31 de janeiro de 2007

Término do livro


Esqueci-me de escrever aqui: na segunda, dia 29, terminei de ler o livro de Metodologia científica que comecei a ler no dia 26. Agora estou me dedicando apenas ao do Steve Berry, que tem 475 páginas. Hoje, em duas horas e 10 minutos, li 140 páginas dele. É muito bom e a leitura é muito fácil, então vai rápido. E preciso retomar a leitura do livro de filosofia, que é interessante, mas ao mesmo tempo maçante. Mais tarde escrevo mais, se der.

Satisfação

Hoje, mais três pessoas disseram que lêem meu blog. E, mais que isso, elogiaram-no, dizendo que no mesmo existem coisas relevantes e que foram interessantes, em algum momento, para estas pessoas. Sem querer desmerecer ninguém, chamou-me a atenção o elogio recebido de uma destas três pessoas, por quem passei a ter um olhar diferente nestes últimos dois meses.

Fico satisfeito não pela questão do ego inflado, pois pra isso não tô nem aí (sei que quase todos vão dizer que é o contrário, mas também não tô nem aí pro que vão dizer). Sinto-me satisfeito porque, como disse a esta pessoa especial, acredito que a função deste blog é permitir que eu possa repassar o conhecimento que tenho a todos. Sinto-me extremamente satisfeito em contribuir para com o crescimento intelectual, moral, ético, religioso, acadêmico, pessoal ou de qualquer outro tipo das demais pessoas. Sinto-me satisfeito quando percebo que estou sendo útil, quando vejo que estou contribuindo com alguma coisa -- este, aliás, foi o motivo que me fez tornar-me professor. Assim, ao receber este elogio desta pessoa especificamente, senti-me extremamente recompensado por gastar estes minutos por aqui escrevendo este monte de coisa! Espero que mais pessoas visitem meu blog e que possam, de uma forma ou de outra, aprender com o que está aqui -- não que eu seja dono da verdade, mas uma vez que lemos alguma coisa, quer concordemos ou não, estamos sempre aprendendo mais e mais.


Finalmente algo sensato

Eu não gosto do nosso ministro da fazenda, Guido Mantega. Eu o considero desenvolvimentista demais, e realmente tenho um receio muito grande de que, se as "vontade políticas" dele fossem postas em prática, o Brasil perderia um pouco da sua atual estabilidade na esfera econômica. Sempre gostei do ex-ministro Pallocci, e agora que este está fora do governo, a última esperança está nas mãos do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

No entanto, na última segunda-feira o ministro "deu uma dentro": frente às diversas pressões divulgadas na mídia de que "o Brasil precisa crescer mais e seguir o ritmo de China, Índia e Rússia", o ministro afirmou que o Brasil não precisa crescer tanto quanto tais países. Copiei a matéria do site da BBC logo abaixo.

Surpreendi-me com tal frase não pelo que ela possa ter de polêmica -- de que o Brasil não precisa crescer tanto --, mas por ela ter vindo de quem veio. Nunca imaginei que o ministro Mantega fosse capaz de fazer tal declaração. No entanto, como não nasci ontem, não me deixo enganar: sei muito bem que ele diz isso devido ao cargo que ocupa e à orientação que o presidente Lula ainda segue -- a de Henrique Meirelles e de Antonio Pallocci. O ministro Mantega, por sua vez, sempre que pode dá uma alfinetada nos demais membros da equipe econômica, como fez na segunda passada, durante o lançamento do PAC.

A meu ver, o ministro "mandou bem" por um motivo muito simples, citado por ele na reportagem: os demais três países (China, Índia e Rússia) estão em graus de industrialização atrasados, em comparação com o Brasil. A China cresce porque só nos últimos 25 anos que começou a se industrializar. Além disso, tendo uma classe média de mais ou menos 250 a 300 milhões de habitantes, é claro que vai crescer (vale notar, entretanto, que proporcionalmente à sua população, a classe média chinesa é bem menor que a brasileira). Então, com tanta gente consumindo e com necessidade de atualizar e modernizar seu parque industrial, é claro que a China vai crescer. A Índia está mais ou menos na mesma situação: 60% de sua economia vem da agricultura, 12% da indústria e 28% dos serviços, enquanto no Brasil a proporção é, respectivamente, de 8%, 38% e 54%. A Rússia está também em recuperação: se considerarmos que de 1990 a 1998 o PIB russo "cresceu" -7,2% ao ano (ou seja, na verdade diminuiu durante toda a década de 1990), a média atual entre 1999 e 2006, de 6,7% ao ano, nada mais é do que uma recuperação do que foi perdido. Além disso, vale lembrar que a Rússia é a maior produtora mundial de petróleo e a maior (ou segunda maior, não me lembro) produtora mundial de gás natural. Ora, é claro que países assim irão crescer, e muito, e neste sentido a declaração do ministro é totalmente válida.

