29 de janeiro de 2007

Terceiro bloco do debate

No terceiro bloco, um candidato pergunta para outro.

Pergunta de Chinaglia para Fruet: O sr. é a favor de manter as verbas indenizatórias ou não?

Resposta de Fruet: Defendemos a transparência dos gastos. Não podemos tratar as verbas indenizatórias como complemento salarial. Defendemos a correção salarial pela inflação; para atividade parlamentar nos estados é necessário ter uma estrutura, mas o recurso não pode ser uma complementação do salário e sim utilizado para atuação firme do parlamentar em sua base. A atividade parlamentar é algo nobre e deve ser respeitada. O deputado Arlindo Chinaglia representa (por ser do PT) a continuidade e tudo aquilo que pretendemos extirpar.

Chinaglia: Espero que Fruet não tenha incluído como "origem dos escândalos" a parcela do PSDB que me apoiou antes de Vossa Excelência lançar sua candidatura. Vossa Excelência defendeu as verbas indenizatórias, ainda que de maneira vacilante.

Fruet: O deputado Chinaglia mistura conceitos. Não critiquei ninguém, e sim a simbologia e os apoios que ele tem, como do partido de Severino Cavalcante. Não cobro posição de líderes; respeitarei a posição das bancadas.

Pergunta de Aldo Rebelo para Fruet: Para que não permaneça a sombra do negativismo dos seus erros, ele gostaria que Fruet citasse 6 projetos importantes para o país aprovados pela Câmara.

Resposta de Fruet: Sempre reconheceu que houve bons projetos para o Brasil que foram votados. Cita a questão da Mata Atlântica, a questão do Super Simples, pequenas mudanças tributárias, lei de tecnologia, leis que garantam o fim da discriminação das mulheres e lei de incentivo ao esporte e cultura. Todos estes projetos foram aprovados com apoio dele (Fruet). Critica a presidência de Aldo, dizendo que a cada quatro dias havia uma medida provisória na pauta, travando-a. Ele não quer ser "ministro de estado" na Câmara.

Aldo: Ressalta a capacidade que o presidente tem de ter para mediar conflitos. Relembra a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas.

Fruet: Critica a distribuição de cargos para votar projetos. Ressalta o papel do PSDB e do PFL ao auxiliar Aldo no gerenciamento das crises.

Pergunta de Fruet para Aldo: O relacionamento próximo entre ele (Aldo) e o governo não prejudica a independência do Legislativo?

Resposta de Aldo: Nunca perguntou ao presidente se poderia/deveria ser candidato. A relação dele (Aldo) com o presidente Lula é uma relação política, não uma relação de subordinação. Ele comunicou ao presidente Lula que seria candidato, e cita testemunhas de tal comunicado. O PT também se julgou no direito de lançar uma candidatura (alusão ao fato de que ele - Aldo - não é o candidato do governo). Minha candidatura é dos deputados federais, especialmente daqueles novos que estão chegando com a nova legislatura e que pretendem mudar o foco de atuação da Câmara no sentido do crescimento do país. Estamos escolhendo o presidente da Casa, e não o líder do governo.

Fruet: Nós estamos mesmo elegendo o presidente da Câmara, e não o líder do governo. O que eu quero reforçar, no entanto, não é a questão pessoal. No período da sua presidência, tivemos a "não-Câmara". Estivemos com a pauta sempre trancada por causa das excessivas medidas provisórias. Não é possível que o presidente da Câmara já tenha sido líder do governo ou ministro de estado.

Aldo: A Câmra dos Deputados não pode ser presidida por uma dicotomia entre governo e oposição. O povo brasileiro, ao votar, atribuiu funções de governar e funções de oposição. Temos os partidos da base do governo que legitimamente defendem o governo e aqueles que atacam o governo.

Pergunta de Aldo para Chinaglia: Quais os compromissos que ele assume com a bancada do Amapá, de Roraima e do Acre? Quais são as duas prioridades para cada uma destas bancadas caso seja eleito?

