21 de setembro de 2007

Absurdos do nosso Brasil

(Recebi por e-mail. Sem fontes.)

CPMF deflagra guerra de aliados do governo por cargos e liberação de emendas

BRASÍLIA -- Na semana da votação da prorrogação da CPMF até 2011, explodiu uma guerra por cargos na base de apoio ao governo Luiz Inácio Lula da Silva, que também abriu o cofre para garantir emendas dos aliados. Em apenas três dias, o Planalto liberou R$ 47,2 milhões em emendas parlamentares, quase 30% do previsto para todo o ano, que é de R$ 175,5 milhões. Considerando o pagamento de restos a pagar do ano passado, o valor liberado nesses três dias é ainda maior e atinge a marca de R$ 68,8 milhões, segundo dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) do governo federal. Até então, durante o mês de setembro não havia sido pago um único centavo em emendas.

Nos primeiros oito meses deste ano, o governo arrecadou R$ 381,4 bilhões em impostos e contribuições - R$ 48,1 bilhões a mais do que o obtido no mesmo período de 2006, que foi de R$ 333,3 bilhões. O excedente supera o valor projetado para as receitas com a CPMF neste ano, de R$ 35 bilhões. Só o imposto do cheque engordou os cofres públicos em R$ 23,7 milhões entre janeiro e agosto deste ano.

A briga por cargos atingiu diversos setores da administração federal. O Planalto bancou as mudanças nas diretorias do Banco do Nordeste (BNB) e da Companhia Docas de São Paulo (Codesp), que administra o Porto de Santos, esta semana, enquanto no plenário da Câmara a emenda da CPMF era aprovada em primeiro turno. As mudanças foram precedidas de feroz disputa entre os aliados do governo. Enquanto alguns governistas saíram ganhando com nomeações, outros perderam com demissões e com o não atendimento de seus pleitos.

O senador José Maranhão (PMDB-PB) é um dos mais irritados. O diretor de Controle e Risco do BNB, o ex-prefeito de Bananeiras (PB) Augusto Bezerra, apadrinhado seu, foi demitido. A surpresa do senador só não foi total porque foi avisado, na segunda-feira, que no dia seguinte haveria a substituição. Os líderes do governo reconhecem que a mudança pode ter sido um tiro no pé, devido à frágil base governista no Senado, onde haverá dificuldade para aprovar a CPMF.

Enquanto acertava a transição no BNB e na Codesp, o Palácio do Planalto não conseguiu resolver a ferrenha briga entre aliados por cargos na Petrobras. Está pegando fogo a disputa entre o PT, o PMDB e o PP por postos na diretoria, que realiza reunião de seu Conselho de Administração nesta sexta. A Casa Civil, cuja ministra, Dilma Rousseff, participa do Conselho, informou nesta quinta que as mudanças na diretoria não devem ser decididas durante a reunião, pois ainda não estão concluídas as negociações políticas com os aliados.

As indefinições nas nomeações para a Petrobras quase provocaram uma rebelião na base do governo na votação da CPMF, quarta-feira à noite. A bancada do PMDB de Minas Gerais, de nove deputados, ameaçou não aparecer para votar, porque havia indicado o ex-diretor da BR Distribuidora João Augusto Fernandes para a diretoria Internacional da Petrobras, e não fora atendida.


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