16 de junho de 2008

Nossa vida...

Bom, na verdade acho que o título dessa postagem não tem nada a ver com o que escreverei por aqui. Mais na verdade ainda, não sei muito bem sobre o que escreverei... Apenas me deu vontade.

Já era pra ter ido dormir há tempos atrás, literalmente há duas horas atrás. Mais de duas horas atrás. Mas fui fazer o boletim de ocorrência do furto do celular da minha irmã, e aí todo mundo sabe como é a internet -- uma "passadinha rápida" em certo site de notícias, que tem uma notícia interessante aqui, outra ali, uma matéria sobre mais um jogo de corrida (que vou comprar, é claro), vídeos sobre esse jogo de corrida... E de repente passaram-se duas horas. Gente, é informação demais. Como vivíamos na ignorância há 10 anos atrás! Ou talvez hoje vivamos em um mundo midiático embasado em bits e bytes que, de uma hora pra outra, podem ser apagados... Já pensaram nisso? E se minhas reservas financeiras forem embora porque alguém sem querer travou o computador do banco, os dados foram corrompidos, sem backup (oh situação hipotética) e amanhã eu aparecer com zero reais na conta? Ou estiver sem conta?

Fato é que nestas duas horas eu ouvi praticamente as mesmas cinco músicas. Músicas "roubadas" de um amigo meu russo (com o consentimento dele). Já falei sobre essas músicas aqui: são músicas sacras da Igreja Ortodoxa Russa. Já fui russo em outra encarnação, sem dúvida. E essas dúvidas me levam pra lá e pra cá, me fazem viajar entre o Brasil e a Rússia, e -- mais que isso -- me fazem ficar melancólico, pensativo, absorto em pensamentos de melancolia e compaixão... Eu acho. Não sei explicar direito. A melancolia ao ouvir tais músicas é nítida, é clara -- e eu gosto disso. A compaixão... Não sei se a palavra é exatamente essa, e eu acho que não. Não é compaixão no sentido cristão de "ser bonzinho com o próximo", é algo maior que não sei explicar. Alguma coisa que me faz pensar para além das futilidades do dia-a-dia.

Senão vejamos. Meu fim de semana, por exemplo. Sábado de manhã fiquei em casa, já que acordei tarde. À tarde saí com amigos e fomos pra um bar, do qual saímos por volta das 22 h. Voltei pra casa, tomei um banho e lá fomos nós novamente, para um lugar que, infelizmente, não pode ser citado aqui devido aos envolvidos. Diversão? Sem dúvida que sim. Crescimento interno? Sem dúvida que não.

As coisas vêm e vão... Passam, nos alegram, e vão embora. A vida é isso? O que fica? É o fast-food ao qual me referi em alguma postagem anterior.

Hoje, domingão. Acordei tarde -- também, chegando 5:40 h da manhã, com sono, tenho de acordar tarde mesmo. Fui almoçar com minha irmã. Como sempre, fomos de mãos dadas, conversando sobre um monte de coisa interessante. Voltamos de mãos dadas pra casa. Em seguida ela foi fazer o vestibular e eu fui ao cinema (sozinho como sempre -- isso não é drama, é regozijo, satisfação -- é ótimo ir ao cinema com quem mais amo, ou seja, eu mesmo). À noite mais conversas, dessa vez pelo msn, com pessoas diversas -- uma um excelente amigo, "insubstituível" (entre aspas porque ninguém é insubstituível), duas conhecido-amigas (estão no meio-termo entre pessoas apenas conhecidas e amigas), uma amiga e mais duas conhecidas.

Crescimento? Novamente analisemos: com a irmã sim -- auxiliá-la em suas preocupações "da idade" (aqui é "o velho e experiente" falando) sempre é bom. Conversas profundas, até mesmo porque partilhamos da mesma visão de vida e basta apenas que ela coloque em prática algumas coisas que já sabe. E é nessas horas que vemos como o ser humano se apega a besteiras... Como ela mesmo disse, "o pior é saber o que fazer e não conseguir fazer". Mas isso passa, eu sei que passa porque eu passei por isso e para ela passará também. Depois temos o filme -- crescimento? Não, mas um relaxamento mental interessante -- e mesmo assim este que vos escreve fica analisando as coisas de maneira bem racional. Pelo menos dá pra viajar no filme e "relembrar a infância". Conversas no msn -- crescimento? Ah, com o amigo sem dúvida; com as duas conhecido-amigas, um pouco; com a amiga, auxiliando-a; com as outras, futilidades.

Fato é que tudo passou. O que tiro disso? O que fica marcado, o que traz de auxílio para o crescimento interno (não digo intelectual)?

Ah, meu time ganhou de 4 x 2. Ótimo, se não fosse passageiro, até porque nesta semana já há outro jogo, mais dinheiro rolando, mais "sofrimento" de um lado a outro...

Ouvindo estas músicas, dá vontade de fazer igual ao "peregrino russo" -- título de um livro bastante interessante, que quase me fez mudar radicalmente de vida há algum tempo atrás, quando o li pela primeira vez... Ouvindo essas músicas, fico pensando: como crescer e auxiliar os demais a crescerem? Será que ainda dá tempo pra isso?

Às vezes -- só às vezes, muito às vezes -- dá vontade de dar essas viajadas totais, como agora... Não é que eu não saiba o que fazer, eu sei muito bem o que fazer. Mas será que eu não poderia estar fazendo mais?

Pessoas escrevendo em seu blog que procuram um grande amor... Por que procuram nos outros, ao invés de perceberem que o suficiente para uma boa vida está dentro de si próprio? Por que a necessidade do apego ao outro?

... E lá vou eu novamente ouvir a mesma música, que me deixa quase em estado de êxtase... "Sacred Treasures -- Choral Masterworks from Russia -- Liturgy of St John Chrysostom, Op. 31. Bless the Lord, o my Soul"... Se alguém puder ouvir, ouça. Poucos gostarão, não tenho dúvidas, porque é uma música que tem um clima triste... Mas muito bonita mesmo assim.

Enfim, esta é a vida, nossa vida tão estranha, tão confusa, tão misteriosa, mas tão importante, tão radiante, tão revigorante...


2 comentários:

Erika Ramos disse...

Tbm tenho certeza q vc foi russo na outra incarnação!


=]

Unknown disse...

profundo prof..