Como sempre, uma análise profunda e, ao mesmo tempo, didática. Vale a pena mesmo ler e aprender mais sobre economia política.
(Original aqui)
Diversas empresas cujas ações desabaram na Bovespa acabam de apresentar balanços muito vistosos, com vendas e lucros indicando expansão.
Alguns indicadores brasileiros conhecidos hoje mesmo, quando as bolsas despencavam, indicam crescimento:
(Original aqui)
Diversas empresas cujas ações desabaram na Bovespa acabam de apresentar balanços muito vistosos, com vendas e lucros indicando expansão.
Alguns indicadores brasileiros conhecidos hoje mesmo, quando as bolsas despencavam, indicam crescimento:
- O Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) mostrou que a alta no emprego em julho (0,39% sobre junho) foi o melhor resultado para o mês desde 2000. A entidade acha que 2007 será o melhor ano para o emprego industrial também desde 2000, início da série. Deve ser melhor mesmo que 2004, até aqui o melhor ano da década para a indústria até então.
- O IBGE informa que as vendas do varejo no primeiro semestre do ano cresceram 9,9% em relação ao mesmo período do ano passado;
- O BNDES emprestou R$ 31,2 bilhões de janeiro a julho deste ano, valor 38,2% acima do verificado no mesmo período de 2006. Metade desse dinheiro foi para indústrias e pouco mais de R$ 10 bilhões para investimentos em infra-estrutura.
- Operadoras venderam e ativaram 1,85 milhão de linhas de celulares em julho. Agora, são exatos 108.519.664 celulares, contra 93 milhões em julho do ano passado.
Dados divulgados também hoje mostram que a inflação nos Estados Unidos continua comportada, com renda do trabalho em alta moderada, desemprego baixo, circunstâncias que mantêm o consumidor no mercado. Enfim, tudo para dizer que a crise é, por enquanto, puramente financeira. Claro que há ligações entre o financeiro e a economia real.
A origem da confusão atual está nos empréstimos arriscados (subprime) que bancos concederam a pessoas (de ficha duvidosa) para a compra e/ou construção de casa nos EUA. Quando pessoas (mutuários) não pagam, isso gera um prejuízo para quem concedeu o crédito. E se o banco que concedeu o crédito havia tomado financiamento de outro banco, passa o prejuízo adiante. E se fundos de investimentos haviam comprado títulos lastreados no crédito imobiliário, também se espalha o prejuízo.
Hoje, ninguém sabe no mercado mundial quais bancos e quais fundos estão com esses micos. Na dúvida, um banco não empresta para outro e bancos param de financiar os fundos de investimentos. Falta crédito e é isso que ocorre.
Remédio: os bancos centrais estão emprestando dinheiro, “dando liquidez”.
Mas segue o pânico. Por que caem as bolsas? Porque é investimento de risco e, na dúvida, é melhor sair do risco e comprar títulos do governo americano, que nunca dá calote.
Resumo da ópera: é possível que, realizados os prejuízos, o mercado de crédito se acalme e a economia real siga seu curso positivo. E aí as ações voltarão a refletir os balanços, não o pânico.
E por que o dólar sobe? Muito investidor estrangeiro vende ações aqui, recebe reais, compra dólares para voltar aos EUA e comprar títulos lá. Ou simplesmente para ficar com o dinheiro. Aumenta a demanda por dólar, sobe o preço. Acalmando a situação, voltam os dólares e segue a ciranda.
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