Não quero dizer com isto que a economia brasileira está "a mil maravilhas". De forma alguma. É claro que diversos ajustes precisam ser feitos, e é claro que o Brasil tem espaço para crescer mais do que está crescendo. Mas vale lembrar que os países desenvolvidos, especialmente europeus, ficam extremamente felizes quando crescem 2% ao ano. Por que? Porque são economias consolidadas, desenvolvidas, nas quais não tem mais muito espaço pra crescer. E é inegável que o Brasil, dos países em desenvolvimento, é um dos que tem o parque industrial mais desenvolvido. Então, é claro que o país pode crescer mais, pode se desenvolver mais, mas sem esta verdadeira "neura" que a imprensa brasileira vem tendo neste início de ano no sentido de "crescer a todo custo". Tentativas de crescer de qualquer jeito já foram feitas inúmeras vezes em nosso país, e a coisa sempre foi buraco abaixo. É melhor, portanto, ter um crescimento moderado, porém constante, do que crescer muito em um período e nada, ou até mesmo ter crescimento negativo, em outro.

29 de janeiro, 2007 - 20h56 GMT (18h56 Brasília)

Rogério Wassermann
De Londres

Mantega: Brasil não precisa crescer como Índia e China

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta segunda-feira em Londres que o Brasil não tem condições nem precisa crescer nos mesmos níveis da Índia e da China.

"Não precisamos crescer a 10% ao ano e nem temos condições para isso", afirmou Mantega.

O ministro argumentou que só países com mercados consumidores internos relativamente pouco desenvolvidos e num estágio menos avançado de industrialização conseguem crescer a taxas tão elevadas.

Mantega sugeriu que o Brasil está partindo de um estágio econômico mais avançado e usou uma metáfora automobilística para falar do crescimento brasileiro.

"Agora temos um carro melhor com uma estrada boa e podemos aumentar a velocidade de 80 km/h para 120 km/h."

Investimentos

Em relação aos investimentos públicos, o ministro da Fazenda disse que, embora o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) projete um aumento dos atuais 0,6% para 1,1% do PIB em 2007, esse porcentual pode chegar a 2% ou 2,5% se somados os investimentos das empresas estatais.

Segundo Mantega, apesar de a taxa de investimentos públicos ser de cerca de 10% na Índia e na China, "não cabe às condições do Brasil algo dessa magnitude".

O ministro descartou também comparações com a Argentina, que segundo ele, conseguiu ter elevadas taxas de crescimento nos últimos anos apenas porque está se recuperando da crise de 2001/2002.

"Temos que olhar as nossas condições e objetivar o máximo possível", disse o ministro.

"Com um crescimentom médio de 5% ao ano, será possível gerar empregos, fortalecer o mercado interno e o Brasil se tornar uma das maiores economias do mundo."

Encontro com Gordon Brown

Mantega reuniu-se nesta segunda-feira com o ministro das Finanças britânico, Gordon Brown, na residência oficial do britânico, no número 11 da Downing Street.

Segundo Mantega, o principal objetivo no encontro com Brown foi conhecer o sistema de confecção do Orçamento introduzido há dez anos pelos trabalhistas britânicos, e que permite ao governo aumentar seus gastos com investimentos sem comprometer o equilíbrio fiscal.

As regras adotadas na Grã-Bretanha na década passada determinam que o governo não pode se endividar a não ser para custear investimentos e estabelecem um teto para o endividamento público.

No caso do Brasil, disse Mantega, o governo não pretende se endividar para custear investimento. "O Brasil teve que conquistar a confiança dos investidores e não tem como fazer o mesmo que a Grã-Bretanha", afirmou o ministro.

Segundo ele, os dois governos coincidem na filosofia de que o investimento é um ativo, não um passivo.

"O modo de implementar é diferente, porque não vamos aumentar endividamento. Os dois governos concordam que o Estado precisa fazer mais investimentos não para substituir o setor privado, mas para melhorar as condições criadas pela globalização"

O conceito já foi utilizado em parte na confecção do PAC, que destina meio ponto percentual do PIB para investimentos considerados essenciais sem que esse gasto seja deduzido das contas para o superávit primário.

Mantega diz ter conversado com Brown também sobre a Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC), relançada neste fim de semana durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.

Brown teria reiterado a intenção do governo britânico de contribuir para o sucesso das negociações.

Além disso, os dois trataram das Parceria Público Privadas, as PPPs, outro conceito britânico que serviu de modelo ao governo brasileiro.

Mantega e Brown discutiram, por exemplo, a dificuldade de estabelecer uma remuneração justa os investidores privados.

Finalmente, os ministros concordaram com a formação de um grupo técnico regular de discussões entre Grã-Bretanha e Brasil para tratar de iniciativas comuns, incluindo a proposta de um fundo internacional de vacinação.

Gordon Brown é considerado o provável sucessor do atual primeiro-ministro, Tony Blair, quando este deixar o cargo neste ano.


