Surpreendi-me com a postagem que uma amiga minha fez no blog dela. Segundo ela, ela é pobre porque tem de voltar pra casa de ônibus.
Fiz uma rápida pesquisa no Wikipédia sobre pobreza, no verbete em português. Encontrei uma frase interessante:
Pergunto à minha amiga: você vive com menos de 2 dólares por dia?
Fiz outra pesquisa no site do IBGE. Vamos aos números.
A renda per capita do Brasil em 2005 era de R$ 10.520,00. Hoje deve estar mais do que isso.
Ok, renda per capita é um indicador extremamente genérico e que não permite avaliar o grau de pobreza (ou de riqueza). Então vamos a outros números: o número de pessoas ocupadas (ou seja, que têm um emprego) com mais de 10 anos de idade por classe de rendimento de trabalho:
1) Pessoas que recebem até 1/2 salário mínimo (R$ 190,00 por mês): 10,1%
2) Pessoas que recebem de 1/2 a 1 salário mínimo (R$ 190,00 a R$ 380,00 por mês): 20,4%
3) Pessoas que recebem de 1 a 2 salários mínimos (R$ 380,00 a R$ 760,00 por mês): 28,6%
4) Pessoas que recebem de 2 a 3 salários mínimos (R$ 760,00 a R$ 1.140,00 por mês): 10,0%
5) Pessoas que recebem de 3 a 5 salários mínimos (R$ 1.140,00 a R$ 1.900,00 por mês): 9,4%
6) Pessoas que recebem de 5 a 10 salários mínimos (R$ 1.900,00 a R$ 3.800,00 por mês): 5,9%
7) Pessoas que recebem de 10 a 20 salários mínimos (R$ 3.800,00 a R$ 7.600,00 por mês): 2,2%
8) Pessoas que recebem de 20 salários mínimos (R$ 7.600,00): 0,8%
9) Pessoas sem rendimento: 11,5%
10) Pessoas que não declararam: 1,1%
Pensemos na situação: a família tem quatro pessoas -- pai, mãe e dois filhos. Um dos filhos faz faculdade de Direito. Na minha visão, significa que tal família se enquadra, no mínimo, na categoria 6 acima -- com a renda familiar sendo de no mínimo R$ 1.900,00 por mês. Pessoas que têm renda acima de R$ 1.900,00 por mês correspondem a 8,9% da população que tem emprego (o que não é o mesmo que dizer da população geral). Em outras palavras: a pessoa faz parte da elite brasileira, em termos percentuais e referentes apenas à questão salarial. Sem considerarmos outros itens, como acesso a água encanada e esgoto, acesso à educação, à saúde, à faculdade, e por aí vai.
Mais números: há mais ou menos seis anos atrás, pessoas com renda per capita acima de R$ 1.900,00 reais eram consideradas de classe alta por uma ONG que trabalha aqui no Brasil. Ok, seis anos atrás, a situação melhorou... Mas não melhorou drasticamente. Talvez o número hoje não seja mais R$ 1.900,00 por mês. Talvez seja R$ 2.000,00. Ou R$ 2.500,00, não sei. Pensemos: R$ 1.900,00 por mês. Classe alta. Imaginemos como é a vida de quem faz parte da classe baixa, então.
Pergunto: será que nós, que temos nosso computador em casa com internet rápida, realmente estamos em condições de afirmarmos que "somos pobres"?
Fiz uma rápida pesquisa no Wikipédia sobre pobreza, no verbete em português. Encontrei uma frase interessante:
O Banco Mundial define a pobreza extrema como viver com menos de 1 dólar por dia (PPP) e pobreza moderada como viver com entre 1 e 2 dólares por dia. Estima-se que 1 bilhão e 100 milhões de pessoas a nível mundial tenham níveis de consumo inferiores a 1 dólar por dia e que 2 bilhões e 700 milhões tenham um nível inferior a 2 dólares.
Pergunto à minha amiga: você vive com menos de 2 dólares por dia?
Fiz outra pesquisa no site do IBGE. Vamos aos números.
A renda per capita do Brasil em 2005 era de R$ 10.520,00. Hoje deve estar mais do que isso.
Ok, renda per capita é um indicador extremamente genérico e que não permite avaliar o grau de pobreza (ou de riqueza). Então vamos a outros números: o número de pessoas ocupadas (ou seja, que têm um emprego) com mais de 10 anos de idade por classe de rendimento de trabalho:
1) Pessoas que recebem até 1/2 salário mínimo (R$ 190,00 por mês): 10,1%
2) Pessoas que recebem de 1/2 a 1 salário mínimo (R$ 190,00 a R$ 380,00 por mês): 20,4%
3) Pessoas que recebem de 1 a 2 salários mínimos (R$ 380,00 a R$ 760,00 por mês): 28,6%
4) Pessoas que recebem de 2 a 3 salários mínimos (R$ 760,00 a R$ 1.140,00 por mês): 10,0%
5) Pessoas que recebem de 3 a 5 salários mínimos (R$ 1.140,00 a R$ 1.900,00 por mês): 9,4%
6) Pessoas que recebem de 5 a 10 salários mínimos (R$ 1.900,00 a R$ 3.800,00 por mês): 5,9%
7) Pessoas que recebem de 10 a 20 salários mínimos (R$ 3.800,00 a R$ 7.600,00 por mês): 2,2%
8) Pessoas que recebem de 20 salários mínimos (R$ 7.600,00): 0,8%
9) Pessoas sem rendimento: 11,5%
10) Pessoas que não declararam: 1,1%
Pensemos na situação: a família tem quatro pessoas -- pai, mãe e dois filhos. Um dos filhos faz faculdade de Direito. Na minha visão, significa que tal família se enquadra, no mínimo, na categoria 6 acima -- com a renda familiar sendo de no mínimo R$ 1.900,00 por mês. Pessoas que têm renda acima de R$ 1.900,00 por mês correspondem a 8,9% da população que tem emprego (o que não é o mesmo que dizer da população geral). Em outras palavras: a pessoa faz parte da elite brasileira, em termos percentuais e referentes apenas à questão salarial. Sem considerarmos outros itens, como acesso a água encanada e esgoto, acesso à educação, à saúde, à faculdade, e por aí vai.
Mais números: há mais ou menos seis anos atrás, pessoas com renda per capita acima de R$ 1.900,00 reais eram consideradas de classe alta por uma ONG que trabalha aqui no Brasil. Ok, seis anos atrás, a situação melhorou... Mas não melhorou drasticamente. Talvez o número hoje não seja mais R$ 1.900,00 por mês. Talvez seja R$ 2.000,00. Ou R$ 2.500,00, não sei. Pensemos: R$ 1.900,00 por mês. Classe alta. Imaginemos como é a vida de quem faz parte da classe baixa, então.
Pergunto: será que nós, que temos nosso computador em casa com internet rápida, realmente estamos em condições de afirmarmos que "somos pobres"?
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