4 de julho de 2007

Continuação da série "Eu odeio o Hugo Chavez"

(Original aqui)

Brasil e Paraguai rejeitam ultimato de Chávez
Ministra Dilma Roussef disse que ninguém vai estabelecer prazos.
Para presidente do congresso paraguaio, expressões são "agressões gratuitas".

O ultimato do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, aos Congressos do Brasil e do Paraguai para que aprovem a entrada de seu país ao Mercosul foi interpretado como uma intervenção no Poder Legislativo dos dois países.

A declaração foi feita em um discurso transmitido pela televisão. O presidente da Venezuela não só ameaçou desistir de entrar no Mercosul se o Congresso brasileiro não aprovar logo o pedido de adesão da Venezuela como deu até prazo.

“Se em três meses não for feito, nós vamos nos retirar por dignidade. Por dignidade, porque consideramos isso uma falta de respeito”, afirmou o presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

Os parlamentares brasileiros já preparam uma resposta. Foi até marcada para esta quarta-feira (4) uma reunião com o presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), para tratar do assunto. Mas o tom de ameaça do presidente da Venezuela causou indignação.

“Vamos aproveitar as palavras do presidente Hugo Chávez: nós não somos nem papagaios dos Estados Unidos e não somos também da Venezuela”, criticou o líder do PPS, deputado Fernando Coruja (PPS-SC).

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse que "ninguém vai estabelecer prazos para nenhum país". “Ninguém estabelece prazo para nós e nem nós estabelecemos prazo para ninguém”, disse a ministra.

Já o líder do PSDB no Senado, senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), viu na declaração do presidente venezuelano uma oportunidade para barrar a entrada da Venezuela no bloco. “Grande notícia. Agora já sei que eu devo resistir com o PSDB até setembro e depois cobrar que ele cumpra a palavra e não entre no Mercosul”, disse.

O pedido de adesão da Venezuela ao Mercosul está parado no Congresso desde fevereiro. O documento foi assinado há um ano, em julho de 2006. Todos os quatro países integrantes do bloco têm que aprovar o novo parceiro comercial. As câmaras da Argentina e Uruguai já o fizeram; Brasil e Paraguai, ainda não.

Paraguai

No Paraguai, o presidente do Congresso, Miguel Abdón Saguier, chamou de "agressão gratuita" as expressões do líder venezuelano. O presidente do Congresso paraguaio disse que seu país entrou na polêmica por acaso. "O confronto de fundo é entre Brasil e Venezuela, por um problema de liderança", analisou.

Com relação ao prazo de três meses, Saguier explicou que o Poder Executivo ainda não remeteu o pedido de ratificação ao Senado.

O chanceler paraguaio, Rubén Ramírez, já tinha comentado durante a cúpula do Mercosul, em Assunção, que o presidente do Paraguai, Nicanor Duarte, está "analisando o melhor momento" para mandar o projeto de ratificação ao Congresso, onde a oposição tem maioria.


Nenhum comentário: