26 de setembro de 2007

Putz 2

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(Original aqui)

Brasil fica em 72º em ranking mundial de corrupção, diz ONG
O Brasil teve nota 3,5 em uma classificação que vai de zero a dez.
Iraque, Somália e Mianmar são os três últimos países da lista.

O Brasil é o 72º colocado no ranking anual sobre corrupção elaborado pela organização não-governamental Transparência Internacional e divulgado nesta quarta-feira (26). O país registrou nota 3,5 em uma classificação que vai de 10 (para países menos corruptos) até zero (países mais corruptos).

No ano passado, o país estava em 70ª e tinha nota de 3,3. A variação da nota em 0,2 não pode ser comemorada, de acordo com Bruno Speck, assessor sênior da entidade para a América Latina, uma vez que está dentro da margem de erro, que é três pontos para baixo e cinco pontos para cima. Speck é também professor de ciências políticas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

A nota do Brasil no índice de percepção da corrupção já chegou a 4,0, nos anos de 2001 e 2002. Desde então, foi para 3,9, depois para 3,7 e atingiu 3,3 no ano passado. "A margem de 3,5 a 4,0 coloca o Brasil entre os países onde a corrupção é um problema grave. Apesar dos vários esforços do governo, ainda há muito o que fazer."

Veja abaixo as notas do Brasil e a colocação no ranking da Transparência Internacional desde 2001


Ano Posição no ranking Nota
2001 46ª 4,0
2002 45ª 4,0
2003 54ª 3,9
2004 59ª 3,9
2005 62ª 3,7
2006 70ª 3,3
2007 72ª 3,5

Segundo Speck, a colocação do Brasil "piora tendecialmente porque a cada ano entram mais países no ranking, uns com melhor colocação e outros com pior". Ele destacou, porém, que, quando são incluídos novos países, a metodologia da pesquisa é alterada.

"Não é correto dizer que se os quatro que entraram [na frente do Brasil] não estivessem na lista, o país teria melhorado [no ranking]. Isso porque o método da pesquisa também muda. São realizados levantamentos diferentes."

No ranking de 2007, foram incluídos 17 novos países, somando 180. São eles: Santa Lúcia (24º); São Vicente e Granadinas (31º); Cabo Verde (50º); Samoa (59º); Montenegro (85º); Maldivas (86º); Kiribati (88º); Vanuatu (98º); Djibouti (106º); Ilhas Salomão (115º); São Tomé e Príncipe (120º); Camarões (125º); Guiné-Bissau (149º); Libéria (156º); Afeganistão (172º); Tonga (176º) e Somália (179º). Destes, quatro ficaram à frente do Brasil na classificação.

O professor explica que a melhor forma de avaliar a situação do Brasil é comparar com outros países da América Latina. O Chile, por exemplo, está na 22ª posição e registrou nota de 7,0, o dobro do Brasil. O Uruguai, no 25º lugar, tem nota 6,7.

"Chile e Uruguai têm quase o dobro [da nota] do Brasil. A avaliação é muito alta na Costa Rica. Isso é um dado negativo, porque o Brasil passou por processo de modernização das instituições se comparado com outros países. A criação da CGU foi esforço enorme de aprimoramento da aplicação de recursos públicos. Mostra que há vontade, mas muito o que se fazer ainda", avalia Speck.

Para o cientista político, o ranking da Transparência Internacional serve para "alertar os governos de que a corrupção é um problema internacional. "A pesquisa faz uma avaliação sumária de fenômenos muito complexos, envolve muitos poderes, não diferencia estados e União. Dá pouca informação para reformas políticas. Mas o principal propósito é levar o tema à agenda política internacional e nacional."

Mundo

De acordo com a Transparência Internacional, a corrupção afeta principalmente os países devastados pela violência, incluindo Iraque e Somália, que se uniram a Mianmar na relação dos mais afetados.

Os países "limpos", encabeçados por Dinamarca, Finlândia e Nova Zelândia - todos com nota 9,4 -, também deveriam fazer mais esforços para evitar que suas empresas tentem corromper os políticos de outros estados ou não fazer mais vista grossa para a procedência de fundos suspeitos depositados em suas instituições financeiras, segundo a ONG.

A lista dos dez países mais transparentes se completa com Cingapura, Suécia, Islândia, Holanda, Suíça, Canadá e Noruega. Os Estados Unidos aparecem na 20ª posição com a nota 7,2.

Além de Iraque (1,5), Somália e Mianmar (1,4 cada), os três últimos países da lista de 180 países, a relação das nações mais corruptas inclui Haiti, Uzbequistão, Tonga, Sudão, Chade e Afeganistão.

"Os países do final da classificação devem levar a sério estes resultados e agir já para fortalecer a responsabilidade de suas instituições públicas", destacou Huguette Labelle, presidente da TI.

"Porém, as ações dos países bem classificados também são importantes, sobretudo para combater a corrupção no setor privado", acrescentou.

Quase 40% dos países com índice abaixo de três - onde se considera que a corrupção afeta todos os setores - são classificados como "pobres" pelo Banco Mundial.

O país sul-americano mais bem colocado é o Chile (7,0), com a 22ª posição. A Argentina, com 2,9, aparece como o número 105 na relação.


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