4 de setembro de 2008

"Só dá ele"

O poderoso primeiro-ministro está em todas. Dos conflitos na Geórgia à queda-de-braço com os Estados Unidos e a Europa nas últimas semanas, passando pela rápida missão científica (veja aqui) de estudos sobre tigres em extinção no domingo, Putin agora estará na capa da revista americana Vanity Fair. O premiê acaba de ser eleito o homem mais influente de 2008. Não só foi incluído na lista dos 100 mais, como já entra em primeiro lugar, ultrapassando o líder do ano passado, Rupert Murdoch.

 

Embora tenha deixado a presidência em maio, quando elegeu o sucessor Dmitri Medvedev, permaneceu no poder como primeiro-ministro. Não há como negar que, aqui, quem manda é Putin. Os próprios russos estão mais do que convencidos disso, como mostram todas as pesquisas de opinião recentes.

 

Ao justificar sua escolha, a Vanity Fair lembra que o premiê tem uma aprovação de 80% da população, promoveu a recuperação econômica da Rússia, além de ressuscitar as forças armadas, o orgulho nacional e a importância global do país. Mas a revista também diz que Putin é criticado por reduzir a liberdade de expressão e a democracia, controlar a mídia, mandar prender inimigos e levar ao poder seu protegido naquilo que teria sido uma eleição de cartas marcadas. Medvedev não consta da lista da Vanity Fair.

 

No final de 2007, Vladimir Putin já havia sido eleito o homem do ano pela Time. O diretor da revista, Richard Stengel, disse, à época, que ele era o novo czar da Rússia e perigoso por não se importar com as liberdades civis ou de expressão.


Depois da profunda crise econômica dos anos 90, a Rússia cresce cerca de 7% ao ano há uma década. O país vive um momento de estabilidade que há muito não se via e isto é atribuído aos oito anos de Putin no poder.

 

A Rússia também voltou a ter importância no cenário internacional. É uma potência energética que fala de igual para igual com a Europa e os Estados Unidos. Durante os conflitos no Cáucaso, deu demonstrações de força e deixou em evidência a incapacidade do Ocidente de punir o país. E os russos estão adorando isso tudo.

 

Ex-burocrata desconhecido da maioria da população, Putin virou figura pública no final do governo de Boris Iéltsin, que o escolheu para primeiro-ministro e o apresentou como sucessor. À época, apenas 6% dos russos sabiam quem era este ex-diretor da FSB (que substituiu a KGB).

 

Os 20 mais da VANITY FAIR (entre parênteses a classificação no ano anterior):

1. Vladimir Putin (não estava na lista)
2. Rupert Murdoch, News Corporation (1)
3. Sergey Brin (3), Larry Page (3), e Eric Schmidt (não estava na lista), Google
4. Steve Jobs, Apple, Disney e Pixar (2)
5. Warren Buffett, Berkshire Hathaway (5)
6. Jeff Bezos, Amazon (23)
7. Sheikh Mohammed bin Rashid al Maktoum, líder de of Dubai (não estava na lista)
8. Roman Abramovich, Millhouse Capital (30)
9. Angelina Jolie e Brad Pitt, atores, ativistas (não estava na lista)
10. Al Gore, ex-vice-presidente dos Estados Unidos (19)
11. Bill Clinton, Clinton Foundation (6)
12. Michael Bloomberg, prefeito de New York, Bloomberg L.P. (9)
13. Bernard Arnault, LVMH (8)
14. Steven Spielberg, DreamWorks SKG (7)
15. Ralph Lauren, Polo Ralph Lauren (13)
16. Steve Ballmer, Microsoft
17. François-Henri Pinault, PPR (não estava na lista)
18. Barry Diller & Diane von Furstenberg (15), IAC; Diane von Furstenberg (15)
19. H. Lee Scott, Wal-Mart (12)
20. Lloyd Blankfein, Goldman Sachs (não estava na lista)

 

(Original: http://oglobo.globo.com/blogs/russia/post.asp?t=so_da_ele&cod_Post=124058&a=447)

 
 


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