18 de junho de 2007

Mulheres e pirataria

Hoje, felizmente, minha aula no doutorado terminou mais cedo. O pessoal foi fazer uma confraternização de final de semestre, já que hoje foi a última aula, mas eu preferi voltar mais cedo pra casa, pensando em tirar um cochilo ou, no mínimo, dar uma descansada antes da aula de hoje à noite.

No entanto, quando estava vindo pela Comercial norte da Praça do Relógio para casa, a pé (é perto, são só 20 minutos de caminhada), notei duas coisas que me chamaram bastante a atenção. A primeira delas eu já havia notado antes, mas nunca parei para escrever sobre o assunto. E a segunda eu sabia que existia, mas nunca havia visto na rua, de maneira tão escancarada quanto hoje.

A primeira delas refere-se à postura das mulheres na rua. Aqueles que caminham pela Comercial norte neste horário sabem que a avenida é "engarrafada" também para os pedestres, que estão voltando do trabalho para casa. Pois bem: reparei que, nas calçadas lotadas, as mulheres instintivamente dão lugar para os homens passarem. Não me refiro a pessoas conhecidas, a casais ou famílias. Refiro-me a desconhecidos mesmo. Exemplo: há várias lojas que colocam seus materiais à venda no meio da calçada, principalmente lojas de sapatos e de móveis. Pois bem, a conseqüência é que a calçada fica estreita. E, quando há um homem indo e uma mulher vindo, a mulher naturalmente pára e dá lugar para o homem passar. Reparei isto logo que estava no início da Comercial norte, bem perto do centro, e vim reparando o fato de lá até aqui em casa. E não é que o fato se repetiu diversas vezes? Achei o fato interessante porque mostrou, para mim, que as mulheres, instintivamente, automaticamente, talvez até inconscientemente, se "submetem" aos homens, parando para que primeiro eles passem e depois elas. Incrível a que ponto vai a "submissão" das mulheres.

O segundo fato foi uma cena no mínimo interessante: nesta mesma Comercial norte, três policiais militares comprando DVDs piratas. Eu estava parado na esquina, esperando o sinal fechar, e ouvi os policiais negociando com o vendedor: "Mas está muito caro, na feira é 3 [DVDs] por 10 [reais]" (sic). Eu até pensei em tirar foto dos policiais para colocar aqui no blog, mas preferi não me arriscar -- vai que sobra pra mim?! O que me chamou a atenção foi o seguinte: como o Estado brasileiro pretende acabar com a pirataria se os próprios policiais, que são a "face visível" do Estado, compram tais DVDs? Depois reclamam quando o cidadão comum faz o mesmo...


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