22 de março de 2008

Que burrice

Às vezes pergunto-me: será que os críticos do Lula têm razão em chamá-lo de burro?

E, às vezes, minha resposta é "sim". A primeira notícia abaixo explica minha opinião. A segunda notícia também explica minha opinião.

(Original aqui.)

Com medo de inflação, governo estuda restringir crédito
Estimulado por medidas do governo, consumo de famílias vem crescendo há quatro anos.
Restrições devem começar por financiamentos; carros devem se limitar a 36 meses.

O governo teme que o consumo em alta provoque aumento da taxa de inflação e por isso estuda medidas para restringir o crédito.

O sinal de alerta veio do aumento do consumo das famílias. Ele vem crescendo há quatro anos, estimulado por medidas adotadas pelo governo. Nos últimos meses, acelerou, principalmente por causa do crédito fácil.

Segundo o IBGE, o volume de financiamentos cresceu 33% no ano passado. E os prazos foram esticados. Hoje é possível comprar um carro novo em até 99 meses.

O aumento do consumo das famílias é bom, a economia cresce, as empresas investem e criam mais empregos. Mas há um risco: se o consumo aumentar rápido demais, as indústrias podem não dar conta de atender a todos os pedidos e isso pode levar a uma alta de preços - o que pode trazer de volta o fantasma da inflação.

“Quando você tem um excesso de consumo, certamente que em um determinado momento isso vai impactar de uma tal forma que vai começar produzir inflação na economia. E isso acaba não sendo benefício para a sociedade”, diz o professor de finanças públicas da UnB, José Matias Pereira.

O Banco Central já trabalha com essa possibilidade. Na ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), o BC avisou que pode aumentar os juros. Mas, para não interromper o ritmo de crescimento da economia, o Ministério da Fazenda estuda medidas para segurar o consumo.

A restrição deve começar pelo financiamento de automóveis. As prestações devem ser limitadas em 36 meses.

(Original aqui.)

Para a indústria, restringir crédito é erro de avaliação
Governo estuda medidas para frear consumo.
Eles alegam que não há risco de pressão inflacionária.

A idéia do governo, de dar um freio no crescimento do consumo, restringindo a expansão do crédito, foi criticada por representantes do setor produtivo. Medidas que estariam em estudo, como a limitação dos prazos para financiamento de automóveis, não se justificariam, na opinião da maioria dos empresários. Eles alegam que não há indícios de superaquecimento da demanda e, conseqüentemente, de pressão inflacionária.

“Essa conversa de escassez de oferta é bobagem e os índices de preços mostram que não há nenhuma distorção quanto à inflação”, afirma o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf.

Além dos investimentos que estão sendo feitos para aumentar a capacidade de produção, Skaf argumenta que vivemos em um mercado aberto, onde se pode importar de tudo de qualquer parte do mundo. “E o câmbio sobrevalorizado ainda barateia artificialmente o custo das importações”, afirma.

Indústria

O economista Júlio Sérgio Gomes de Almeida, assessor do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), observa que houve um aumento de fato no grau de utilização da capacidade instalada da indústria nacional no ano passado, ressaltando, porém, que o nível de utilização dessa capacidade não aumentou nos últimos cinco meses. “É sinal de que o investimento, que vem com um certo atraso, já se incorporou à capacidade produtiva.”

Gomes de Almeida cita que a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou, na quarta-feira, os resultados de uma pesquisa em que os empresários da indústria informaram que a capacidade de produção deverá crescer 11% este ano. “A menos que tivéssemos um crescimento chinês, o produto industrial não vai aumentar na mesma proporção da capacidade instalada.”

Para o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, se os índices de preços confirmarem as informações de que estaria havendo uma pressão inflacionária, seria mais saudável para a economia o governo tentar controlar um pouco a expansão do crédito do que recorrer à elevação dos juros.


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