Mais um filme

Hoje eu estava meio desanimado pra escrever. Até pensei umas duas ou três vezes no blog durante o dia, pensei em escrever algo, mas "escrever o que?" Estava sem inspiração e, além disso, estava com a mente ocupada montando os planos de ensino de todas as minhas turmas deste semestre (já que as aulas recomeçam na próxima segunda-feira, dia 5). No entanto, nada como ver um filme intelectualmente instigante para fazer com que as idéias passassem a borbulhar na minha cabeça a ponto de me fazerem vir aqui para escrever às 23 h, quando eu gostaria de estar entrando no banho.

O tema sobre o qual vou falar um pouco hoje tem sido recorrente na mídia desde o início do ano: mudanças climáticas. Já senti vontade de escrever sobre isto antes, mas achei que seria apenas "mais um", já que quase todo dia passavam notícias no Jornal Nacional e, em todos os domingos, tá passando uma série de reportagens sobre o tema no Fantástico. Mas, após ver o filme, resolvi escrever um pouco não especificamente sobre mudanças climáticas (apesar de que eu vou colocar umas coisinhas mais pro final do texto), mas mais sobre a questão política que está subjacente à questão climática.

O nome do filme do dia é "Uma verdade inconveniente". O filme é apresentado pelo Al Gore, ex-vice presidente dos Estados Unidos durante o período Clinton (1992-2000). Foi derrotado (injusta e incorretamente, na minha modesta opinião) nas eleições de 2000 pelo atual presidente dos EUA, George W. Bush (também conhecido como "mula" ou "jumento", se bem que isto é ofender os pobres dos animaizinhos). Uma análise do filme pode ser lida clicando-se aqui (apesar de que, pela primeira vez, não gostei muito da análise deste site).

O filme gira em torno, obviamente, das mudanças climáticas. Este filme esteve em cartaz nos cinemas brasileiros no final do ano passado, mas não sei precisar por quanto tempo (pois, assim que o filme entrou, eu viajei para MG e meio que perdi o contato com o mundo, hehehe). Eu não havia visto o filme no cinema, mas tinha ouvido (e lido) diversos comentários positivos sobre o mesmo. Sendo assim, peguei o filme e o assisti no final da tarde/início da noite de ontem.

O filme foi feito para chocar. Durante quase todo a sua duração, Al Gore joga no telão estatísticas e mais estatísticas provando por A + B que o gás carbônico realmente causa o efeito estufa e que este, por sua vez, causa mudanças climáticas que poderão ser irreversíveis. Uma destas estatísticas mostra que, se metade da Groenlândia e metade da parte ocidental da Antártida derreterem, mais de 100 milhões de pessoas no mundo ficarão desabrigadas por causa do aumento do nível dos mares (isto, é claro, sem contar o que os outros bilhões de pessoas sofrerão com tempestades e/ou secas, furacões e coisas do tipo).

Como disse anteriormente, não vou ficar falando sobre as mudanças climáticas em si, porque apesar de entender um pouco sobre o tema (já fiz um estágio no Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, há um tempo atrás), não é minha área específica. Quero me concentrar na politicagem que impede que ações mais positivas frente às mudanças climáticas sejam tomadas.

Por exemplo: mais para o final do filme, Al Gore mostra que um dos principais assessores de George W. Bush falsificou um documento do próprio governo americano. Neste documento, alarmava-se sobre os perigos do aquecimento global, e o assessor riscou o texto dizendo que "aquilo era apenas especulação científica" e que tal informação não deveria ser publicada. O filme mostra também a conexão direta entre membros do governo que trabalhavam (ou trabalham) na área ambiental e têm, ao mesmo tempo, tinham (ou têm) fortes ligações com a indústria petrolífera. A pergunta que fica no ar é: será que alguém que trabalha na indústria petrolífera, uma das principais responsáveis pelo aquecimento global, vai querer divulgar informações dizendo que a sua própria indústria é diretamente responsável pelos problemas ambientais atuais?

AInda na questão política, há um trecho do filme no qual Gore está fazendo uma apresentação na China. Lá ele conversa com algumas pessoas ligadas à área carbonífera e constata o que qualquer ambientalista teria pavor de saber: a China está sobre uma das maiores reservas mundiais de carvão, e -- é claro -- se utiliza do mesmo para financiar energeticamente seu crescimento (que, a título de curiosidade, ficou em 10,7% no ano passado -- o quarto ano seguido em que a China cresce mais de 10%). Ora, para qualquer pessoa que tem bom senso, dá pra imaginar a preocupação de Al Gore: o carvão é mais poluente ainda do que os derivados de petróleo; a China tem a maior reserva mundial do produto; a China tem 1,3 bilhão de habitantes, e uma parte considerável dos mesmos são ávidos por consumir cada vez mais; a China precisa de energia; a China tem problemas para conter seu crescimento exagerado (não estou zoando, é verdade); qual a possível conclusão de tudo isto junto? Muito simples: a China se tornando o segundo maior emissor individual de CO2 do mundo (atrás dos EUA que, por sinal, usam carvão em mais de 52% da sua geração de energia elétrica). Só que o "detalhe" é que a China é um país "em desenvolvimento", enquanto os EUA são desenvolvidos. No entanto, o que impede cada um dos 1,3 bilhão de chineses de querer ter o mesmo nível de vida que os 300 milhões de norte-americanos? Nada impede, a não ser uma coisa: o próprio planeta, que não dá conta de sustentar esta verdadeira ganância.

Outra coisa que achei interessante (ainda que não relacionada diretamente com política) foi Gore mostrando que as seguradoras já perceberam o aumento do valor pago devido a catástrofes naturais. Ele apresenta no filme um gráfico no qual é mostrado tal evolução, e fica bem claro que, a cada ano que passa, mais e mais desastres ambientais acontecem.

Em suma, vai ser interessante e, ao mesmo tempo, preocupante, assistir e analisar o jogo político por trás desta questão ambiental daqui pra frente. O filme mostra que o processo está acontecendo e, pior, está acelerado e, ainda, acelerado nas distorções que, em princípio, fogem de todos os padrões científicos no que diz respeito ao clima. Vai ser interessante ver como o governo federal americano vai se comportar enquanto mais e mais cidades americanas aderem individualmente ao Protocolo de Kyoto -- aquele protocolo para conter as emissões de poluentes que os EUA assinaram mas não ratificaram. Tanto vai ser interessante que o pai dos burros (e não é o Aurélio), em seu discurso na semana passada, defendeu que os EUA reduzam seu consumo de petróleo em 20%. Ainda que tal anúncio tenha motivações muito mais políticas, econômicas e geopolíticas que ambientais -- tanto que Bush defendeu o etanol feito de milho, que polui quase tanto quanto a gasolina --, não deixa de ser uma boa notícia indireta, já que os EUA são responsáveis por mais de 30% das emissões de gases poluentes na atmosfera.

Por fim, acredito ser interessante destacar algumas frases que estão disponíveis no site do filme, que já divulguei em outro post mas que repito aqui: www.climatecrisis.net. Estas estatísticas e informações estão disponíveis em inglês e foram traduzidas por mim mesmo. Algumas são válidas para nós, mas outras (como o aquecimento central dentro de casa, presente nos itens 5 e 7) já não valem pra todo mundo (porque nem todos no Brasil têm calefação em casa). O título do panfleto é "Dez coisas para fazer", e o texto é o que se segue:

Quer fazer alguma coisa para ajudar a parar o aquecimento global? Aqui estão 10 coisas simples que você pode fazer e o quanto de dióxido de carbono que você deixará de lançar ao fazê-las.

1) Mude a lâmpada. Ao trocar uma lâmpada comum, fosforescente, por uma lâmpada fluorescente compacta, você evitará que 68 kg de dióxido de carbono sejam lançados na atmosfera.

2) Dirija menos. Ande a pé, de bicicleta, de carona ou de transporte coletivo com mais freqüência. A cada 1 km que você não andar de carro, estará evitando que 0,226 kg de dióxido de carbono seja lançado na atmosfera.

3) Recicle mais. Você pode evitar que 1.088 kg de dióxido de carbono sejam lançados na atmosfera por ano reciclando apenas metade do lixo da sua casa.

4) Verifique os pneus do seu carro. Deixar os pneus de seu carro corretamente calibrados melhora o consumo em até 3%. Cada litro de combustível não gasto evita que 2,4 kg de dióxido de carbono sejam lançados na atmosfera.

5) Use menos água quente. Gasta-se muita energia para se aquecer água. Use menos água quente instalando um chuveiro de pequena vazão (menos 159 kg de dióxido de carbono lançados na atmosfera por ano) e lavando suas roupas com água fria ou apenas morna (menos 227 kg de dióxido de carbono lançados na atmosfera por ano).

6) Evite produtos com muitas embalagens. Você pode evitar que 545 kg de dióxido de carbono sejam lançados na atmosfera por ano se reduzir seu lixo em 10%.

7) Ajuste seu termostato. Movimente seu termostato apenas 2 graus para cima no inverno e, no verão, dois graus para baixo. Com este simples ajuste, você pode evitar que 907 kg de dióxido de carbono sejam lançados na atmosfera por ano.

8) Plante uma árvore. Uma única árvore absorve uma tonelada de dióxido de carbono durante toda sua vida.

9) Desligue equipamentos eletrônicos. Apenas desligando sua televisão, seu aparelho de DVD, seu aparelho de som e seu computador quando você não os estiver utilizando já evitará que milhares de kg de dióxido de carbono sejam lançados na atmosfera.

10) Divulgue a idéia! Encoraje seus amigos a ver o filme "Uma verdade inconveniente".

Para terminar: se alguém se interessar pelo filme e quiser ver, é só pedir pra mim. Realmente vale a pena ver a situação em que a natureza se encontra.


30 de janeiro de 2007

Uma pena

Não funcionou de colocar diretamente no meu blog. Mas, de toda maneira, espero que consigam ver o que eu publiquei. Vou ver o Jornal das 10 agora e depois volto pra escrever mais.

Enquanto isso, visitem o site www.climatecrisis.net.


Teste

Estou apenas testando pra ver se consigo colocar um documento nesta página, mas parece-me que não vai funcionar :(

Em todo caso, se não aparecer, vocês podem ver o que quero mostrar clicando aqui, aqui e aqui.


