3 de novembro de 2007

Contra o apego

Terminei de ver, agora à pouco, o filme "O paciente inglês". Filme muito bem feito, muito agradável de se ver e muito interessante em sua conclusão, que se relaciona com um tema sobre o qual conversei com uma pessoa hoje à tarde no msn: o amor traz sofrimento.

Na conversa com tal pessoa, a mesma disse que é possível amar sem sofrer: quando se ama de verdade, quando se ama efetuando-se a troca de sentimentos, ou seja, quando ambos amam ao mesmo tempo, o sentimento aparece sem sofrimento. Eu discordei dela: em qualquer situação negativa iremos sofrer, amando ou não. Pra mim, por mais que você ame uma pessoa, sempre haverá brigas e, quando as mesmas acontecem, você sofre.

Mas eu cometi um erro em minha conversa com tal pessoa, e só percebi o erro quando vi o filme: não é o amor que traz sofrimento, e sim o apego -- cuja origem está no amor. Quando você ama, sente que aquilo ou aquela pessoa que ama é seu, é sua posse. O filme mostra isto claramente: a personagem principal diz que o que mais detesta é o sentimento de posse; no entanto, no decorrer do filme vemos que tal personagem sofre justamente por ser apegado à mulher -- ou seja, por ter o sentimento de posse em relação a tal mulher --, e tal sentimento tem sua origem no amor que ele sente por ela.

O filme é visualmente muito bonito. Não é à toa que ganhou o Oscar não só de melhor filme, mas também de melhor música original, de melhor edição de imagem e de melhor diretor, dentre outros. Vale a pena assisti-lo, mas não apenas com os olhos nas imagens do norte da África (lugar para o qual ainda vou, se tudo der certo no próximo ano), e também não com a atenção apenas nas histórias principal e acessórias de amor. Deve-se atentar também para este "detalhe" do apego, que, para mim, é tão importante quanto o restante da trama.


2 comentários:

Káh disse...

Ui ui ui, desse jeito eu xono!:P

Káh disse...

ps: Vai abandonar mesmo o fotolog? :(