12 de junho de 2008

Aprendam a fazer provocações

Ontem alguém fez um comentário sobre uma postagem antiga minha, de 20 de março de 2007. A postagem original está aqui.

Ainda que isto seja um blog, o que significa dizer que as idéias são escritas e não faladas, valer-me-ei de um ditado popular que diz mais ou menos o seguinte: "em boca fechada não entra mosca". E quem escreveu esse comentário deveria ter ficado de boca fechada.

Logo que comecei a ler o comentário já vi que era uma mera provocação. A linguagem deixa isso claro, não apenas no que diz respeito às palavras propriamente ditas mas, principalmente, à forma de escrever o texto. Além disso, o perfil criado para vir aqui escrever no blog -- já que eu o configurei de forma a impedir comentários anônimos -- é recente, tendo sido criado nesta semana, o que mostra que a pessoa que criou esse perfil (e eu já imagino duas ou três possibilidades sobre quem seja) o fez com o objetivo único de vir aqui fazer alguma provocação.

Eu não ia me dar ao trabalho nem mesmo de comentar o comentário, mas refleti durante o dia e dois motivos principais estão me fazendo escrever agora:

1) Não admito ninguém que não tenha conhecimento mínimo sobre o assunto vir dizer que eu errei. Não vou ficar falando o que já fiz ou deixei de fazer na área, mas basta dizer que meu conhecimento não é pequeno nem pouco.

2) Ninguém fala mal da minha amiga Kamila. Ela é uma das poucas pessoas pelas quais eu entro em uma briga (intelectual, é claro).

Sendo assim, abaixo coloco alguns trechos retirados única e exclusivamente da Wikipédia (que definitivamente não é um site 100% confiável) para mostrar que minha argumentação em tal postagem está mais que correta. Alguém pode perguntar: "Mas se você mesmo reconhece que a Wikipédia não é confiável, como pode colocar essas citações para embasar sua argumentação?" E a resposta é simples: porque o que está escrito lá está certo, especialmente o artigo em português (por incrível que pareça).

Para terminar, antes das citações, gostaria de deixar um recado: antes de criticar, estude. Nada pior para alguém, nada mais vergonhoso e humilhante, do que criticar alguém sem embasamento do que se está falando -- mesmo que seja apenas para provocar-me. Antes de falar asneiras sobre Maquiavel, leia e entenda o contexto no qual o autor viveu e o contexto de sua obra completa -- ou seja, de todos os seus livros.

Ah, e antes que eu me esqueça: além das citações retiradas da internet, abaixo algumas sugestões de leitura para aqueles que se interessarem pelo assunto:

  • BARROS, Vinícios Soares de Campos. Introdução a Maquiavel -- uma teoria do estado ou uma teoria do poder?. São Paulo: Edicamp, 2004.
  • BIGNOTTO, Newton. Maquiavel. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2003.
  • ESCOREL, Lauro. Introdução ao pensamento político de Maquiavel. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1979.
  • RIDOLFI, Roberto. Biografia de Nicolau Maquiavel. São Paulo: Musa Editora, 2003.
  • WEFFORT, Francisco. Os clássicos da política. São Paulo: Ática, 1998.

Citações:

"The treatise [o livro "O príncipe"] is not actually representative of the work published during his lifetime, but it is certainly the most remembered, and the one responsible for bringing 'Machiavellian' into wide usage as a pejorative term."

Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/The_Prince. Grifos meus.