Controle de leitura

Um está atrasado, mas é a vida.

1) CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A.; DA SILVA, Roberto. Metodologia científica. 6ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. Livro em português, 162 pág. Início da leitura no dia 26 de janeiro.

2) BERRY, Steve. A sala de âmbar. Rio de Janeiro: Record, 2006. Livro em português, 475 pág. Início da leitura no dia 29 de janeiro.


29 de janeiro de 2007

Quarto bloco do debate

Os candidatos respondem a perguntas mandadas pela população.

Pergunta a Fruet: Vossa Excelência concorda que deveria ser convocada uma constituinte exclusiva para fazer todas as reformas?

Resposta de Fruet: Não é possível transformar esta legislatura em constituinte. É necessário que a própria Câmara faça as reformas política, eleitoral e tributária. Basta votar projetos que já estão na Câmara, deixando para um segundo momento uma reforma constitucional.

Pergunta a Aldo: Qual a importância do Legislativo ser independente dos demais?

Resposta de Aldo: O poder Legislativo tem elevadas atribuições na política do país. Trabalha com o Orçamento da União, destinando recursos para as mais diversas áreas, estados e municípios. Além disso, o Legislativo tem por função fiscalizar os demais poderes, especialmente o Executivo, além de votar todas as leis que influenciam os próprios três poderes.

Pergunta a Chinaglia: O Congresso Nacional continuará a ser jurado do Executivo ou vai legislar desta vez?

Resposta de Chinaglia: O problema são as medidas provisórias, que trancam a pauta. Mas já foi pior, pois antes elas podiam ser reeditadas. Então, em primeiro lugar, temos de solucionar o problema das medidas provisórias. Mas a Câmara votou diversos projetos na última legislatura de iniciativa de parlamentares. Devemos, na próxima legislatura, enfatizar a votação de projetos de parlamentares.

Pergunta a Fruet: Por que não divulgar ao povo a idéia de que o povo tem acesso à informação governamental?

Resposta de Fruet: É necessário acabar com o preconceito, com o mal tratamento e com a escassez de informação. Os dados do SIAFI não são atualizados, e os próprios parlamentares não têm acesso. Pretendemos intensificar a divulgação de informações e que as pessoas sejam respeitadas pelo poder público.

Pergunta a Chinaglia: Por que não acabar com o voto secreto? Por que não ampliar de um ano para quatro anos o tempo de filiação partidária?

Resposta de Chinaglia: Creio que devemos ampliar a fidelidade partidária, e este é um dos poucos consensos que temos na reforma política. Sobre o voto secreto, já votamos na Câmara, em primeiro turno, a proposta de se abrir o voto. Já deu para perceber aqui no debate que há divergências. Colocaremos em plenário e este será soberano. A base do governo é favorável ao voto aberto.

Pergunta a Aldo: Pergunta sobre o projeto da Super-Receita.

Resposta de Aldo: O projeto da Super-Receita foi retirado de pauta para melhor exame por parte da Câmara. O projeto tem coisas boas, mas há também medidas que os parlamentares querem observar e discutir melhor. A minha posição é que a próxima mesa coloque em votação o projeto.

Pergunta a Chinaglia: Qual o seu interesse em ser presidente da Câmara? Quais projetos para beneficiar a população?

Resposta de Chinaglia: Tenho militância desde 1970 lutando contra a ditadura militar. Tenho experiência política (citou vários "cargos" que teve). Quero trabalhar na área de criação de emprego e de distribuição de renda. Vamos ouvir todos os deputados para fazer o melhor para o país.

Pergunta a Aldo: Qual projeto que o sr. tem para assentamentos em que todos vivem em situação de miséria?

Resposta de Aldo: Eu creio que é preciso fazer primeiro um registro histórico de que a questão da terra tem sido origem de muitos conflitos sociais e políticos no Brasil. Cita a questão de Canudos, na Bahia. Mas, ao mesmo tempo, quero reconhecer que no governo FHC foram realizados mais de 400 mil assentamentos, o que é um número fabuloso. O governo do presidente Lula deu prosseguimento a este esforço, inclusive ampliando crédito. Temos de legislar e apoiar a reforma agrária no país.

Pergunta a Fruet: O que o sr. fará para combater a corrupção parlamentar?

Resposta de Fruet: Este é um dos temas que provocou esta candidatura. Eu tive a oportunidade de ter participado da investigações de CPIs. A Câmara está fortalecendo seus métodos e processos de julgamento de parlamentares. O maior exemplo para acabar com a corrupção é o acompanhamento desta eleição para a mesa da Câmara. É necessário termos firmeza para a apuração de todos os casos.

