27 de maio de 2007

Um fim de semana a menos

Pois é, um fim de semana a menos no ano. Não que o fim de semana tenha sido ruim. Na minha última postagem sobre a quarta-feira, o título foi este: "Uma quarta a menos". E em tal título havia sim o objetivo de mostrar como eu me sentia feliz por ser uma quarta a menos. Mas não agora. "Um fim de semana a menos" porque a vida passa, a vida continua, e nada podemos fazer para recuperar o tempo perdido.

Repito, este fim de semana não foi tempo perdido. Ao contrário, foi um fim de semana muito bom (mas não excelente), no qual diversos fatos aconteceram e que me deixaram satisfeitos.

O primeiro fato foi o projeto "Películas e Idéias", no sábado de manhã. Mas sobre ele comentarei um pouquinho depois, pois ele merece alguns comentários mais específicos.

Ainda no sábado, após o projeto, fui almoçar com mais 3 alunos que, parece-me, estão se tornando verdadeiros amigos. Fomos a um restaurante na Comercial Norte, próximo à faculdade, afinal de contas nenhum deles, nem eu, temos carro. Após o almoço, acabamos nos encontrando com outros três alunos, de outra turma, e ficamos os sete batendo papo na esquina da faculdade por quase uma hora e meia. Após tanto tempo de conversa, resolvemos ir a um barzinho jogar sinuca! Logo eu, que não sei jogar, mas tudo bem... Acabou que ficou 1 x 1, ganhei uma e perdi outra.

Após a sinuca fomos para um churrasco na QNL 5. Estava um lixo. Cheio de patricinhas e de bombadinhos. Fora a entrada, que era uma caixinha de cerveja. Eu não bebo cerveja, então eu iria jogar uns 15 reais no lixo. Ficamos lá só vendo o tempo passar, na porta do evento, sem entrar, e saímos de lá por volta de umas 19 h. Fomos a um bar na QNL 23, e também estava uma desgraça. Saímos do bar por volta das 20 h, e aí eu e mais 4 amigos resolvemos ir pra algum barzinho na Av. das Palmeiras. Depois de um banho básico em casa, lá fomos nós, e acabou que tava tudo fraco também. No final das contas, um amigo meu e eu fomos para o Coliseu, e fiquei ouvindo forró das 23:30 h até 3:15 h da manhã, quando saímos de lá. Imaginem a minha situação, logo eu que "adoro" forró... Mas até que dei umas dançadinhas. Foi divertido! Resolvi me arriscar, afinal de contas havia pessoas dançando pior que eu...

A conseqüência de ir dormir às 3:45 h, somadas a duas caipiroskas que estavam deliciosas, foi o seguinte: hoje acordei às 11:40 h. Mas, para além de acordar neste horário, levantei-me da cama efetivamente só às 14:00 h. Fiquei deitado pensando na vida e ouvindo rádio neste tempo todo. Levantei-me e, como sempre faço, vim pro computador. Não tenho TV em casa, então acompanho tudo pela internet mesmo. Passei a tarde conversando no msn com algumas pessoas, fiz algumas ligações que deveria ter feito há certo tempo, falei com a família, li notícias, acompanhei o jogo do meu time de futebol... Depois saí pra comprar meu pãozinho da noite, é claro, e cá estou novamente. Daqui a pouco já é hora de dormir, afinal de contas mais uma segunda se aproxima e, como sempre, mais cansaço se aproxima. Segunda é complicado. Interessante e instigante, mas complicado pelo cansaço. E mais ainda nesta semana devido à comissão do MEC que virá avaliar o curso na faculdade.