Resposta de Chinaglia: Primeiro, esclareço que sou candidado à presidência da Câmara e que tenho de tratar dos assuntos nacionais e regionais. Não sou candidato a governador destes estados. O que eu quero é estabelecer métodos de trabalho, pois eu quero que as bancadas digam o que devemos fazer. Quero ouvir as frentes parlamentares, que é o caminho para compatibilizar os interesses desta ou daquela região. Devemos combater a guerra fiscal, mas respeito a estratégia de cada estado. Eu penso que os interesses regionais devem se orientar a partir da reforma tributária. Portanto, independentemente do estado, estarei ouvindo os deputados e a bancada e seus problemas regionais.

Aldo: O sr., como candidato, já deveria ter ouvido todas as bancadas. Na minha presidência votamos um acordo binacional entre o Brasil e a Guiana Francesa ligando o Amapá àquele país. Votamos também contatos com a Guiana Inglesa.

Chinaglia: Eu penso que o seu papel na presidência de colocar em votação é regimental. Mas gostaria que Vossa Excelência também lembrasse que os líderes trabalharam muito pra produzir os acordos que fizessem os projetos serem aprovados no plenário. O trabalho da presidência não deve ser maximizada. Os líderes também trabalham.

Pergunta de Chinaglia para Aldo: Gostaria que Vossa Excelência externasse quatro propostas para atender à democratização da Casa no que tange à participação feminina.

Resposta de Aldo: Recebi propostas da deputada Luíza Erundina para que houvesse mulheres na mesa diretora. Acredito que tal proposta é importante e deve ser avaliada. Levei a proposta ao colégio de líderes e sugeri a criação de uma comissão permanente que estude a participação das mulheres na Casa. Levei em consideração a presença e a ampliação das mulheres nos meios de comunicação da Casa. O PCdoB, juntamente com o PSB, é o partido que tem mais mulheres em sua direção.

Chinaglia: Eu tenho dúvidas em relação à proposta da deputada Luíza Erundina. Quero assumir aqui quatro propostas: 1) Apoio institucional à bancada feminina e ao exercício do mandato das deputadas; 2) Fortalecimento da presença feminina nos meios de comunicação; 3) Apoio às iniciativas femininas; 4) Criação de portal das mulheres na Câmara.

Pergunta de Fruet para Chinaglia: Questiona a proximidade dos outros dois candidatos em relação ao governo. O sr. apoiou o deputado Aldo Rebelo como resultado da crise. O sr. entende que mudou o apoio ao apoio ao deputado Aldo Rebelo? Por que ele não tem mais o apoio do governo? O sr. pode ser mais importante para o governo do que o deputado Aldo Rebelo?

Resposta de Chinaglia: Eu gostaria que a situação explicitada agora, de que o presidente da República não tem candidato, tivesse surgido antes. Em relação à minha dependência (em relação ao presidente Lula), tive de aguentar comentários de que eu estaria dividindo a base do governo na Câmara. Minha candidatura foi tão simbólica no sentido contrário que recebi o apoio do PSDB, seu partido.

Fruet: Eu insisto: disputam a presidência da Câmara dois ex-líderes do governo. Minha candidatura dá, especialmente aos novos candidatos, uma nova opção política, especialmente no sentido de evitar escândalos. Para ser presidente da Câmara, não é necessário ter sido líder do governo.

Chinaglia: Eu prezo a ética, e a melhor maneira em um debate é a gente não trabalhar com insinuação ou com aquilo que ouviu dizer. Desafio Vossa Excelência, como qualquer um no plenário ou fora dele, que eu esteja lançando minha candidatura para anistiar o ex-deputado José Dirceu. Nós, como presidentes da Câmara, não podemos impor nossa preferência pessoal, e tudo deve ser colocado em plenário para votação.


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