Considerações finais:

Aldo Rebelo: Quero dirigir minha palavra aos parlamentares que foram eleitos ou re-eleitos. Que cheguem com confiança e com elevado espírito público, para que possamos iniciar esta nova legislatura valorizando a Câmara dos Deputados como o poder mais representativo do povo brasileiro, para que possamos solucionar problemas que há séculos afligem o nosso país (cita diversos problemas). Quero dizer que minha candidatura não é projeto pessoal, e nada tenho contra meus concorrentes. Fui aliado do presidente, cumpri meus compromissos, mas não creio que um único partido (alusão ao PT) deva ter partido no Executivo e também no Legislativo; a concentração de poder não é boa.

Gustavo Fruet: Os deputados, daqui 3 dias, votarão ou no continuísmo ou em um novo caminho para a mudança. É o início de se buscar um reencontro entre a Câmara e a sociedade. Nosso compromisso com o eleitor não termina no dia da eleição; ao contrário, ele começa neste dia. A Câmara deve sair das páginas policiais. Deve-se acabar com a subserviência do Legislativo em relação ao Executivo, bem como com a letargia do Executivo que espera a eleição para só depois definir o parlamento. Eles são governo, eu quero ser a Câmara; quero ser a mudança que o Brasil precisa e que o Brasil confia.

Arlindo Chinaglia: Agradeço à TV Câmara. Critico o deputado Aldo, pois ele foi eleito com o apoio do PT, sabendo tratar bem os aliados. Minha candidatura é mais ampla do que o PT; nós somos companheiros, temos uma posição na sociedade e devemos manter certa postura neste sentido. Em relação ao deputado Fruet, quando o governador Aécio Neves foi presidente da Câmara, ele não foi submisso só por ser do mesmo partido do governo.


Terceiro bloco do debate

No terceiro bloco, um candidato pergunta para outro.

Pergunta de Chinaglia para Fruet: O sr. é a favor de manter as verbas indenizatórias ou não?

Resposta de Fruet: Defendemos a transparência dos gastos. Não podemos tratar as verbas indenizatórias como complemento salarial. Defendemos a correção salarial pela inflação; para atividade parlamentar nos estados é necessário ter uma estrutura, mas o recurso não pode ser uma complementação do salário e sim utilizado para atuação firme do parlamentar em sua base. A atividade parlamentar é algo nobre e deve ser respeitada. O deputado Arlindo Chinaglia representa (por ser do PT) a continuidade e tudo aquilo que pretendemos extirpar.

Chinaglia: Espero que Fruet não tenha incluído como "origem dos escândalos" a parcela do PSDB que me apoiou antes de Vossa Excelência lançar sua candidatura. Vossa Excelência defendeu as verbas indenizatórias, ainda que de maneira vacilante.

Fruet: O deputado Chinaglia mistura conceitos. Não critiquei ninguém, e sim a simbologia e os apoios que ele tem, como do partido de Severino Cavalcante. Não cobro posição de líderes; respeitarei a posição das bancadas.

Pergunta de Aldo Rebelo para Fruet: Para que não permaneça a sombra do negativismo dos seus erros, ele gostaria que Fruet citasse 6 projetos importantes para o país aprovados pela Câmara.

Resposta de Fruet: Sempre reconheceu que houve bons projetos para o Brasil que foram votados. Cita a questão da Mata Atlântica, a questão do Super Simples, pequenas mudanças tributárias, lei de tecnologia, leis que garantam o fim da discriminação das mulheres e lei de incentivo ao esporte e cultura. Todos estes projetos foram aprovados com apoio dele (Fruet). Critica a presidência de Aldo, dizendo que a cada quatro dias havia uma medida provisória na pauta, travando-a. Ele não quer ser "ministro de estado" na Câmara.

Aldo: Ressalta a capacidade que o presidente tem de ter para mediar conflitos. Relembra a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas.

Fruet: Critica a distribuição de cargos para votar projetos. Ressalta o papel do PSDB e do PFL ao auxiliar Aldo no gerenciamento das crises.

Pergunta de Fruet para Aldo: O relacionamento próximo entre ele (Aldo) e o governo não prejudica a independência do Legislativo?

Resposta de Aldo: Nunca perguntou ao presidente se poderia/deveria ser candidato. A relação dele (Aldo) com o presidente Lula é uma relação política, não uma relação de subordinação. Ele comunicou ao presidente Lula que seria candidato, e cita testemunhas de tal comunicado. O PT também se julgou no direito de lançar uma candidatura (alusão ao fato de que ele - Aldo - não é o candidato do governo). Minha candidatura é dos deputados federais, especialmente daqueles novos que estão chegando com a nova legislatura e que pretendem mudar o foco de atuação da Câmara no sentido do crescimento do país. Estamos escolhendo o presidente da Casa, e não o líder do governo.

Fruet: Nós estamos mesmo elegendo o presidente da Câmara, e não o líder do governo. O que eu quero reforçar, no entanto, não é a questão pessoal. No período da sua presidência, tivemos a "não-Câmara". Estivemos com a pauta sempre trancada por causa das excessivas medidas provisórias. Não é possível que o presidente da Câmara já tenha sido líder do governo ou ministro de estado.

Aldo: A Câmra dos Deputados não pode ser presidida por uma dicotomia entre governo e oposição. O povo brasileiro, ao votar, atribuiu funções de governar e funções de oposição. Temos os partidos da base do governo que legitimamente defendem o governo e aqueles que atacam o governo.

