29 de dezembro de 2007

Irkutsk!

A chegada a Irkutsk foi diferente do que eu estou acostumado em aeroportos (ohhh, como se eu viajasse tanto assim, mas enfim...). Primeiro porque o avião parou no meio da pista, e aí apareceram dois ônibus que se entupiram de gente até o prédio do aeroporto. Segundo porque havia dois vôos chegando praticamente no mesmo horário, e há apenas uma esteira no aeroporto -- isto mesmo, apenas uma esteira pras malas de umas 500 pessoas. E a esteira deveria ter uns 10 metros de diâmetro, se muito... E terceiro por causa do frio: apesar do sol, estava fazendo -23 graus. Sorte a minha meu amigo Aleksei ter ido me encontrar no aeroporto de Moscou com minhas roupas de inverno, senão eu estaria frito... Ou melhor, congelado!

Depois de uma meia hora esperando até que minha mala aparecesse, lá fomos nós para o albergue. E logo de cara a primeira surpresa: a negociação do táxi. Disseram-me que do aeroporto ao albergue custaria uns 200 rublos. Mal saí da sala das bagagens e já vieram 3 taxistas se oferecendo. O cara sugeriu 500 rublos; no final saiu por 250 rublos.

A chegada ao albergue foi outra coisa: achei que não tinha ninguém. Toquei a campainha umas 3 ou 4 vezes, até que finalmente a Sveta (fiquei sabendo o nome depois) veio abrir a porta. O lugar é bem agradável: ainda que o albergue fique longe da cidade, por dentro ele é bem aconchegante. No total são 8 camas, distribuídas em 3 beliches em um quarto e em outras duas camas no outro quarto, para aqueles que queiram mais privacidade. Os banheiros são coletivos, mas limpinhos; e a cozinha está à disposição de todos, com fogão e geladeira (não há microondas). Cada um usa o que é necessário e -- como é a regra em todo albergue -- limpa o que usou.

Há apenas um rapaz aqui no albergue, um irlandês. O cara é gente boa, mas cai um pouco no estereótipo do "anglo-saxão inculto": cheguei e ele estava dormindo. Acordou, se apresentou, aquela conversa inicial de "de onde você é e o que você faz na vida", e voltou a dormir. Fui tomar banho e, quando voltei, ele acordou novamente. Perguntei pra ele (com toda educação) o por quê dele só ficar dormindo, ao invés de sair e conhecer a cidade, e ele me disse que "aqui não há nada pra conhecer. Só vim ver o lago Baikal e depois de amanhã vou embora". Eu estava cansado demais pra discutir com ele sobre os méritos da cidade para além do lago.

Tomei um belo banho -- que já não tomava há 2 dias --, me vesti (não muito adequadamente) e vazei para a cidade, não sem antes pegar todas as informações sobre transporte público por aqui. Já tinha o mapa da cidade na minha cabeça (guias turísticos são uma ótima companhia durante longos vôos), mas ainda ganhei um outro mapa, fornecido pelo povo do albergue, com os números dos ônibus que vão para e vêm do centro. No entanto, pelo menos quando saí do albergue, estava ainda imbuído do espírito de viajante e resolvi caminhar pelas redondezas ao invés de imediatamente pegar o ônibus. No entanto, como eu havia me esquecido de colocar a proteção pro frio embaixo da calça jeans, senti mais frio do que imaginei (ainda que o tempo estivesse esquentando: já estava -20 graus) e peguei um dos ônibus direto pro centro. Quando sentei no ônibus o cansaço bateu, e eu resolvi apenas dar uma volta dentro do ônibus mesmo pra ver a cidade (o trajeto do ônibus é meio que "circular", ou seja, ele fica rodando sempre pelos trechos). Paguei uma passagem só (10 rublos) e fiz um mini city-tour de dentro do bus. Não quis demonstrar (mais ainda) que era turista, e por isso não tirei nenhuma foto enquanto estava no ônibus.

Ao retornar ao albergue, aquela passadinha básica nos mercadinhos ao lado pra comprar comida e voltei pra "casa".

Bom, por enquanto é só isso. Tenho mais coisa pra dizer, especialmente no que diz respeito à zona no avião vindo pra cá, mas isso vai ficar pra depois. Tô morrendo de sono e, sentado aqui no computador, dá mais sono ainda. Vou tentar ficar acordardo ao máximo pra já fazer a mudança do fuso horário... Vamos ver no que vai dar.


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