12 de abril de 2007

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RÚSSIA CELEBRA CENTENÁRIO DO 'PAI' DE SEU PROGRAMA ESPACIAL
Sergei Korolev (1907-1966) foi responsável por missões históricas.
Ele criou os foguetes que levaram Sputnik e Yuri Gagarin.

Com a emissão de moedas comemorativas, a inauguração de um museu e outros atos oficiais, a Rússia comemorou hoje o centenário do nascimento de Sergei Korolev, pai da cosmonáutica soviética e responsável pelos atos mais notáveis na história da exploração espacial.

O Banco Central da Rússia e o da Ucrânia colocaram em circulação moedas comemorativas dedicadas ao centenário de Korolev, figura-chave no desenho, construção e lançamento do famoso Sputnik, primeiro satélite artificial da Terra, que foi colocado em órbita em 4 de outubro de 1957.

Em Moscou, foi inaugurada solenemente uma casa-museu dedicada ao lendário cientista, que enviou ao espaço Yuri Gagarin, o primeiro ser humano a cruzar o limiar dos cosmos, em 12 de abril de 1961.

Representantes de instituições militares, científicas e do setor aeronáutico depositaram flores no túmulo de Korolev, que fica no Panteão de figuras ilustres nas muralhas do Kremlin, na Praça Vermelha.

Os atos de maior destaque ocorreram na cidade de Korolev (pronuncia-se "Caralióv"), 15 quilômetros a nordeste de Moscou, denominada assim em homenagem ao cientista e onde está localizado o Centro de Controle de Vôos Espaciais, empresas construtoras de naves espaciais e outras entidades do setor aeronáutico.

Até 16 de janeiro de 1966, dia de sua morte, a figura de Korolev era um enigma. Durante décadas, seu rosto, nome e sobrenome foram segredo de Estado. A imprensa soviética se referia a Korolev apenas pelo cargo que ocupava, de "Construtor Chefe".

Korolev nasceu na Ucrânia e, em 1932, com apenas 20 anos, liderou uma equipe de engenheiros que se dedicavam à fabricação de motores de reação.

Devido a uma denúncia, Korolev foi preso e passou vários anos nos campos de concentração do sistema stalinista conhecido como Gulag. Em 1944, Korolev foi libertado junto com outros cientistas.

Imediatamente após o fim da Segunda Guerra Mundial, Korolev e outros cientistas soviéticos foram enviados à Alemanha para recolher informações sobre o programa de aparelhos aéreos com motores a reação que o país desenvolvia.

Posteriormente, nas estepes de Volga, com a ajuda de engenheiros alemães prisioneiros, Korolev participou dos trabalhos de reconstrução do foguete alemão V-2 e da construção dos primeiros foguetes soviéticos capazes de levar armas nucleares.

A partir do foguete alemão, desenhado por Wernher von Braun, Korolev e seus colegas conseguiram delinear e fabricar foguetes com capacidade de alcançar a órbita terrestre, o que permitiu o lançamento do Sputnik e do foguete-nave Vostok, no qual Gagarin viajou ao espaço.

Sob a direção de Korolev foram criados os três primeiros satélites artificiais soviéticos. O cientista participou do programa para fotografar a face oculta da Lua e também para colocar aparelhos automáticos na superfície lunar.

Korolev organizou outros vôos tripulados notáveis, como o protagonizado por Valentina Tereshkova, a primeira mulher a viajar ao espaço, e programas para investigar Marte e Vênus.


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