Pergunta de Aldo para Chinaglia: Quais os compromissos que ele assume com a bancada do Amapá, de Roraima e do Acre? Quais são as duas prioridades para cada uma destas bancadas caso seja eleito?

Resposta de Chinaglia: Primeiro, esclareço que sou candidado à presidência da Câmara e que tenho de tratar dos assuntos nacionais e regionais. Não sou candidato a governador destes estados. O que eu quero é estabelecer métodos de trabalho, pois eu quero que as bancadas digam o que devemos fazer. Quero ouvir as frentes parlamentares, que é o caminho para compatibilizar os interesses desta ou daquela região. Devemos combater a guerra fiscal, mas respeito a estratégia de cada estado. Eu penso que os interesses regionais devem se orientar a partir da reforma tributária. Portanto, independentemente do estado, estarei ouvindo os deputados e a bancada e seus problemas regionais.

Aldo: O sr., como candidato, já deveria ter ouvido todas as bancadas. Na minha presidência votamos um acordo binacional entre o Brasil e a Guiana Francesa ligando o Amapá àquele país. Votamos também contatos com a Guiana Inglesa.

Chinaglia: Eu penso que o seu papel na presidência de colocar em votação é regimental. Mas gostaria que Vossa Excelência também lembrasse que os líderes trabalharam muito pra produzir os acordos que fizessem os projetos serem aprovados no plenário. O trabalho da presidência não deve ser maximizada. Os líderes também trabalham.

Pergunta de Chinaglia para Aldo: Gostaria que Vossa Excelência externasse quatro propostas para atender à democratização da Casa no que tange à participação feminina.

Resposta de Aldo: Recebi propostas da deputada Luíza Erundina para que houvesse mulheres na mesa diretora. Acredito que tal proposta é importante e deve ser avaliada. Levei a proposta ao colégio de líderes e sugeri a criação de uma comissão permanente que estude a participação das mulheres na Casa. Levei em consideração a presença e a ampliação das mulheres nos meios de comunicação da Casa. O PCdoB, juntamente com o PSB, é o partido que tem mais mulheres em sua direção.

Chinaglia: Eu tenho dúvidas em relação à proposta da deputada Luíza Erundina. Quero assumir aqui quatro propostas: 1) Apoio institucional à bancada feminina e ao exercício do mandato das deputadas; 2) Fortalecimento da presença feminina nos meios de comunicação; 3) Apoio às iniciativas femininas; 4) Criação de portal das mulheres na Câmara.

Pergunta de Fruet para Chinaglia: Questiona a proximidade dos outros dois candidatos em relação ao governo. O sr. apoiou o deputado Aldo Rebelo como resultado da crise. O sr. entende que mudou o apoio ao apoio ao deputado Aldo Rebelo? Por que ele não tem mais o apoio do governo? O sr. pode ser mais importante para o governo do que o deputado Aldo Rebelo?

Resposta de Chinaglia: Eu gostaria que a situação explicitada agora, de que o presidente da República não tem candidato, tivesse surgido antes. Em relação à minha dependência (em relação ao presidente Lula), tive de aguentar comentários de que eu estaria dividindo a base do governo na Câmara. Minha candidatura foi tão simbólica no sentido contrário que recebi o apoio do PSDB, seu partido.

Fruet: Eu insisto: disputam a presidência da Câmara dois ex-líderes do governo. Minha candidatura dá, especialmente aos novos candidatos, uma nova opção política, especialmente no sentido de evitar escândalos. Para ser presidente da Câmara, não é necessário ter sido líder do governo.

Chinaglia: Eu prezo a ética, e a melhor maneira em um debate é a gente não trabalhar com insinuação ou com aquilo que ouviu dizer. Desafio Vossa Excelência, como qualquer um no plenário ou fora dele, que eu esteja lançando minha candidatura para anistiar o ex-deputado José Dirceu. Nós, como presidentes da Câmara, não podemos impor nossa preferência pessoal, e tudo deve ser colocado em plenário para votação.


Segundo bloco do debate

Pergunta a Chinaglia de Delis Ortis, da TV Globo: A legislatura atual foi marcada por escândalos e por impunidade. As regras internas atuais da Casa se prestam à impunidade. O sr. falou que vai lutar pela recuperação da autoridade política do Congresso, mas é apoiado por partidos que mais produziram mensaleiros e sanguessugas de acordo com as investigações. Como o sr. pretende fazer alteração das regras?

Resposta de Chinaglia: O presidente da Câmara seria questionado se não cumprisse as regras. Chinaglia defende a mudança do regimento interno da Câmara. Mas isto não deve ser feito pelo presidente da Câmara de maneira autoritária; isto deve ser feito pelos próprios parlamentares. Sobre os mensaleiros, associa à religião: o fato de haver "pecadores" no partido dele não o torna um pecador. Delis Ortis sugere fazer "expurgos" para acabar com o problema. Chinaglia diz que não cabe a ele, se eleito, fazer isso, pois foram eleitos pelo povo. Não se deve fazer "expurgos", e sim mudar as regras da própria Câmara.