Antes de terminar esta postagem, voltemos ao sábado de manhã. Mais uma do projeto "Películas e Idéias", com um filme que eu acho dos mais interessantes e intelectualmente instigantes que já vi: "V de Vingança". Lembro-me da primeira vez em que vi propaganda deste filme: estava eu em Lavras, no sul de MG, com meu pai, minha mãe, minha irmã e meu sobrinho. Tínhamos terminado de fazer o que precisávamos na cidade, e resolvemos passar no shopping pra ver se tinha algum filmezinho legal no cinema. E lá havia um cartaz em papelão, daqueles que ficam apoiados no chão, com o nome do filme e o "V" de costas. Pelo cartaz, parecia ser mais um filmezinho daqueles em que há um vilão matando todo mundo e que, no final, o mocinho mata o vilão e, cheio de machucados e hematomas, dá um beijo na mocinha e todos vivem felizes. Em suma, achei que o filme ia ser uma merda e não dei a mínima bola quando ele foi lançado.

Passou-se um tempo e, de repente, vejo em um site que eu costumava visitar um link pra fazer o download do filme. Como eu não tinha nada pra fazer, fiz o download e deixei o filme quietinho no meu computador. Quase me esqueci de que ele existia.

Um belo dia, quando eu ainda morava no Plano, sem nada pra fazer, vi o arquivo do filme solto na minha pasta de downloads, e resolvi ver o filme. Caracas! Que surpresa agradável! Juro que não vi as 2 h e 12 minutos do filme passarem. No dia seguinte eu o assisti novamente, e a partir daquele momento vi que seria o filme ideal para eu explicar as idéias de totalitarismo para meus alunos. Fiquei aguardando ansiosamente pelo lançamento do filme em DVD e, quando isto aconteceu, comprei o filme sem sombra de dúvidas. De lá pra cá, já perdi a conta de quantas vezes assisti ao filme, não apenas acompanhando minhas turmas, mas também em casa, quando não tenho nada pra fazer.

Ontem, após a exibição do filme, lá fui eu mais uma vez para o "palco" falar um monte de coisa interessante (que eu considero interessante) pros meus alunos. Após a exposição (que, por sinal, foi bem longa, falei por 25 minutos), uma aluna minha me fez uma pergunta a qual eu simplesmente não pude responder exatamente como queria. Ela perguntou qual seria a opção viável para se fazer uma mudança: uma mudança "constitucional", de acordo com a lei, ou uma mudança revolucionária? Dei uma resposta que, ainda que não seja exatamente a que eu gostaria de dar, é uma com o que concordo: nenhuma das opções funciona. A mudança por meio das regras não funciona porque os eleitos simplesmente se corrompem ao serem eleitos, e os que não se corrompem são sempre minoria. Por outro lado, a mudança revolucionária também não funciona porque não há ninguém (generalizando) disposto a fazê-la. Em outras palavras, exprimi meu profundo pessimismo com a política tal qual ela existe nos dias de hoje.

E qual seria a resposta que eu não poderia dar ali, no evento? Muito simples: a de que mudanças profundas, radicais e -- na minha visão -- verdadeiras só poderiam ocorrer por meio de uma revolução. É assim que vejo. Não há como haver mudanças por meios "democráticos": os eleitos, na minha visão, sempre serão corrompidos. Também não há como haver mudanças por meios revolucionários se os líderes de tal revolução buscarem ser "bonzinhos", ouvindo o que a maioria deseja. Só é possível haver uma mudança por meios revolucionários e violentos, e com a implantação de uma ditadura. Não que eu seja comunista e defenda uma ditadura do proletariado, como diria Marx, mas acredito que mudanças só poderiam acontecer se a violência fosse imposta à população. O que me leva a outro problema, até agora filosoficamente insolúvel: se o poder corrompe, o poder absoluto corrompe ainda mais. É ilusão imaginar que um ditador seria "bonzinho", até mesmo porque a definição do que é certo ou errado, do que é justo ou injusto, como eu mesmo disse na palestra, é algo relativo, é algo subjetivo, e não é facilmente definido. Em suma, não sei muito como resolver este problema da política de maneira geral. E este é meu objetivo de vida: tentar buscar uma maneira de melhorar o que está aí. Isto precisa ser feito, de alguma maneira. Eu só não sei -- ainda -- por onde começar.


Um comentário:

Anônimo disse...

Com certeza o melhor do fim de semana foi ter falado comigo........
Beijos e ótima semana!!