2 de dezembro de 2008

Tudo que é sólido se desmancha no ar...

(Recebi por e-mail. Não há fontes.)

A crise dos mercados começou na tal "bolha" imobiliária dos Estados Unidos e atingiu o coração do Sistema em cheio. Contamina a Europa, chega a economia produtiva real, enxuga o crédito, infla o pânico. A lógica desse Sistema é a do lucro a qualquer custo (valores humanitários são desprezados em nome do mais no menor tempo possível e dane-se o resto). A contradição, agora, é que se clama por "solidariedade" e "altruísmo compreensivo" para que não se desmonte a pedra angular que sustenta a abstração virtual dos ganhos: a confiança. E aí? Se eles praticam o "pau na máquina" e são impiedosos para competir, vencer, dominar, submeter e, um dia, falham, como inverter tal cultura para um clima generoso de compaixão e ajuda? Recorrer ao Estado, antes exorcizado como inibidor da "autonomia liberal"? Clamar tardiamente por regulação socializando o ônus e embolsando o bônus? Enfim, eis uma crise cultural em sua essência. De princípios, opções de desenvolvimento, modelo de sociedade, padrões de consumo, relações pessoais e com o meio ambiente. Uma crise da vida em colapso. E vida revida. Confiança é um capital político, imaterial, sutil, aparentemente emocional e frágil, mas sustenta ou uma farsa ou uma verdade. Sem crédito ainda sobreviveremos (refazendo o modelo), mas sem credibilidade eles desmancham no ar, pulverizados pela mesma arrogância, isolamento e ganância que os sustentavam.

Um comentário:

Erika Ramos disse...

Libertate Aegualitate et Fraternitate...