importante determinar se o detentor do poder dirige e organiza a administração ou se a administração está nas mãos de pessoas economicamente independentes do poder.
Chama-se de agrupamento organizado “segundo o princípio das ordens” o agrupamento político nos quais os meios materiais de gestão são, total ou parcialmente, propriedade do estado-maior administrativo. Isto implica dizer que o soberano exerce seu poder através da dependência dos súditos e do uso da coação exercida pelo exército que ele comanda. Por isto, nota-se que o estado moderno conseguiu privar os funcionários e trabalhadores de quaisquer meios de gestão. Isto significa dizer que o estado é um agrupamento de dominação de caráter institucional que monopoliza, no seu território, o uso legítimo da violência física como instrumento de domínio e que reúne, nas mãos do seu dirigente, os meios materiais de gestão.
Max Weber propõe-se a discutir sobre a vocação para a política através do estado. Este estado é definido através do seu meio de existência, que é a coação física. Caso a violência não estivesse presente, não existiria também o estado. O estado, portanto, é a única fonte do “direito” à violência. A política será então o conjunto de esforços visando à participação do poder ou à influência na divisão desse poder, seja entre estados, seja no interior de um único estado. Surge daí sua famosa definição: "o estado é um grupo político que reivindicou para si e obteve o monopólio legítimo do uso da força física dentro de determinado território".
Contudo, apesar de o estado basear-se na violência, ele é, antes de tudo, uma relação de dominação de um homem sobre outro homem. Esta dominação é legitimada através de três idéias puras: a primeira é a que diz que um homem admite ser dominado por outro devido à tradição e aos costumes; a segunda baseia-se no carisma do dominador, ou seja, em características especiais como devoção e confiança nesta pessoa; por fim, a terceira idéia de legitimidade é fundada na idéia de crença na validez de um estatuto legal (uma eleição, por exemplo).
A dominação, seja ela tradicionalista, carismática ou legalista, depende de um estado-maior administrativo – que irá garantir que as atividades desenvolvidas pelos dominados estejam de acordo com a vontade do dominador – e também dos meios materiais de gestão. Este estado-maior administrativo, todavia, não irá obedecer ao chefe apenas pelas questões de legitimidade acima citadas. Antes de tudo, interesses pessoais influenciam esta dominação: retribuição material e prestígio social. Desta forma, o salário e a dignidade dos servidores são bons exemplos para os dois tipos de recompensa esperada, e o temor de perder estas recompensas é o que liga o estado-maior administrativo aos detentores do poder.
O estado-maior administrativo divide-se em duas categorias: na primeira, o próprio estado-maior é possuidor dos instrumentos de gestão, ou seja, possuem edifícios, recursos financeiros, material de guerra. A segunda é exatamente o oposto: o estado-maior é privado dos meios de gestão. Por isto, sempre é importante determinar se o detentor do poder dirige e organiza a administração ou se a administração está nas mãos de pessoas economicamente independentes do poder.
Chama-se de agrupamento organizado “segundo o princípio das ordens” o agrupamento político nos quais os meios materiais de gestão são, total ou parcialmente, propriedade do estado-maior administrativo. Isto implica dizer que o soberano exerce seu poder através da dependência dos súditos e do uso da coação exercida pelo exército que ele comanda. Por isto, nota-se que o estado moderno conseguiu privar os funcionários e trabalhadores de quaisquer meios de gestão. Isto significa dizer que o estado é um agrupamento de dominação de caráter institucional que monopoliza, no seu território, o uso legítimo da violência física como instrumento de domínio e que reúne, nas mãos do seu dirigente, os meios materiais de gestão.
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