"La contraddizione del Principe e del pensiero di Machiavelli

"Machiavelli nel Principe teorizza quindi come ideale un principato assoluto, nonostante egli si sia formato nella scuola repubblicana e abbia sempre creduto nei valori della repubblica; il suo modello è la Repubblica Romana, che Machiavelli esalta nei Discorsi sopra la prima deca di Tito Livio, con la partecipazione diretta del popolo. I critici risorgimentali sostennero la tesi che il Principe fosse una specie di manuale delle nefandezze della tirannide, celebre l'immagine del Foscolo dei Sepolcri ("quel grande che temprando lo scettro ai regnatori gli allor ne sfronda ed alle genti svela di che lagrime grondi e di che sangue"). Il dibattito su questa questione è tuttora aperto, tra le ipotesi c'è anche quella dell'opportunismo: Machiavelli vuole riottenere un posto politico di rilevanza e sarebbe quindi disposto anche ad accettare la dimensione monarchica, oppure il suo principe potrebbe essere un modello universale di capo di stato, di qualunque forma esso sia, monarchia o repubblica. La critica moderna ha però ultimamente ipotizzato che la volontà di scrivere il Principe, e quindi di parlare di monarchia, è stata mossa dall'aggravarsi della situazione in Italia. Difatti alla fine del '400 ed inizio del '500, l'Italia si trovava in un periodo di continue lotte interne. Machiavelli, attraverso il suo trattato, voleva quindi incitare i principati italiani a prendere le redini del paese, ormai sommerso da queste continue guerre, credendo che l'unico modo per riacquistare valore, in quel preciso periodo, fosse proprio un governo di tipo monarchico. È dunque questo il motivo che ha suscitato numerose critiche per lo più fuorvianti."

Fonte: http://it.wikipedia.org/wiki/Il_Principe. Grifos meus.

"Os recentes estudos do autor e da sua obra admitem que seu pensamento foi mal interpretado historicamente. Desde as primeiras críticas, feitas postumamente por um cardeal inglês, as opiniões, muitas vezes contraditórias, acumularam-se, de forma que o adjectivo maquiavélico, criado a partir do seu nome, significa esperteza, astúcia.

"Em geral seus críticos se basearam em O Príncipe, analisando a obra isoladamente das demais obras de Maquiavel e sem levar em conta o contexto no qual foi produzida.

"Conselheiro de tiranos

"Essa análise começou a difundir-se com a Reforma e a Contra-Reforma. Se até então suas obras eram ignoradas, a partir daí, o autor e suas obras passaram a ser vistos como perniciosos, sendo forjada a expressão 'os fins justificam os meios', não encontrada em sua obra.

"Essa interpretação está ligada também a visão de seus escritos como base teórica do absolutismo, ao lado de Thomas Hobbes e Bossuet, sem, no entanto, contemplar-se os Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio em que faz elogios à forma republicana de governo.

"Foi muito difundida no século XVI e encontram-se aproximadamente 400 peças que citam Maquiavel, todas vinculando seu nome à maldade, à ardilosidade e à falta de escrúpulos. William Shakespeare, por exemplo, o coloca em uma fala de Ricardo, Duque de Gloucester na sua peça Henrique VI.

"Conselheiro do povo

"Uma segunda interpretação diz que ao escrever O Príncipe, Maquiavel tentava alertar o povo sobre os perigos da tirania, tendo entre seus adeptos Baruch de Espinoza e Jean-Jacques Rousseau. Este último escreveu: '(...) é o que Maquiavel fez ver com evidência. Fingindo dar lições aos reis, deu-as, e grandes, aos povos.' [Esta tese] Foi defendida recentemente por estudiosos da obra dele como Garret Mattingly.

"Há os que afirmam ser O Príncipe uma sátira dos costumes dos governantes ou que o autor não acreditaria no que escreveu, baseando esta afirmação na preferência que teria Maquiavel pela República como forma de governo. Contudo o autor também faz críticas a República."

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Maquiavel. Grifos meus.

2 comentários:

Erika Ramos disse...

Seja lá quem for, podia ter dormido sem essa!

Uma boa noite pra vc!

=]

Káh disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Ô meu Deus, esses fãs são de lascar. Bizarro pra caralho!

E, ninguém fala mal da sua Chuzinhaaaa?!!!

Que lindoooo amor da minha vida! Eu sabia que no fundo dessas ferragens que estão no seu coração havia alguma peça que escorria graxa pela minha pessoa...