(Original aqui.)
Brasil adoraria estar 'cantando na chuva' para evitar apagão, diz 'FT'
Segundo jornal, brasileiros precisam rezar pela chuva para evitar racionamento.
"Os brasileiros - e especialmente o governo - têm que rezar pela chuva", afirma reportagem publicada na edição desta sexta-feira do jornal britânico Financial Times.
Segundo a reportagem, intitulada, "Brasil gostaria de nada melhor do que estar cantando na chuva", a última vez em que o racionamento de energia foi introduzido no Brasil, ele acabou derrubando o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, e por isso, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer evitar uma associação com o apagão a todo o custo.
"Durante 2001 e 2002, a combinação de pouca chuva e má administração forçou distribuidores a limitar o fornecimento de energia para residências e para a indústria", afirma o FT.
"O governo do presidente Fernando Henrique Cardoso ficou conhecido como o 'governo do apagão' e seu partido foi derrotado nas eleições de 2002. O governo de seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva, quer evitar qualquer impressão de que a mesma coisa possa voltar a acontecer."
Segundo o jornal britânico, apesar de o governo descartar o risco de apagões e afirmar que já está se preparando para 2009, outros discordam, e avisam que as próximas semanas serão cruciais.
"Se a chuva não cair, o país pode sofrer racionamento preventivo já a partir de maio, na pior das hipóteses", segundo alerta de Rowe Michels, do banco de investimentos Bear Sterns, entrevistado pelo jornal.
O FT afirma que, para alguns analistas, o racionamento já começou. "Nenhum corte foi anunciado, mas o modo como o mercado de energia do Brasil é estruturado já resultou em aumentos de preços tão altos para a indústria, que pelo menos duas grandes empresas foram forçadas a fechar e demitir funcionários."
Segundo o jornal, é "irônico que parte do problema brasileiro seja o fato de o país ser abençoado com eletricidade barata e abundante das usinas hidrelétricas".
"Elas garantem 85% da eletricidade, mas as grandes represas são caras e levam tempo para ser construídas, e novos projetos enfrentam atrasos e dificuldades, especialmente na emissão de licenças ambientais."
O jornal destaca que apesar de o Brasil usar apenas um terço de seu potencial hidrelétrico, o governo partiu para usinas termoelétricas, cuja construção é mais rápida, para reduzir a dependência da chuva.
"Mas as novas usinas não mantém o mesmo ritmo da demanda", afirma o FT. O jornal explica que, parte do problema, é a falta do gás natural vindo da Bolívia, provocada, entre outras coisas, pela nacionalização do setor em 2006 pelo presidente Evo Morales, que levou à falta de investimentos.
O FT cita ainda o consultor de energia Paulo Ludmer, da Abrace, que diz que a falta de chuva foi exacerbada pelas regulações do governo Lula, que prevê que a indústria pode comprar eletricidade diretamente dos geradores, sem passar pelo distribuidor, para garantir o suprimento.
"Cerca de 25% da energia usada no Brasil é comprada desta forma. Mas com o crescimento econômico, a demanda ameaça ultrapassar a oferta", o que provocaria flutuação nos preços, dificultando a situação da indústria, diz o jornal.
"Com esses e outros contratempos mantendo o perigoso equilíbrio entre oferta e demanda, a segurança do fornecimento depende, uma vez mais, da chuva."
Brasil adoraria estar 'cantando na chuva' para evitar apagão, diz 'FT'
Segundo jornal, brasileiros precisam rezar pela chuva para evitar racionamento.
"Os brasileiros - e especialmente o governo - têm que rezar pela chuva", afirma reportagem publicada na edição desta sexta-feira do jornal britânico Financial Times.
Segundo a reportagem, intitulada, "Brasil gostaria de nada melhor do que estar cantando na chuva", a última vez em que o racionamento de energia foi introduzido no Brasil, ele acabou derrubando o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, e por isso, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer evitar uma associação com o apagão a todo o custo.
"Durante 2001 e 2002, a combinação de pouca chuva e má administração forçou distribuidores a limitar o fornecimento de energia para residências e para a indústria", afirma o FT.
"O governo do presidente Fernando Henrique Cardoso ficou conhecido como o 'governo do apagão' e seu partido foi derrotado nas eleições de 2002. O governo de seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva, quer evitar qualquer impressão de que a mesma coisa possa voltar a acontecer."
Segundo o jornal britânico, apesar de o governo descartar o risco de apagões e afirmar que já está se preparando para 2009, outros discordam, e avisam que as próximas semanas serão cruciais.
"Se a chuva não cair, o país pode sofrer racionamento preventivo já a partir de maio, na pior das hipóteses", segundo alerta de Rowe Michels, do banco de investimentos Bear Sterns, entrevistado pelo jornal.
O FT afirma que, para alguns analistas, o racionamento já começou. "Nenhum corte foi anunciado, mas o modo como o mercado de energia do Brasil é estruturado já resultou em aumentos de preços tão altos para a indústria, que pelo menos duas grandes empresas foram forçadas a fechar e demitir funcionários."
Segundo o jornal, é "irônico que parte do problema brasileiro seja o fato de o país ser abençoado com eletricidade barata e abundante das usinas hidrelétricas".
"Elas garantem 85% da eletricidade, mas as grandes represas são caras e levam tempo para ser construídas, e novos projetos enfrentam atrasos e dificuldades, especialmente na emissão de licenças ambientais."
O jornal destaca que apesar de o Brasil usar apenas um terço de seu potencial hidrelétrico, o governo partiu para usinas termoelétricas, cuja construção é mais rápida, para reduzir a dependência da chuva.
"Mas as novas usinas não mantém o mesmo ritmo da demanda", afirma o FT. O jornal explica que, parte do problema, é a falta do gás natural vindo da Bolívia, provocada, entre outras coisas, pela nacionalização do setor em 2006 pelo presidente Evo Morales, que levou à falta de investimentos.
O FT cita ainda o consultor de energia Paulo Ludmer, da Abrace, que diz que a falta de chuva foi exacerbada pelas regulações do governo Lula, que prevê que a indústria pode comprar eletricidade diretamente dos geradores, sem passar pelo distribuidor, para garantir o suprimento.
"Cerca de 25% da energia usada no Brasil é comprada desta forma. Mas com o crescimento econômico, a demanda ameaça ultrapassar a oferta", o que provocaria flutuação nos preços, dificultando a situação da indústria, diz o jornal.
"Com esses e outros contratempos mantendo o perigoso equilíbrio entre oferta e demanda, a segurança do fornecimento depende, uma vez mais, da chuva."
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