4 de junho de 2007

Coisinha básica

Pois é, boa noite a todos. Eu nem ia escrever nada por aqui, mas minha companheira de msn está ocupadinha escrevendo no blog dela, então resolvi esperá-la e, como diz o ditado, "enquanto descansa, carrega pedra". E resolvi escrever por aqui alguma coisinha básica, até porque meu dia não teve nada de emocionante.

De manhã foi a aula básica de Metodologia. Hoje a turma estava tranqüila, eu até me surpreendi. Tanto foi que consegui passar o conteúdo todo e ainda deu tempo de corrigir os trabalhos da molecada. Nada conseguiu me enervar de manhã, hehehe.

À tarde foi o martírio de sempre: aula com uma professora que -- parece-me -- não tem um plano de aula, somado a alunos que acham que falar da família é um assunto acadêmico. O tema da matéria tinha tudo pra ser ótimo pra mim: a formação de identidades culturais e suas representações no cotidiano das pessoas. Tudo a ver com minha tese! Mas, se não fosse pela professora -- que resolveu, em 80% do curso, ficar debatendo presídios, laços familiares, mpb e futebol -- é verdade, isto tudo está no programa! -- e pelos alunos -- que adoram discutir tais temas e, como sempre digo, ficam em uma "masturbação mental", já que não chegam a nada --, a disciplina seria ótima.

Bem que me falaram que eu não deveria fazer História... São todos uns verdadeiros "bicho-grilos" marxistas, que ainda acham que tudo é causado pela "luta de classes". A turma tem umas 30 pessoas. Destas, mais ou menos uns 22 trabalharão com temas que, na minha visão, são "esdrúxulos" -- o mais esdrúxulo sendo um projeto de um cara que quer trabalhar a história contada por... Estátuas. E surpreendo-me mais ainda ao ver que o departamento aceita este tipo de coisa...

Claro que esta minha revolta já foi exposta algumas vezes em sala de aula... E disseram-me que eu sou "antiquado" porque continuo seguindo o paradigma racionalista do século XIX, ou seja, o de só poder afirmar algo se eu puder comprovar o que estou dizendo. Chegaram ao cúmulo de dizer que "a história é fictícia", ou seja, cada um escreve a história que quer... Quando ouvi isto quase tive um troço em sala de aula... E o pior, isto foi dito pela própria professora, que ainda complementou: "Pra se escrever História não é necessário que tudo seja 100% comprovado... Os 'buracos' podem ser preenchidos por aquilo que vocês, como pesquisadores, acham que preenche". Aquilo que eu "acho" que preenche? Putz...

Não, não é possível não! Sigo fielmente as orientações do meu excelente professor de metodologia no semestre passado: "só é possível afirmar aquilo que se pode provar". Isto sim é uma verdadeira metodologia, isto sim é ciência verdadeira! Não o embuste de "escreva o que quiser e adeque suas fontes ao que você escreveu". Sou extremamente seguidor do que meu professor preferido disse: "o conhecimento histórico é relacional, ou seja, o caráter relacional surge quando o conhecimento passado é relacionado com o momento atual no qual o pesquisador vive." Neste ponto tudo bem, ou seja, é claro que o conhecimento histórico sobre determinado assunto é relativo: em primeiro lugar, ele depende dos interesses subjetivos do historiador e, em segundo lugar, depende do próprio presente histórico no qual o historiador vive. Mas dizer isto é uma coisa; dizer que eu, como historiador, posso escrever "qualquer coisa", é outra beeeeem diferente.

Bom, passado este "momento desabafo", voltemos ao dia. À noite, aula também tranqüila, com a turma extremamente concentrada, prestando atenção. Nada como dizer, no início da aula, que aquela é a aula mais importante do semestre e que, se eles não entenderem o assunto, quase que automaticamente tirarão zero no trabalho final... :P

E agora, pra fechar a noite, nada como uma música clássica para acalmar os ânimos... Especialmente algumas que me deixam melancólico. Não gosto de causar o mal a mim mesmo, mas às vezes eu gosto de ouvir tais tipos de música... Fazem-me refletir sobre a vida, sobre o trabalho, sobre o estudo, sobre um monte de coisas... Elas me fazem pensar e, pensando, soluciono o que me aflige.

No mais é isso. Acho que agora vou lá tomar meu banho, afinal de contas, como disse para minha companheira de msn (acho que ela voltou em definitivo, hehehehe), quero dormir cheirosinho, nem que seja pra mim mesmo!


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