18 de abril de 2007

Juros em queda

A ampla maioria dos analistas acha que o Comitê de Política Monetária do BC, o Copom, vai reduzir a taxa básica de juros de 12,75% para 12,5%, na reunião desta quarta-feira. Manterá assim o ritmo moderado de quedas de 0,25 ponto por reunião.

Mas um número cada vez maior de analistas, talvez já a maioria, entende que o Copom já poderia – ou deveria – estar reduzindo os juros em ritmo mais intenso.

Tirante o pessoal do plantão – aqueles para os quais o BC é burro qualquer que seja sua decisão – são cada vez mais numerosos os economistas de perfil técnico (e favoráveis ao rumo geral da política monetária) que afirmam que a taxa de juros brasileira está um ou dos pontos acima do necessário para manter a inflação no chão.

E por que não acreditam que o BC reduzirá a taxa em meio pontinho na reunião de quarta? Porque o BC, de algum modo, passou a mensagem de que o ritmo seria assim – de 0,25 em 0,25 – por um longo tempo.

Conclusão: para mudar o ritmo, o BC precisaria antes dar um sinal ao mercado, já que previsibilidade é um componente importante da política de controle da inflação.
E se for assim, o BC agora reduz a taxa conforme o esperado e, na ata, a ser divulgada semana que vem, abriria as portas para quedas maiores.

A conferir.

De todo modo, reparem como as circunstâncias hoje são melhores em relação à última reunião do Copom, no começo de março.

Inflação – excluindo alimentos, já em desaceleração, os demais itens permanecem bem comportados. As expectativas embutidas nas taxas de juros futuras sinalizam inflação anualizada entre 3,5% e 4% por muitos meses à frente. (O centro da meta é 4,5%).

Dólar – desvalorizou, o que ajuda a derrubar a inflação.

Juros - as taxas de juros de mercado caíram, sinalizando previsão de inflação a menor.
O risco Brasil, sinalizador dos juros externos, continua caindo.
O único indicador que piorou um pouquinho foi o petróleo, um tanto mais alto. Mas já está caindo.

Enfim, e se é consolo, as previsões para o médio prazo são de convergência dos juros para os níveis internacionais. Mais devagar ou mais depressa, mas os juros brasileiros serão equivalentes ao de países normais, tal é o prognóstico hoje.


Nenhum comentário: