6 de janeiro de 2008

Frio em Krasnoyarsk

Eu realmente não imaginava que aqui a temperatura fosse ser mais baixa do que Irkutsk, afinal de contas em Irkutsk há uma imensa massa de água bem próxima à cidade. Mas a temperatura baixou. Cheguei em Krasnoyarsk e logo de cara já vi o termômetro: -16 graus, e com tendência de queda. Ouvi um senhor conversando com outro na estação dizendo que anteontem chegou aqui o "moroz" -- ou frio intenso, no qual a temperatura até não é tão baixa, mas o frio é intenso e dói nos ossos. Não sei explicar muito bem este "moroz", apesar de saber muito bem o que ele é. É mais ou menos assim: em Irkutsk houve dias em que estava -13 e eu senti mais frio do que quando estava -18 devido a este "moroz". Vou procurar no dicionário ou na internet e depois escrevo mais sobre isso aqui. Mas fato é que aqui está bem mais frio que Irkutsk.

Como já disse, deixei as coisas no locker e me mandei pra rua. Como não coloquei o computer no locker, resolvi sair com ele nas costas pra "passear", já que não poderia deixá-lo no quarto após dois russos me terem visto usando-o antes de sair. E lá fui eu.

Peguei um trolebus e, logo após entrar em uma das principais ruas da cidade, desci pra começar a caminhar e tirar fotos, como fiz em Irkutsk. E lá fui eu, fotografando, filmando e caminhando. Andei pelos 3,5 km que a rua tem de extensão e, ao chegar ao final, resolvi voltar direto pro "hotel" aqui na estação, já que estava fazendo nada menos que -22 graus! Infelizmente não consegui tirar foto do termômetro com tal temperatura porque a máquina fotográfica não ligou, e eu não queria forçar e estragá-la. O máximo (ou seria mínimo?) que consegui fotografar e filmar foi -19 graus. Mas ainda tenho a esperança de amanhã fotografar com temperatura mais baixa.

Antes de voltar pra cá, ainda comecei a caminhada por outra das ruas principais, mas realmente estava difícil. O "moroz" veio com tudo e, além "dele", estava também ventando, ventando muito. Pouquíssimas pessoas andando pela cidade. Quando perguntei pra um senhor onde ficava uma igreja que eu queria fotografar, ele me respondeu, mas me disse também que eu poderia rezar em casa que, com este frio todo, Deus ia entender o por quê de eu não ter ido rezar na igreja. E no fim das contas tive de "abrir as pernas" e voltar pra cá. Saí daqui às 11:20 h, mais ou menos, e às 14 h já estava de volta. Hoje nem teve graça...

Mas teve o lado positivo. Quando cheguei, os dois russos mal encarados já tinham ido embora. Estava aqui um rapaz da Ucrânia, muito simpático. O trem dele só sairá às 18:20 h, então passamos a tarde inteira conversando sobre um monte de coisa. Foi o primeiro católico que encontrei durante toda a viagem.

Agora à noite vou ficar por aqui mesmo. Nem vou sair pra comprar comida -- ainda tenho suco, pão, queijo e chocolate que trouxe de Irkutsk. Vou me preparar pra amanhã de manhã dar outra caminhada, independentemente da temperatura -- afinal de contas, vir conhecer a cidade e ficar dentro do hotel é jogar dinheiro fora...


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