8 de maio de 2007

O correto é tomar um cappuccino à noite!

"Ou, talvez, basta que eu me associe às pessoas 'corretas'..."

Foi com esta frase que terminei meu post de ontem à noite, escrito mais ou menos a esta mesma hora.

Hoje recebi um recado de uma amiga minha e, para ser sincero, não entendi muito bem o que ela quis dizer. Mas o recado dela chamou minha atenção para outra coisa: o que é uma pessoa "correta"?

Enquanto eu como meu macarrão (ótimo para o corpo comer carboidrato à noite, antes de dormir), passaram-se pela minha mente diversos filósofos e suas respectivas idéias, desde Platão e Aristóteles, passando por Maquiavel, Hobbes e Hume, chegando até mesmo a Einstein e, mais recentemente, Trigueirinho. Tudo isso para responder a uma pergunta: "o que é ser correto?"

Já escrevi aqui e em outros lugares sobre o tema, mas parei mais uma vez para pensar no assunto e, mais que isso, para contemplar novamente a imensa dificuldade em falar sobre o assunto. A correção é algo racionalmente criado, como diria Platão, ou é algo espiritualmente definido, como diria Trigueirinho? Ou, mais ainda, é algo que não existe, da mesma forma como Kelsen afirma sobre a justiça?

Uma pessoa correta é aquela que, em todos os momentos, faz as coisas como devem ser, ou é aquela que me é útil no momento em que preciso dela? Como as coisas devem ser? Devem ser do jeito que eu quero, do jeito que os outros querem ou do jeito que Deus quer? Enfim, o que é o correto?

Mais uma vez, seguirei meu querido e amado Platão: correto (ou justo) é aquilo que é bom para mim e para os outros, além de ser bom para a "cidade". Ok, "o que é bom para a cidade" é algo meio complicado de ser posto em prática nos dias de hoje, nestes dias de liberalismo político e econômico e de democracia representativa. Mas a definição platônica não nos impede de fazer a coisa certa de acordo com nosso próprio julgamento.

Algo que deixarei em aberto é a origem deste próprio julgamento: se terá uma origem divina, à lá Trigueirinho, ou uma origem racional, à lá Maquiavel. Eu pessoalmente acredito que a origem está na união destes dois termos, mas devido ao avançado da hora não irei me estender muito por aqui.

Não chegarei ao ponto extremo do utilitarismo e não acreditarei que as pessoas "corretas" serão aquelas que poderão me trazer algum benefício, e que só serão corretas enquanto fizerem isso. Não compartilho da idéia de que as pessoas são apenas razão e que, por isso, devem se seguir apenas pelas ordens da mesma. Acredito existir um alto grau de subjetividade em todas as decisões de todos os seres humanos. No fundo, sou eu que preciso seguir a correção: não me importarei com o que dizem ou deixam de dizer. O que importa é que eu estarei agindo de maneira correta, de acordo com meu próprio julgamento. Sou forte o suficiente para aguentar o que quer que outros queiram impingir em mim. Não conseguirão e falharão. Não porque eu seja melhor, mas porque eu tenho consciência do meu potencial. Mais ou menos à lá Arruda: "Eu sou capaz e eu vou fazer".

Gente! O que um cappuccino delicioso não faz com a gente às 23:40 h da noite?!


Um comentário:

Anônimo disse...

Bom texto.
Nada é incorreto até que se prove o contrário........
Kukla