Pergunta a Aldo Rebelo de Denise Madueño, do Estado de SP: Alguns deputados renunciaram para fugir do processo de cassação e foram reeleitos. Se reeleito, o sr. vai reabrir os processos?

Resposta de Aldo: João Paulo Cunha, quando presidente, reabriu o processo de outro deputado. Qualquer iniciativa desta tem origem em um partido político ou em um deputado. Não cabe à presidência reabrir processos, e sim receber os pedidos e executá-los conforme o regimento interno. Denise pergunta: o sr. vai reabrir ou acredita que as urnas têm o poder de julgar os deputados? O sr. vai ou não reabrir os processos? Aldo: é possível combinar as urnas com o respeito ao regimento interno, pois este também é instrumento da democracia. O regimento prevê a iniciativa partidária junto ao Conselho de Ética, e este encaminha ao presidente da Câmara, ou ainda a iniciativa individual, do parlamentar ou de quem quer que seja, que encaminha o pedido ao presidente e este o envia ao Conselho de Ética.

Pergunta a Fruet de Isabel Braga do jornal O Globo: Esta legislatura extinguiu mais de 1000 cargos, que precisam ainda ser votados pelo plenário. O sr. vai colocar o assunto em pauta?

Resposta de Fruet: É favorável à redução de gastos. No entanto, neste momento esta redução demonstrou que não fez falta em termos de gastos salariais, mas já em termos de força de trabalho fez falta. Então, cabe ao presidente da Câmara saber avaliar a necessidade de cargos comissionados, de salários ou de serviços terceirizados e agir conforme a necessidade. Isabel Braga: qual a posição do sr. sobre o nepotismo? Fruet responde: não é apenas discurso, é prática. Ele diz que tem por princípio ser contra o nepotismo, pois isso gera desvios e não privilegia a profissionalização do funcionário da Câmara.

Chinaglia tem direito de resposta sobre a pergunta ao Aldo: não admite que seja atribuído a ele o que não foi dito. Ele respeita a soberania popular, que se expressa por meio do voto. O deputado que foi eleito não tem direito de exercer seu mandato? Se as regras permitem que alguém se livre mais facilmente do que seria uma punição exemplar, então que se discutam as regras.

Pergunta a Chinaglia de Maria Clara Cabral, da Agência Terra: Aliados tradicionais do governo têm criticado o forte apetite de poder do PT. Se eleito, o sr. não atrapalharia a governabilidade do segundo mandato do governo Lula?

Resposta de Chinaglia: Disputas no governo não podem influenciar a Câmara. São apenas disputas políticas. Se o PT terá a segunda maior bancada, isto tem de ser respeitado (alusão à vontade popular). Fala sobre a origem popular do PT. Se o PT tem o que tem, é porque o povo quis. Maria Clara diz: Por que o sr. acha que membros da própria coalizão não podem criticar o PT? Chinaglia responde: os que criticam estão fazendo disputa política. Todos têm legitimidade a ter opinião política. A candidatura dele é supra-partidária.

Pergunta a Fruet de Walmor Parente, da Rádio Web: Os escândalos mancharam a Casa, ainda mais com a série de absolvições. O sr. é a favor ou contra o voto aberto no plenário?

Resposta de Fruet: sou a favor. Isto já foi assumido como compromisso público e está na pauta que justificou a minha candidatura. Na Câmara há a defesa intransigente do voto aberto, pois seremos julgados pela sociedade por meio do que fazemos no plenário da Câmara. Dos 9 escândalos nos últimos quatro anos, 7 tiveram origem no Congresso Nacional, e temos de solucioar isto. Uma das maneiras é pelo voto aberto dos parlamentares. Walmor Parente: O sr. defende a votação aberta a todos os casos? Fruet: À eleição da presidência sim, ao veto do presidente não. A derrubata do veto é uma forma autônoma de manifestação do Congresso e, portanto, deve ter voto fechado.

Pergunta a Aldo de Leandro Colombo do Portal G1: Depois deste mandato, cite três erros que o sr. acha que cometeu e que não cometeria novamente.

Resposta de Aldo: Seria injusto citar apenas os erros. Vou citar erros e falhas, mas gostaria de ter liberdade de citar os poucos acertos que alcançamos ao presidir a Casa e também as crises. Teria tido mais resultado se tivesse tido mais reuniões com líderes partidários. A radicalização entre governo e oposição levou ao impasse, e se eu tivesse mais contato com a oposição, poderíamos ter aprovado mais projetos. O segundo erro foi o não envio ao plenário da Câmara do aumento dos salários dos parlamentares. O terceiro erro foi não ter esperado mais pela formação da base para a candidatura. Leandro: o que fazer, então, sobre o aumento dos salários? Aldo: há uma decisão do Supremo: qualquer reajuste deve ser submetido ao plenário. O salário do Judiciário deve ser congelado enquanto não houver um teto estabelecido para o serviço público no Brasil.