26 de setembro de 2007

Fato do dia

Estou eu me preparando para iniciar minha aula de hoje quando alguém bate na porta e me chama.

- Você é o prof. Matheus?
- Sim, sou eu.
- Isto é pra você -- e o cara me aponta uma rosa com um cartão azul.

Eu viro pra ele e falo:

- Ah, tu tá de sacanagem comigo!
- Não, é sério! Pediram para te entregar.

E eu volto pra dentro da sala com a rosa na mão (muito bonita, por sinal) e o cartão. Felizmente, havia poucas pessoas em sala de aula (apenas umas 8), e por isso minha vergonha foi menor. Mas, como sou uma pessoa discreta e não gosto que os outros se insiram na minha vida sem serem convidados, eu deixo a rosa e o cartão em cima da mesa e começo a dar aula naturalmente, como se nada tivesse acontecido. Para melhorar minha sorte, hoje foi a apresentação do filme sobre mídia e política, portanto ficou tudo escurinho e quase ninguém viu a rosa em cima da mesa.

É fogo: a situação saiu do controle e eu não gosto nem um pouco disso. E gosto menos ainda quando o cartão vem anônimo.

Por outro lado, a rosa é realmente bonita. Amarela, com as bordas avermelhadas. Gostei muito, ainda que seja estranho receber flores -- já dei vários e vários buquês para as mulheres, mas receber uma rosa... Acho que nunca havia recebido antes. E agora ela está aqui em casa, devidamente acondicionada em um potinho com água -- porque, além de bonita, é cheirosa, e eu pretendo sentir por mais tempo o aroma que ela emite.


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