21 de abril de 2007

Sobre a China

Ontem coloquei aqui uma notícia falando sobre o crescimento chinês no primeiro trimestre deste ano, de 11,1%, e como isto afetou, dois dias atrás, o mercado financeiro internacional. A bolsa de Shanghai, naquele dia, caiu 4,5%, levantando um certo medo inicial de que a queda do final de fevereiro se repetisse (o que, felizmente, não aconteceu).

O que surpreende é o seguinte: os chineses não param! Nos últimos 25 anos, em média, o crescimento anual do PIB foi de 9,4%. Como é sabido, é tal crescimento que faz co que o mundo esteja, nos últimos 5 ou 6 anos, tendo um crescimento constante -- moderado, mas constante, e com perspectivas de continuidade.

O curioso é ver as relações de poder entre o "Ocidente" (englobando aí uma multiplicidade de idéias) e a China, claramente baseadas na idéia de "dois pesos, duas medidas". Os EUA se colocam contrários a regimes ditatoriais tais como o cubano, o norte-coreano e o iraquiano no período de Sadam Hussein. Mas não falam nada (ou falam muito pouco) sobre a China. Por outro lado, os chineses são extremamente discretos ao criticarem os EUA; preferem ficar na deles, quietinhos, "comendo quieto". E que comilança! Em 20 anos, de 1981 a 2001, o número de pessoas abaixo da linha de pobreza caiu de 53% para 8% da população.

O que faz a China crescer tanto? É o chamado "socialismo de mercado", eufemismo para a situação política e econômica chinesa: façam o que quiserem na esfera da economia, mas não metam o bedelho na esfera política. O Partido Comunista Chinês (PCC -- não confundam as siglas!) mantém o controle político do país de maneira centralizada e, em conseqüência, a economia cresce e muito (já foi provado que países politicamente fechados crescem mais do que democracias).

A questão que surge é: será que é bom ter liberdade e crescer 3% ao ano, ou é melhor ter certas liberdades suprimidas e crescer 10% ao ano?


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