... Aqui estou eu para lançar mais algumas de minhas reflexões sobre a vida. Aliás, eu diria que ultimamente estou bem "filosófico" -- não aqui neste blog, talvez um pouco no outro, mas muito quando não estou na frente do computador. Tenho pensado bastante na vida.
Mas o objetivo não é este: o objetivo é refletir sobre o que escrevi aqui ontem: sobre a apatia que toma conta de mim quando vejo que a turma não corresponde. E sobre o inverso: sobre minha empolgação quando vejo que o povo, se não está tão empolgado quanto eu (afinal de contas, ninguém precisa ser louco e gostar de política como eu), pelo menos está participativo na aula.
Para minha alegria pessoal, minhas duas turmas de quarta-feira estão conseguindo fazer com que eu perca o "trauma das quartas-feiras". Quem já é visitante antigo do blog sabe das minhas reclamações da minha turma de quarta à noite no segundo semestre do ano passado e, principalmente, do primeiro semestre deste ano -- a turma para a qual eu menos senti vontade de dar aula em toda minha vida. Provocações à parte, minhas quartas feiras neste semestre, pelo menos nesta segunda parte do curso, estão sendo intelectualmente reconfortantes.
Comecemos pela turma que só agora, faltando um mês para acabar as aulas, está "engrenando", a turma de quarta à noite. Era uma turma que, no início do semestre, parecia repetir e confirmar o "terror das quartas à noite": turma apática, ninguém querendo nada com nada, ninguém perguntando, ninguém questionando. Aula burocrática, Matheus de um lado ensinando e alunos do outro lado ouvindo (e olhe lá). Participações pontuais aqui e ali, sem muito reflexo na minha vontade de dar aula. Mas nas últimas 3 ou 4 aulas a coisa mudou: mais pessoas passaram a participar, mais questionamentos surgiram e o nível dos debates em sala de aula melhorou muito. Claro que ainda há aquelas pessoas que não querem nada com nada, mas quem me conhece sabe que eu começo a me empolgar quando vejo que há mais pessoas se interessando pelo assunto. O reflexo desta participação surpreendeu a mim mesmo hoje: terminei a aula às 22:55 h, com mais ou menos 25 alunos em sala de aula.
Mas a turma que, ultimamente, mais me tem trazido prazer ao dar aula é a turma de quarta de manhã. Esta turma também começou meio apática, poucas participações, mas fato é que nas últimas aulas o pessoal resolveu participar. Há o porém da participação ficar centrada sempre em 4 ou 5 pessoas, sempre as mesmas, mas vejo duas vantagens aqui: 1) Estes 4 ou 5 não dizem asneiras: fazem comentários pertinentes, que dizem respeito à aula; 2) Os demais, de maneira geral, escutam quando os outros estão falando (vocês não imaginam o quanto isto é vantajoso quando se dá aula). A turma de quarta de manhã está realmente me surpreendendo neste último mês e meio, tanto é que, nesta turma, estou o conteúdo uma aula atrasado porque o povo participa "demais" e, com isso, o conteúdo atrasa (isto não é uma reclamação -- ao contrário, gostaria que todas as turmas deixassem o conteúdo atrasado devido a participações embasadas e não apenas a lorotas perguntadas fora do momento).
Creio que o tema ajuda: falar sobre ideologia quase sempre desperta o interesse das minhas turmas, especialmente quando estou falando de liberalismo e socialismo como ideologias opostas e, no meio do caminho, lanço idéias das ideologias nazista, fascista e social-democrata, passando ainda pela caracterização das religiões como ideologia. São temas que, a meu ver, provocam o pensar do aluno, fazem com que os mesmos reflitam e, muitas vezes, entram em contradição -- é muito bom, como professor, ver um aluno defender com unhas e dentes a ideologia liberal para, duas aulas depois, dizer que a visão socialista é realmente melhor. É muito bom ver isto não para sacanear o aluno dizendo que ele é contraditório, mas sim como resultado de um processo dialético por meio do qual o aluno expõe suas idéias e, principalmente, aprende ao fazer tais exposições.
Continuo gostando muito da turma de quinta à noite e, um pouquinho menos, da turma de sexta à noite, sem dúvida alguma. São as turmas nas quais eu tenho o maior número de pessoas próximas (não necessariamente "amigos"). Mas, se eu for analisar todas as minhas turmas em termos de desempenho acadêmico, a turma de quarta de manhã dá um baile em todas as outras, deixando todas as demais para trás. Só espero que este pessoal não se acomode e continue assim não apenas daqui para o final do semestre, e não apenas na minha disciplina, mas em todas e, quiçá, para suas vidas também. Afinal de contas, conhecimento nunca é demais.
Mas o objetivo não é este: o objetivo é refletir sobre o que escrevi aqui ontem: sobre a apatia que toma conta de mim quando vejo que a turma não corresponde. E sobre o inverso: sobre minha empolgação quando vejo que o povo, se não está tão empolgado quanto eu (afinal de contas, ninguém precisa ser louco e gostar de política como eu), pelo menos está participativo na aula.
Para minha alegria pessoal, minhas duas turmas de quarta-feira estão conseguindo fazer com que eu perca o "trauma das quartas-feiras". Quem já é visitante antigo do blog sabe das minhas reclamações da minha turma de quarta à noite no segundo semestre do ano passado e, principalmente, do primeiro semestre deste ano -- a turma para a qual eu menos senti vontade de dar aula em toda minha vida. Provocações à parte, minhas quartas feiras neste semestre, pelo menos nesta segunda parte do curso, estão sendo intelectualmente reconfortantes.
Comecemos pela turma que só agora, faltando um mês para acabar as aulas, está "engrenando", a turma de quarta à noite. Era uma turma que, no início do semestre, parecia repetir e confirmar o "terror das quartas à noite": turma apática, ninguém querendo nada com nada, ninguém perguntando, ninguém questionando. Aula burocrática, Matheus de um lado ensinando e alunos do outro lado ouvindo (e olhe lá). Participações pontuais aqui e ali, sem muito reflexo na minha vontade de dar aula. Mas nas últimas 3 ou 4 aulas a coisa mudou: mais pessoas passaram a participar, mais questionamentos surgiram e o nível dos debates em sala de aula melhorou muito. Claro que ainda há aquelas pessoas que não querem nada com nada, mas quem me conhece sabe que eu começo a me empolgar quando vejo que há mais pessoas se interessando pelo assunto. O reflexo desta participação surpreendeu a mim mesmo hoje: terminei a aula às 22:55 h, com mais ou menos 25 alunos em sala de aula.
Mas a turma que, ultimamente, mais me tem trazido prazer ao dar aula é a turma de quarta de manhã. Esta turma também começou meio apática, poucas participações, mas fato é que nas últimas aulas o pessoal resolveu participar. Há o porém da participação ficar centrada sempre em 4 ou 5 pessoas, sempre as mesmas, mas vejo duas vantagens aqui: 1) Estes 4 ou 5 não dizem asneiras: fazem comentários pertinentes, que dizem respeito à aula; 2) Os demais, de maneira geral, escutam quando os outros estão falando (vocês não imaginam o quanto isto é vantajoso quando se dá aula). A turma de quarta de manhã está realmente me surpreendendo neste último mês e meio, tanto é que, nesta turma, estou o conteúdo uma aula atrasado porque o povo participa "demais" e, com isso, o conteúdo atrasa (isto não é uma reclamação -- ao contrário, gostaria que todas as turmas deixassem o conteúdo atrasado devido a participações embasadas e não apenas a lorotas perguntadas fora do momento).
Creio que o tema ajuda: falar sobre ideologia quase sempre desperta o interesse das minhas turmas, especialmente quando estou falando de liberalismo e socialismo como ideologias opostas e, no meio do caminho, lanço idéias das ideologias nazista, fascista e social-democrata, passando ainda pela caracterização das religiões como ideologia. São temas que, a meu ver, provocam o pensar do aluno, fazem com que os mesmos reflitam e, muitas vezes, entram em contradição -- é muito bom, como professor, ver um aluno defender com unhas e dentes a ideologia liberal para, duas aulas depois, dizer que a visão socialista é realmente melhor. É muito bom ver isto não para sacanear o aluno dizendo que ele é contraditório, mas sim como resultado de um processo dialético por meio do qual o aluno expõe suas idéias e, principalmente, aprende ao fazer tais exposições.
Continuo gostando muito da turma de quinta à noite e, um pouquinho menos, da turma de sexta à noite, sem dúvida alguma. São as turmas nas quais eu tenho o maior número de pessoas próximas (não necessariamente "amigos"). Mas, se eu for analisar todas as minhas turmas em termos de desempenho acadêmico, a turma de quarta de manhã dá um baile em todas as outras, deixando todas as demais para trás. Só espero que este pessoal não se acomode e continue assim não apenas daqui para o final do semestre, e não apenas na minha disciplina, mas em todas e, quiçá, para suas vidas também. Afinal de contas, conhecimento nunca é demais.
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