1 de maio de 2007

Azul dos russos é diferente dos demais

Estudo mostra que os idiomas interferem na percepção das cores.
A língua russa, por exemplo, tem duas palavras diferentes para a cor azul.

Será que o azul que você enxerga é igualzinho ao azul que os russos enxergam? Parece papo de maluco? Pois é a pergunta levantada por um estudo feito nos Estados Unidos, que comparou a percepção de cores de quem fala inglês -- que, como nós, só tem uma palavra para a cor azul -- e a de quem fala russo, que tem duas.

Americanos e ingleses, assim como brasileiros e portugueses, definem todas as cores do quadro ao lado como simplesmente “azul”. Para os russos isso não faz sentido. Azul escuro para eles é “siniy”. Azul claro, “goluboy”. São duas cores diferentes e chamá-las por um nome só é tão confuso quanto é para nós entender que os verbos ser e estar são um verbo só em inglês (“to be”).

Sabendo disso, neurocientistas de diversas universidades americanas se questionaram: mas será que os russos vêem os tons de azul de forma diferente das outras pessoas? Responder isso é mais do que mera curiosidade. A questão tem a ver com uma velha pergunta da neurociência: até que ponto nosso idioma influencia a maneira com que pensamos?

Em seus testes, os pesquisadores descobriram que os russos são mais rápidos para diferenciar o azul escuro (siniy) do claro (goluboy). Mas para diferenciar tons de azul diferentes dentro do mesmo espectro (dois tons claros ou dos escuros), eles agiam da mesma maneira que as pessoas que falavam inglês. Os efeitos do idioma russo eram especialmente claros quando os participantes não tinham que usar sua língua para cumprir a tarefa e quanto mais difícil era o teste.

Segundo os pesquisadores, quem fala inglês não é incapaz de distinguir azul claro de azul escuro, mas quem fala russo é incapaz de não fazer a distinção. Isso mostra que o idioma influencia, sim, a percepção. Os resultados foram apresentados na edição desta semana da revista da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, a "PNAS".


Um comentário:

Káh disse...

Caramba que plágio! Essa é uma reportagem da G1 na parte de ciência! heheh Ainda bem que eu li e tô ligada!

Poxa Mestre... que exemplo, isso que é um professor de metodologia, depois fala dos alunos que copiam coisas da net... :P

Beijão